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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lídice da Mata exalta trajetória de Carlos Mariguella e defende criação de memorial em Salvador

Por ocasião das comemorações do centenário de nascimento do líder guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), que morto pela ditadura militar, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) anunciou o resgate histórico da memória do combatente. Nascido em Salvador, Marighella foi membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que representou na Constituinte de 1946 e do qual saiu em 1967. No ano seguinte fundou o grupo Ação Libertadora Nacional (ALN), que se engajou na luta armada, nos anos de chumbo do regime militar. - Cresce no Brasil um amplo movimento de reconhecimento histórico que atribui a Marighella papel importante para a redemocratização do país. Nessa conjuntura, foi recentemente lançada a campanha Pró-Memorial Marighella Vive, que pretende levantar recursos para construir em Salvador um memorial dedicado à difusão e à memória do seu pensamento político – discursou Lídice da Mata. A senadora anunciou a campanha pela criação do Memorial Marighella Vive, que teve início no dia 4 deste mês, com o início das comemorações no Cemitério da Quinta dos Lázaros, em Salvador. Ela informou que as comemorações prosseguirão no dia 5 de dezembro, data em que ele completaria cem anos se vivo, na qual a Comissão de Anistia, em sessão simbólica no Teatro Vila Velha, fará pedido formal de desculpas à família de Carlos Mariguella por seu assassinato. Em 1929, aos 18 anos, Marighella iniciou o curso de engenharia civil na antiga Escola Politécnica da Bahia e, em 1932, ingressou na Juventude Comunista. Naquele ano, continuou Lídice da Mata, ele participou de manifestações contra o regime autoritário implantado pela Revolução de 1930, tendo escrito e divulgado um poema ridicularizando o então interventor da Bahia, Juracy Magalhães. Em conseqüência, pela primeira vez foi preso e espancado, por determinação expressa do interventor. Em 1936, abandonou o curso de engenharia e mudou-se para São Paulo, por exigência da direção do PCB, com a tarefa de reorganizar o partido, duramente reprimido após o fracasso da Intentona Comunista de 1935. Marighella foi anistiado em 1937, mas logo novamente foi preso e torturado. Durante a ditadura de Getúlio Vargas, foi encarcerado em presídios na ilha de Fernando de Noronha e na Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Durante a Constituinte de 1946, o líder comunista representou o estado da Bahia. - Na Câmara dos Deputados, teve uma atuação marcante, despontando como um dos mais combativos parlamentares daquela legislatura – afirmou. Nos anos seguintes ao golpe de 1964, Marighela se afasta do PCB, que era contrário à luta armada. Outros militantes abandonam o partido, relatou a senadora, e aderiram à iniciativa de Marighella, que partiu para a luta armada. - Capturar Marighella, vivo ou morto, tornou-se, então, uma questão de máxima prioridade para o regime militar, mais ainda: tornou-se uma questão de ‘honra’ – continuou a senadora, lembrando que cartazes foram espalhados por todo o Brasil, e sua perseguição envolveu toda a estrutura dos órgãos de repressão, até seu assassinato, em 4 de novembro de 1969, na Alameda Casa Branca, em São Paulo. A senadora encerrou mencionando as homenagens prestadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo escritor Jorge Amado (1912-2001), que também foi constituinte em 1946 pelo Partido Comunista, por ocasião da chegada a Salvador, em 1979, dos restos mortais do líder guerrilheiro. Da Redação / Agência Senado

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