Radio Poder Popular

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A INVASÃO SILENCIOSA DOS EUA NA AMÉRICA LATINA

Entrevista a Stella Calloni.


Tradução: ADITAL

Para falar sobre os planos da ultradireita latino-americana, que é um instrumento de Washington na região, e analisar a atual conjuntura política do continente, o Observatório Sociopolítico Latinoamericano – http://www.cronicon.net/ dialogou, em Buenos Aires , com Stella Calloni.

Acompanhados por um bom café no Centro Cultural da Cooperação Floreal Gorini, em plena Avenida Corrientes , a investigadora nos fez uma consciente análise da realidade latino-americana e da ingerência estadunidense.

Calloni é uma jornalista experiente; escritora e poetisa. Foi correspondente de guerra na América Central e se especializou em política internacional. Em sua vasta obra publicada estão incluídas crônicas, ensaios e livros, entre outros, como Torrijos y el Canal de Panamá (1975); La guerra encubierta contra Contadora (1993); Nicaragua: el tercer día (1986); Panamá, pequeña Hiroshima (1992); Los años del lobo: Operación Cóndor (1999); Operación Cóndor, pacto criminal (2001); Argentina: de la crisis a la resistencia (2002); la invasión a Irak, guerra imperial y resistencia (2002); América Latina siglo XXI (2004); Evo en la mira. CIA y DEA en Bolivia (2009).

Atualmente, é correspondente do Cone Sul para o diário La Jornada , do México e também atua como docente universitária. Entre as múltiplas distinções que recebeu, destacam-se o Premio Latinoamericano José Martí (1986); Premio Madres de Plaza de Mayo (1998); Premio Margarita Ponce Derechos Humanos de la Unión de Mujeres Argentinas y Premio Latinoamericano de Periodismo Samuel Chavkin, da revista Nacla Report of the Americas de Nueva York, ambos em 2001; além do Premio Escuela de Comunicaciones de la Universidad de la Plata , Argentina (2002).

Em função jornalística, percorreu praticamente toda a América Latina, bem como vários países da Europa, da África. Portanto, suas análises são feitas a partir de apalpar a realidade no próprio terreno. É conferencista internacional sobre temas de geopolítica latino-americana e sobre direitos humanos.

A INVASÃO SILENCIOSA DOS EUA NA AMÉRICA LATINA

- A senhora considera que a ingerência dos Estados Unidos tem se configurado de maneira mais sutil, ou continua sendo mantida a mesma estratégia de finais de século XX para dominar os povos?

- Se eles, em todos os seus documentos de política exterior, começaram a considerar que deviam levar em conta a Doutrina Monroe ("América para os americanos”) equivale assinalar que ela continua sendo a base de muitas coisas que eles fazem, com algo muito mais grave: agora o lema é "o mundo para os americanos”. Tudo isso, mais a reconfiguração que aconteceu após as Torres Gêmeas, que é um fato que ainda não sabemos quem é o responsável; pois, poderão dizer o que queiram, mas provas não existem de nenhuma espécie; é como se você me dissesse que alguém possa me dar uma prova de que a pessoa que mataram no Paquistão era Bin Laden. Não há provas; não existem e o que Estados Unidos digam, para mim não tem nenhuma veracidade, porque mentem eternamente. Após a configuração dessa doutrina de segurança hemisférica, começa também a nova doutrina de guerra preventiva, de guerra sem fronteiras e sem limites; desconhecendo as soberanias nacionais, ao mesmo tempo em que executam outra vertente de trabalho, que é sutil: o envio de todas essas fundações que nasceram durante o esplendor conservador de Reagan para evitar a presença direta da CIA, sobretudo depois de 1975, quando se formou a Comissão Church no Senado estadunidense para investigar o papel dessa Agência de Inteligência no golpe de Estado no Chile, o que motivou que, nos anos 80, a renovação da estratégia de conflitos e de guerra de baixa intensidade, que tem como base a contrainsurgência, que, em linguagem norte-americana, é a permissão aberta para todo tipo de ilegalidade no plano militar, político, cultural, social, econômico etc. Quando já se recicla para o período dos anos 90, são conformadas a NED (National Endowment for Democracy, fundação para a democracia; porém, teríamos que perguntar-nos que tipo de democracia), a Usaid (a agência internacional para o desenvolvimento, que nunca teve esse papel). Mas, sabemos que onde se instala esse organismo, há uma interferência direta dos Estados Unidos e a CIA está por trás. Com isso, conseguiram a invasão silenciosa na América Latina. Pude verificar isso diretamente no próprio terreno, por exemplo, na Bolívia, e observei como essas fundações trabalham, criando ONGs, que cumprem um papel chave na guerra de baixa intensidade; isto é, desestabilização de governos; intromissão em lugares; trabalho com grupos indígenas, como é o caso boliviano, no qual buscaram um líder indígena para fazê-lo aparecer, com o propósito de substituir a Evo Morales. Infelizmente, os governos latino-americanos ainda são muito débeis e não têm a suficiente clareza no sentido de que devem deter esse intervencionismo que pode levar a situações muito complicadas. De fato, no golpe de Estado na Venezuela, estavam a NED, a Usaid e outras fundações, inclusive socialdemocratas da Europa, que ficaram metidas no esquema internacional da CIA.

A ULTRADIREITA MILITAR LATINO-AMERICANA

- E no golpe de Estado em Honduras contra o presidente Manuel Zelaya?

- Em Honduras, também; e aí a intervenção teve também a participação de Unoamérica, sobre a qual a Colômbia deve ter muito cuidado e estar bem atenta às suas atuações. É uma fundação que nasceu na Colômbia, com um grupo de militares da ultradireita e com vários ex-militares de todas as ditaduras da América Latina.

- Qual é seu propósito?

- O propósito é praticamente executar a Operação Condor levada a outro plano. Apesar de que a Operação Condor não pode ser repetida. Unoamérica coincide no trabalho supranacional para poder mover-se sem nenhum limite nos vários países. Esses militares de ultradireita sustentam o mesmo que na época do Plano Condor, no sentido de que assim como o Cone Sul tinha que combater a coordenadora guerrilheira que havia se integrado nos anos 70, agora tem que enfrentar tanto os governos de esquerda, que participam no Fórum São Paulo, quanto a Unasul, a qual consideram igualmente uma organização supranacional; portanto, eles devem atuar para evitar o comunismo, porque falam do comunismo como se fosse no tempo da Guerra Fria. Por isso, nuclearam ao pior que encontram de militares envolvidas nas ditaduras latino-americanas e realizam um trabalho especial dentro dos grupos de segurança dos exércitos e das polícias, reciclando o discurso anticomunista do passado. Fazem um trabalho nas Forças Militares da região porque têm suas velhas conexões e, por isso, jogaram um papel determinante no golpe de Estado em Honduras. Alejandro Peña Esclusa, que hoje está preso na Venezuela e que é o presidente de Unoamérica, foi condecorado por Roberto Micheletti por sua colaboração efetiva para dar o golpe. Unoamérica provê mercenários, faz contrainsurgência para as necessidades da CIA, se move por toda a América Latina; vários de seus integrantes estiveram na Bolívia metidos no golpe de Estado que tentaram contra Evo Morales e, sobretudo, na tentativa de assassiná-lo.

- Conhecendo o ex-presidente colombiano, o tão questionado Álvaro Uribe Vélez, que papel ele joga em Unoamérica, de acordo com suas investigações?

- Vários militares que fazem parte de Unoamérica, segundo os registros que tenho, apóiam aos grupos paramilitares na Colômbia e são muito próximos a Uribe. Na Argentina, temos já a lista dos vinculados a essa fundação, que é encabeçada pelo coronel do grupo de caras-pintadas, Jorge Mones Ruiz, bem como há militares da ultradireita boliviana, uruguaia; eles buscaram os remanescentes das velhas ditaduras latino-americanas e se apóiam politicamente em grupos ultradireitistas da região.

- Geopoliticamente falando, nas atuais circunstâncias, quais são os aliados mais importantes dos Estados Unidos na América Latina?

- Geopoliticamente, enquanto está a invasão silenciosa, por cima estão mandando tropas e o porta-aviões dos Estados Unidos na região obviamente é a Colômbia com todas as suas bases militares e com sua estrutura. Além disso, o golpe de Honduras conservou a base de Palmerola e as novas como a Base de Gracia de Dios, que lhes permite controlar a Nicarágua.

- Aqui na Argentina, existe o convencimento de que na Colômbia estão operando as sete bases que o governo de Uribe entregou ao Comando Sul dos Estados Unidos. No entanto, a Corte Constitucional proibiu a utilização dessas bases. Segundo suas investigações, ditas bases militares estão realmente operando?

- Na realidade estão aí. É algo muito similar ao que acontece com a Base Mariscal Estigarribia, do Paraguai, ou com a Base de Palmerola, em Honduras. Aí , o que existem são pistas onde podem aterrizar aviões grandes, como têm feito na Colômbia. Essas bases não estão ocupadas permanentemente por soldados norte-americanos porque eles nunca se metem em lugares fechados. Agora, os Estados Unidos não necessitam enviar soldados para fazer funcionar as bases militares; mas as têm à sua inteira disposição. Obviamente, têm tudo preparado para se acaso necessitam mandar tropas. Ou, como acontecia na Bolívia, em que metiam uma estrutura da DEA dentro de uma base, que utilizaram quando quiseram matar Evo Morales, na época em que era deputado. Algo parecido estão fazendo na Colômbia.

JUAN MANUEL SANTOS E SUA RELAÇÃO COM O MOSSAD

- Na Colômbia também operam o Mossad (Agência de Segurança Israelita) e o Mi6 (Serviço de Inteligência Inglês). Em outros países latino-americanos também operam?

- O Mossad está no Paraguai, na Bolívia, na Venezuela e na Guatemala. Na Venezuela, sua presença é muito forte e na Colômbia opera há muitos anos, inclusive, antes que chegasse seu agente Yair Klein, que treinava e trazia da Jamaica armas para os grupos paramilitares. O problema é que o Mossad, atualmente, tem mais força do que a CIA; vários de seus membros se infiltram em comunidades judias dos países latino-americanos; porém, além disso, estão presentes no Iraque e na Líbia. Nas tarefas e na direção de todas as movidas de guerra suja, o Mossad é chave. No caso colombiano, o presidente Santos é filho do Mossad e ele não pode separar-se de Israel. Não se pode esquecer o papel que Santos jogou no ataque a Sucumbíos, quando a soberania equatoriana foi violada, para atacar o acampamento de Raúl Reyes. Recordo o sorriso de hiena de Santos quando mataram esse chefe guerrilheiro. Não creio que Santos queira a paz na Colômbia, como Israel tampouco a quer; o que ele deseja terminantemente é exterminar de qualquer maneira a um grupo político-militar insurgente.

- E no México, cuja situação social é muito explosiva?

- Nessa ocupação geopolítica, do Plano Colômbia, que é um plano de recolonização do continente, passaram para o Plano Mérida, do México. Esse plano é uma cópia do Plano Colômbia e, de fato, em seis anos, o México caiu em uma violência atroz. Nesse lapso, temos o mesmo número de mortos que na Colômbia e a isso devemos somar a destruição do campo mexicano e da cultura profunda dos povos, com o Tratado de Livre Comércio que assinou com os Estados Unidos e com o Canadá.

DESINFORMAÇÃO, ARMA DE GUERRA

- Falemos de outro aspecto fundamental para condicionar os povos, que é a guerra midiática...

- A guerra midiática é parte do projeto contrainsurgente. Hoje, a desinformação é uma arma de guerra utlizada para armar um projeto de guerra como aconteceu no Iraque, com a invenção das armas de destruição massiva, ou com o que aconteceu na Líbia, onde nunca houve um bombardeio de Gadafi contra a população civil, o que está totalmente provado. Para controlar o mundo, necessitam controlar a informação.

- A senhora denunciou o aproveitamento das máfias durante a etapa de esplendor do neoliberalismo...

- Um dos aspectos que temos que identificar nesse período histórico é a presença mafiosa nos governos. Os Estados Unidos estão sob o poder de máfias; sempre as usou para seus jogos. Necessitam da máfia; não podem sobreviver a esse esquema sem ela. Quem recebe a droga nos Estados Unidos: Onde é recebida? Mas, vem matar no lado mexicano; porém, por que não se dedicam a pescar do outro lado aos que recebem a droga? Por que os aviões carregados de droga chegavam às bases do Comando Sul, na Florida? E não era Manuel Antonio Noriega quem a mandava, porque ele não tinha nenhuma capacidade de operar com o Comando Sul. Mentiram de uma forma descarada na invasão do Panamá (em 20/12/1989) e percebi tudo porque eu estava lá. A gênese de todas as intervenções tem uma mentira por detrás e um aparelho de desinformação, que agora é mais fácil porque controlam tudo.

A LIDERANÇA DE CHÁVEZ

- Apesar de uma matriz de manipulação midiática, boa parte das pessoas na América Latina já não acreditam, e isso pode ser observado em países como a Venezuela, o Equador, a Bolívia, a Argentina, o Uruguai... Que pensa?

- O que acontece é que não entenderam que o processo neoliberal iria trazer uma realidade social terrível e as pessoas começaram a ter um olhar distinto. Isso aconteceu em países como a Venezuela, com Chávez, cujo povo passou a ser pensante e consciente.

- Falando da Venezuela, a senhora esteve recentemente em Caracas. Como está a liderança de Chávez? Tem possibilidade de reeleger-se em outubro de 2012?

- Sim, tem possibilidade de reeleger-se; inclusive, os índices de popularidade e de apoio ao seu governo aumentaram. Vejo que há uma grande consciência nas pessoas com relação aos alcances positivos do processo político liderado por Chávez. As coisas e os grandes avanços que foram feitos na Venezuela não são divulgados; porém, há uma recuperação do sentido de pátria, de defesa, de dignidade; e a enfermidade de Chávez produziu um apressamento nas bases para solidificar a unidade e a organização.

- Processos integracionistas que estão acontecendo na América Latina, como Unasul e Celac constituem uma pedra no sapato de Washington?

- Sim; qualquer coisa que seja unidade e integração é uma pedra no sapato. A unidade africana e a intenção que tinha Gadafi de concretizar uma moeda comum na África incomodam aos Estados Unidos. São coisas que eles não podem aceitar. Agora, tem uma América Latina com uns países modelo de algo distinto. No começo, não davam importância porque sempre os Estados Unidos conseguia interferir; por exemplo, em processos como o Mercosul. Porém, agora, a coisa é diferente, e nisso Chávez teve uma presença histórica, porque foi a cabeça para produzir uma federação distinta. Essa nova integração política e comercial dos países da América Latina é algo terrível para os Estados Unidos e, sobretudo, os fatos protagonizados por presidentes como Chávez e Evo Morales. No caso da Bolívia, Morales retirou a CIA e a DEA. Desde que a DEA saiu da Bolívia, e isso para os colombianos é essencial, o país deixou de ter uma violência no índice que tinha; deixou de morrer gente por conta da suposta guerra contra o narcotráfico. A embaixada norte-americana contava com um escritório na casa de governo, junto a do presidente da Bolívia. Quando Evo Morales assumiu perguntou por uma porta fechada junto ao seu escritório, que conduzia aos escritórios da DEA e da CIA. Para que saibamos até onde chegou a ingerência norte-americana sem que os países da América Latina o soubessem.

O BLOQUEIO A CUBA, DELITO DE LESA HUMANIDADE

- Falemos de Cuba. Hoje, a revolução cubana não é nenhuma ameaça aos Estados Unidos. No entanto, em pleno século XXI, como se explica que Washington continue mantendo o bloqueio econômico à ilha? Não é o caso de delito de lesa humanidade?

- Claro! É um delito de lesa humanidade. Além disso, tudo o que o bloqueio produziu, as consequências das agressões (como a guerra química e biológica contra Cuba), a cifra de doentes, o número de mortes pela dengue hemorrágica, mais a invasão a Bahia Cochinos, está reconhecido pelo próprio Congresso dos Estados Unidos. Mas Cuba continua sendo um exemplo de como poder resistir a noventa milhas do império para manter uma revolução que não quer sair do socialismo. Em contraste, os Estados Unidos ficaram em mãos de uma máfia que eles mesmos criaram. Uma máfia cubana que conta com senadores, representantes, governadores, prefeitos, todos com um passado espantoso e com relações profundas com o narcotráfico. Tentaram destruir Cuba por todos os meios, o bloqueio foi feito, inclusive, mais forte; porém, não puderam asfixiá-la e não creio que consigam.

AMÉRICA LATINA E SEU MELHOR MOMENTO HISTÓRICO

- Com exceção de países como o México, a Colômbia, o Chile e algumas nações da América Central, a América Latina está passando por um bom momento histórico, que pensa?

- Historicamente, a América Latina está passando por seu melhor momento; tem conseguido salvar-se da crise econômica e mostrar ao mundo que o remédio que estão utilizando na Europa não serviu para nada; portanto, podemos dizer que estamos à vanguarda da resistência, com lideranças como as de Chávez, Kirchner, Evo, Correa que brotaram dentro de um jogo eleitoral que os Estados Unidos impunham como salvação. Quantas tropas necessitarão para poder controlar o mundo? O certo é que os Estados Unidos vão a caminho de afundar. E em relação com a América Latina temos que dizer que nossos governos não podem mostrar nem um pouquinho de debilidade, porque qualquer abertura dá pé para que se meta esse poder imperial; temos tudo para evitar e uma mostra disso é o que aconteceu com a OEA, que já não tem voz; está falando como um afônico, porque a Unasul a substituiu mesmo sem ser ainda um organismo totalmente sólido.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Partido Comunista é a força oposicionista mais forte da Rússia

Diário Liberdade

No ultimo domingo (04/12/11) foram realizadas eleições parlamentares na Rússia.

O grande perdedor foi o Rússia Unida, partido do Presidente Medvedev e do Premier Putin, que obteve 49,45% dos votos no domingo, em comparação aos 64% de quatro anos atrás. A legenda garantiu 238 dos 450 assentos na Duma, a câmara baixa do Parlamento. Os números representam uma perda de 77 vagas e da maioria de dois terços que o partido havia conseguido em 2007 e que permitia promover mudanças na Constituição sem grandes problemas. Os governistas receberam quase um terço de votos a menos do que em 2007, no pior revés eleitoral para Putin desde assumiu o poder em 1999. Foram 15 milhões a menos de votos.

O Partido Comunista, considerado o grande vencedor do pleito, ficou em segundo lugar nas eleições, com 19,2% dos votos e 92 cadeiras. Ou seja, são mais ou menos 20% dos votos, constituindo assim a segunda força política do país. O Rússia Justa ficou em terceiro com 13,2% dos votos e 64 cadeiras, enquanto o nacionalista Partido Liberal Democrático conquistou 11,7% da votação e 56 lugares no Parlamento.

A eleição está sob suspeita de fraude em favor do Rússia Unida, conforme depoimento de observadores internacionais. Há uma grande mobilização popular, por toda a Rússia, para denunciar as fraudes e exigir a recontagem dos votos ou mesmo uma nova eleição.

Desde as legislativas de domingo, milhares de pessoas protestam nas ruas de Moscou e São Petersburgo contra os governistas e fraude eleitoral. Mickail Gorbachev, o indivíduo que deu a cartada final no socialismo soviético, também condenou o processo eleitoral e pediu realização de novas eleições.

Comunistas são segunda força no parlamento

Os comunistas também fazem parte daqueles que estão fazendo as denúncias. Em entrevista coletiva Gennady Zyuganov, que será candidato ano que vem a presidência pelo PC russo, disse que a eleição foi a mais suja desde a desintegração da URSS e que pelo menos 15% dos votos foram fraudados em favor dos governistas.

Zyuganov acrescentou também que o Partido Comunista da Rússia vai defender "na rua e no âmbito jurídico" a votação obtida por sua formação no pleito. Ele anunciou que recorrerão dos resultados de pelo menos 1.600 colégios eleitorais, onde as atas não correspondem com o cômputo paralelo realizado pelos observadores comunistas.

"Apesar do roubo de votos, dobramos nossa representação parlamentar. Os 90 mandatos nos dão a possibilidade de colocar uma série de iniciativas, incluindo a apresentação de uma moção de censura ao governo", afirma.

Líder comunista será candidato às presidencias do ano que vem

Como a força oposicionista mais forte atualmente, o Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), pretende lançar candidatura para as eleições presidenciais que ocorrerão em 2012.

O projeto já foi lançado. Entre as principais propostas estão: garantir a soberania nacional, iniciar a transição da decadência econômica para um desenvolvimento acelerado e superar a pobreza e a degradação social que atinge amplos setores da população.

A frente liderada pelo Partido Comunista defende uma política econômica independente, que assegure o desenvolvimento sustentado e acelerado da Rússia. "Para isso há que libertar-se das destrutivas leis de mercado e restaurar a regulamentação da vida econômica pelo Estado. A condição mais importante para a reconstrução da economia será a propriedade estatal de todos os setores estratégicos. Vamos levar a cabo a nacionalização das matérias primas e outras indústrias principais. Essa medida se concentrará em mãos do Estado. Entre os setores que o PCFR planeja nacionalizar ganhando as eleições se encontram o petróleo, o gás, a energia elétrica, a metalurgia, a indústria de construção de máquinas e equipamentos, a construção de aviões, além de outros setores chaves na produção industrial", detalhou.

O plano do PCFR pretende assim restabelecer a justiça social e garantir a capacidade de produção da alimentação de toda a população do país. Para isso, os comunistas apoiarão a restauração das fazendas coletivas, pondo fim à especulação do solo.

"Sob a nossa liderança, o governo nacional vai criar um novo clima social e sociocultural. No país se imporá a amizade entre os povos desta nação. Devolveremos às pessoas a alegria de um trabalho criativo e socialmente significativo, pelo bem da pátria e da família. O governo levará uma luta decisiva contra o desemprego; garantirá a seguridade social e a preservação do desenvolvimento humano, o que será determinado pelas prioridades da política social do governo", concluiu Ziugánov.

Situação pós-desintegração da URSS

O resultado das eleições parlamentares da Rússia, no último domingo, revelou a crescente insatisfação da grande maioria da população com o elevado desemprego, a crescente desigualdade social, a perda de inúmeros direitos sociais e trabalhistas e a corrupção que domina boa parte da máquina estatal e suas ligações com os grandes grupos econômicos.

Este é o mesmo cenário que se encontra no leste europeu depois que o capitalismo foi reintroduzido a partir dos anos 90, logo após crise do chamado "socialismo

real".

Diário Liberdade

NA EUROPA, TUDO SOB CONTROLE

Teodoro Santana (*)

“Ding-dong. Senhores passageiros: por favor, olhem à sua direita. Verão o motor da asa direita incendiado. Mas não se preocupem, não há problema, está tudo sobre controle. Agora façam o favor de olhar para a sua esquerda. Verão o motor da esquerda incendiado. Mas não se preocupem, não há problema, está tudo sobre controle. Agora olhem para baixo. Verão três pontinhos brancos: são os paraquedas do piloto, copiloto e aeromoça. Mas não se preocupem, não há problema, tudo está sobre controle. Isso é uma gravação, isso é uma gravação...”

Esta velha piada ilustra melhor que outra descrição o que sucede na Europa. Olhem para a Grécia. Verão um país saqueado pelos bancos alemães, franceses e britânicos, que além de tudo impõem condições leoninas para empréstimos de dinheiro para pagar estes mesmo bancos que os limparam.

A rebelião popular enfureceu os banqueiros e seus guardiões. Os lobos europeus tiraram sua máscara democrática; nem referendo, nem eleições. Consultar o povo? Até aí podiam chegar. Mas o ruído do povo os obriga a levar em conta a cúpula militar para evitar um golpe de Estado. Mas não se preocupem, não há problema, tudo está sobre controle.

Agora, por favor, olhem para a Alemanha. Depois de conseguir um mercado cativo, o IV Reich germânico enriqueceu seus bancos extraordinariamente. Isso à base de arruinar seus próprios clientes, aos quais ainda impuseram condições como empobrecer mais através de cortes de direitos trabalhistas e sociais. Esgotada a galinha dos ovos de ouro, afundado o consumo, a locomotiva alemã adoece e entra na via morta da recessão. Mas não se preocupem, não passa nada, tudo está sobre controle.

Agora olhem para a Itália. Para a França. Para Portugal. Para a Espanha. Quanto mais aplicam as políticas de direita, mais asfixiam e arruínam os trabalhadores, ou seja, a imensa maioria dos consumidores. Agora têm que salvar seus bancos da quebra, com mais dinheiro público. Mas cada vez existe menos dinheiro público. A crise já é insustentável. Mas os bancos seguem repartindo lucros, ainda que seus balanços estejam tão falsos que assustariam o próprio Al Capone. Mas não se preocupem, não há problema, tudo está sobre controle.

Agora olhem para baixo. O pontinho branco é meu amigo Manolo. Acabaram-se suas últimas prestações do crediário. Mas, com mais de 50 anos de idade, não tem nem um euro para levar para casa. Não tem para pagar a luz ou o telefone. Nem sequer para chamar uma ambulância quando seu filho doente necessita. Mas não se preocupem, não há problema, tudo está sobre controle.

Continuem olhando. Aquele outro pontinho branco é minha amiga Carmem. Não tem para dar de comer a suas filhas. Passam metade do mês comendo biscoitos baratos; tomam leite aguado uma só vez ao dia. Mas não se preocupem, não há problema, tudo está sobre controle.

Arde a Europa, mas nos entretêm enquanto Messi marca gols, o Cristiano Ronaldo passeia, o Nadal ganha torneios de tênis, que alimentam a todos. A família real passeia com suas roupas de moda pela temporada de esqui. Ah sim, não tem com que se preocupar, não há problema, tudo está sobre controle!

Prestem atenção agora. Ouvirão alguns lamentos ao fundo. São o choro e o ranger de dentes das milhares de famílias abandonadas, sem casa, lançadas à rua. Juízes e policiais aplicam as implacáveis leis dos banqueiros. Não existe problema; afinal está tudo sobre controle.

Agora olhem ao fundo. Ali, ainda dispersos, se vêm uns pontinhos vermelhos. São os comunistas. Quando finalmente se unirem, já nada estará sobre controle.

(*) Teodoro Santana é membro do Comitê Central do Partido Revolucionário dos Comunistas de Canarias(PRCC)

veja a a Página do PCB – www.pcb.org.br

Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922

sábado, 10 de dezembro de 2011

Intervenção do PCB no XIII Encontro Mundial dos Partidos Comunistas e Operários






Esta é a intervenção do PCB, através do seu Secretário Geral, Ivan Pinheiro, no XIII Encontro Mundial de Partidos Comunistas, que reúne 82 partidos de todos os continentes, em Atenas (Grécia), sobre a conjuntura mundial e as perspectivas do socialismo.

Intervenção do PCB no XIII Encontro Mundial dos Partidos Comunistas e Operários

O Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB) saúda os partidos comunistas presentes, homenageando o anfitrião, o Partido Comunista Grego, referência para todos os revolucionários e trabalhadores do mundo, com seu exemplo de luta sem tréguas contra o capital.

O aprofundamento da crise sistêmica do capitalismo coloca para o movimento comunista internacional um conjunto de complexos desafios.

Estamos diante de um estado de guerra permanente contra os trabalhadores, uma espécie de “guerra mundial”, na qual o grande capital busca sair da crise colocando o ônus na conta dos trabalhadores. Esta é uma guerra diferente das anteriores, que tinham como centro disputas interimperialistas.

Apesar de persistirem contradições interburguesas e interimperialistas na atual conjuntura, as grandes potências (sobretudo os Estados Unidos e os países hegemônicos da União Européia) promovem hoje uma guerra de rapina contra todos os países periféricos, sobretudo aqueles que dispõem de riquezas naturais não renováveis e contra todos os trabalhadores do mundo.

A guerra é o principal recurso do capitalismo para tentar sair da crise: ativa a indústria bélica e ramos conexos, permite o saque das riquezas nacionais e a queima de capitais; os capitalistas ganham também com a indústria da reconstrução dos países destruídos.

Em meio à simultânea ocupação e destruição de diversos países nos últimos anos (Iraque, Afeganistão, Líbia), já começam a preparar as próximas agressões: a Síria e o Irã se destacam na atual fila. Todos os países vítimas são criteriosamente escolhidos segundo objetivos estratégicos hegemonistas.

Os métodos são sempre os mesmos: satanização, manipulação, estímulo ao sectarismo e a divisões entre nacionalidades, cooptações, criação ou supervalorização midiática de manifestações e rebeldias, atentados de falsa bandeira.

Daqui a algum tempo, poderemos estar diante de uma invasão de um país que, no dia de hoje, pareça-nos improvável.

Na guerra permanente, pelo menos nesta fase, têm sido poupados os chamados países emergentes, sócios minoritários do imperialismo, que legitimam a política das grandes potências, compondo, como atores coadjuvantes, o chamado Grupo dos 20. Seus mandatários aparecem na fotografia que simboliza o consenso entre os parceiros, mas as grandes decisões são tomadas em fóruns reservados, de que nunca se tem notícia.

Estes países emergentes (os chamados BRICS) se têm beneficiado da crise, na medida em que ajudam a superá-la; em seguida, poderão ser as próximas vítimas tanto da crise como de agressões militares. Fazem o jogo de linha auxiliar do imperialismo, como na omissão vergonhosa em relação à invasão da Líbia. Só levantam a voz quando algum interesse nacional é ameaçado. Caso contrário, lavam as mãos.

Em nosso país, nunca os banqueiros, as empreiteiras, o agronegócio e os monopólios tiveram tanto lucro. A política econômica e a política externa do estado brasileiro estão a serviço do projeto de fazer do Brasil uma grande potência capitalista internacional, nos marcos do imperialismo. As empresas multinacionais de origem brasileira, alavancadas por financiamentos públicos, já dominam alguns mercados em outros países, notadamente na América Latina.

Já a guerra contra os trabalhadores independe da classificação do país. É levada a efeito nas grandes potências, nos países emergentes e nos periféricos.

Em meio a esta grave crise e sem a consolidação ainda de um importante pólo de resistência proletária, o capital realiza uma violenta ofensiva para retirar dos trabalhadores os poucos direitos que lhes restam. Para fazê-lo, tentam cada vez mais fascistizar as sociedades, criminalizar os movimentos políticos e sociais antagônicos à ordem. A correlação de forças ainda nos é desfavorável. Ainda sofremos o impacto da contra-revolução na União Soviética e da degeneração de muitos partidos ditos de esquerda e de setores do movimento sindical.

Analisando este quadro, o PCB tem feito algumas reflexões.

- A nosso juízo, não há mais espaço para ilusões reformistas. Aliás, os reformistas, mais do que nunca, são grandes inimigos da revolução socialista, pois iludem os trabalhadores e os desmobilizam, facilitando o trabalho do capital. Em cada país, as classes dominantes forjam um bipartidarismo – em verdade um monopartidarismo bicéfalo – em que as divergências, cada vez menores, se dão no campo da administração do capital. Como não conseguem gerenciar a crise, aqueles que fazem o papel de oposição de turno invariavelmente vencem as eleições seguintes. É o que chamam de “alternância de poder”.

- Perdem sentido projetos nacional-desenvolvimentistas, não só porque é impossível desligar as economias capitalistas locais da esfera do imperialismo como também porque há cada vez menos contradições entre este e o núcleo hegemônico das chamadas burguesias nacionais.

- Cada vez também faz menos sentido a “escolha” de aliados no campo imperialista e mesmo entre seus coadjuvantes emergentes, como se houvesse imperialismo do “bem” e do “mal”. A diferença é apenas na forma, não no conteúdo. Isto não significa subestimar as contradições que vicejam entre eles.

- Não podemos conciliar com ilusões de transição ao socialismo por vias fundamentalmente institucionais, através de maiorias parlamentares e de ocupação de espaços governamentais e estatais. O jogo da democracia burguesa é de cartas marcadas. A luta de massas, em todas as suas formas, adaptada às diferentes realidades locais, é e continuará sendo a única arma de que dispõe o proletariado.

- Por mais bem intencionados que sejam, correm risco de esgotamento político os processos de mudanças progressistas baseados em líderes populares carismáticos, se esses processos não avançarem na construção do duplo poder, na destruição gradual do estado burguês e na autodefesa popular e de massas.

Temos avaliado também que o atual modelo de encontros de partidos comunistas e operários, que vêm cumprindo importante papel de resistência, precisa se adaptar às complexas necessidades da conjuntura mundial, com suas perspectivas sombrias no curto prazo e suas possibilidades de acirramento da luta de classes, com a emergência das lutas operárias.

Pensamos que é preciso romper com o “encontrismo” em que, ao final dos eventos, nossos partidos decidem a sede do próximo encontro e se despedem até o ano seguinte, inclusive aqueles dos países da mesma região.

Para potencializar o protagonismo dos partidos comunistas e do proletariado no âmbito mundial, é necessária e urgente a constituição de uma coordenação política que, sem funcionar como uma nova internacional, tenha a tarefa de organizar campanhas mundiais e regionais de solidariedade, contribuir para o debate de ideias, socializar informações sobre as lutas dos povos.

Mas, para além da indispensável articulação dos comunistas, parece-nos importante a formação de uma frente mundial mais ampla, de caráter antiimperialista, onde cabem forças políticas e individualidades progressistas, que se identifiquem com as lutas em defesa da autodeterminação dos povos, da paz entre eles, da preservação do meio ambiente, das riquezas nacionais, dos direitos trabalhistas, sociais e políticos; contra as guerras imperialistas e a fascistização das sociedades. Em resumo, as lutas em defesa da humanidade.

Deixamos claro que o nosso Partido valoriza qualquer forma de luta. Não podemos cair no oportunismo de fazer vistas grossas ao direito dos povos à rebelião e à resistência armada. Em muitos casos, esta é a única forma de fazer frente à violência do capital e de superá-lo. Os povos só podem contar com sua própria força.

Neste marco, concluímos nossa intervenção saudando os povos que hoje enfrentam as mais duras batalhas. Saudamos os trabalhadores gregos e portugueses que já se levantam em greves nacionais e grandes jornadas e os demais trabalhadores da Europa, que enfrentam terríveis planos do capital para tentar superar a crise, hoje mais acentuada no continente europeu e que poderá agravar-se e espalhar-se para outros países e regiões.

Saudamos o povo palestino, em sua saga duradoura e dolorosa no enfrentamento ao sionismo que o sufoca e reprime, ocupa seu território, derruba suas casas, prende seus melhores filhos e impede seu direito a um Estado soberano.

Da mesma forma, saudamos os também sofridos povos do Iraque, do Afeganistão, da Líbia. Saudamos os povos do Egito, do Iêmen e de vários países árabes, em sua luta contra a tirania e a opressão.

Saudamos os sírios e iranianos, contra os quais já batem os tambores de guerra do imperialismo. Sua resistência pode barrar os planos do sinistro consórcio EUA/OTAN/Israel para o Oriente Médio, a África, a Ásia e o mundo em geral.

Chegando até nossa América Latina, saudamos nossa querida Cuba Socialista em sua luta contra o cruel bloqueio ianque. Saudamos nossos Cinco Heróis. Saudamos os processos de mudanças concretas na América do Sul (Venezuela, Bolívia e Equador), neste momento decisivo, uma encruzilhada entre o avanço dos processos ou sua derrota.

Saudamos o povo colombiano que, nas cidades e nas montanhas, resiste, através de variadas formas de luta, contra o estado terrorista de seu país, a grande base militar norte-americana na América Latina, um dos regimes mais sanguinários do mundo.

Concluímos nos associando à proposta de realização de nosso próximo encontro anual no Líbano, em pleno Oriente Médio, palco principal das guerras imperialistas neste período.

Desde já, reiteramos nossa proposta de criação de coordenações políticas internacionais e regionais dos Partidos Comunistas, tendo como princípio fundamental o internacionalismo proletário.

Atenas, 10 de dezembro de 2011

PCB – Partido Comunista Brasileiro

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O CAPITALISMO EUROPEU EM CRISE.

Reino Unido tem a maior greve no setor público desde 79



A polícia metropolitana de Londres disse que 52 pessoas foram detidas em manifestações e tumultos (Foto: AFP/Paul Ellis)
O Reino Unido enfrentou nesta quarta-feira, 30, a maior greve em uma geração, com cerca de 2 milhões de professores, funcionários do controle da imigração e outros setores públicos cruzando os braços. Nos hospitais, foram canceladas ou adiadas 6 mil cirurgias e 62% das escolas públicas não abriram, segundo informações do jornal The Guardian, que citou sindicatos.

Os trabalhadores protestaram contra planos do governo para fazê-los se aposentarem mais tarde e pagarem mais por suas pensões. As medidas de austeridade do primeiro ministro David Cameron, do Partido Conservador, tem como objetivo reduzir a dívida pública de 967 bilhões de libras (US$ 1,5 trilhão).

A polícia metropolitana de Londres disse que 52 pessoas foram detidas em manifestações e tumultos.

Cerca de dois terços das 21.700 escolas públicas britânicas ficaram fechadas nesta quarta-feira, com a adesão muito forte dos professores à greve, principalmente na Inglaterra e no País de Gales. Sindicatos dos trabalhadores disseram que dois milhões de funcionários públicos aderiram à paralisação, a maior desde a infame disputa trabalhista de 1979, o "Inverno do Descontentamento", que precedeu na época a chegada da conservadora Margareth Thatcher ao poder como premiê.

Serviços de emergência, como ambulâncias e socorristas, só atenderam casos extremos, quando os pacientes corriam risco iminente de morrer. Embora o temor fosse de caos nos aeroportos, isso em grande parte foi evitado ou amenizado com medidas de contingência.

No Aeroporto de Heathrow, as empresas aéreas alertaram os passageiros de que poderiam ocorrer atrasos de até 12 horas na passagem pela imigração por causa da greve, mas os voos que chegaram nesta quarta-feira dos Estados Unidos, dos países europeus e da Ásia não foram muito afetados.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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