Radio Poder Popular

domingo, 27 de novembro de 2011

Viva a Conferência Política do PCB





Um belo encontro,

camaradas de diversas gerações,

dos mais variados lugares do nosso querido Brasil.

Homens e mulheres que vêm lutando

há décadas,

muitos que foram presos e torturados,

para que entregassem os camaradas,

os aparelhos,

onde clandestinamente o partido se organizava.

Camarada Secretário Geral fez a chamada dos desaparecidos,

que foram torturados até a morte,

e, as famílias de sangue, dos lutadores e de coração,

nem tiveram o direito de o enterrarem,

embora estejam presentes nas lutas,

nas fábricas, nos campos, nas crianças sem perspectivas de futuro,

nas mulheres e nos homens oprimidos pela exploração do capital, nos momentos de luta

e de congraçamento.

Junto deles, os que também se encantaram, mas que aqui compartilharam os melhores dias de suas vidas

pela causa do socialismo,

homens e mulheres, como

David Capristano, Hiran Pereira, Gregório Bezerra, Luiz Carlos Prestes, Olga Benário, Raimundo, Mariguella, Ana Montenegro e tantos outros e outras,

que deixaram seu exemplo e sua obra para que pudéssemos seguir adiante,

caminhando,

lutando,

costruindo o PCB e a luta de massas.

Junto com a Conferência,

muitas outras reuniões paralelas ocorreram,

da aguerrida juventude,

das mulheres lutadoras,

dos solidários internacionalistas,

do incasável e barulhento movimento sindical,

dos mestres professores,

do Comitê Central e para finalizar esse dias de debates e teses,

mais um ato de solidariedade à figura lutadora,

que caiu em combate,

lutando pelo socialismo,

defendendo a Colômbia,

a América Latina,

enfrentando o Imperialismo.

Alberto Cano, ao que todos responderam "PRESENTE!".

Havia pessoas de diversas camisas,

a do PCB, a da CCCP, do Flamengo, do Vasco,

do Corinthians, do Cruzeiro, do América Mineiro, do Grêmio,

do Palmeiras, do CHE, da Palestina...

mas, nesta diversidade de cores e clubes,

o que ficou marcado,

foi a nossa unidade,

o fortalecimento do que nos indica

que a Revolução tem o caráter Socialista,

que hoje mais do que nunca,

é fundamental a organização do Partido,

cada um em uma base,

cada qual na luta sindical, estudantil, nos movimentos sociais.

o PCB é cada um, somos todos nós,

"De norte a sul, e no País inteiro,

Viva o Partido Comunista Brasileiro!"

Por Roberto Arrais (PCB Pernambuco)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Espanha: Secretário-geral do PC agradece militância por eleição


22 de Novembro de 2011 - 20h21
Espanha: Secretário-geral do PC agradece militância por eleição

O Secretário-geral do Partido Comunista da Espanha (PCE), José Luis Centella, leva de volta o partido ao Congresso dos Deputados, eleito pela Izquierda Unida (IU, na sigla em espanhol) de Sevilha no último domingo (20).

José Luis Centella, secretário-geral do PC da Espanha

José Luis Centella, secretário-geral do PC da Espanha
Para Centella, os resultados foram obtidos com "trabalho e capricho" da organização. "Lutaremos pela regeneração democrática deste país, trabalharemos pela democracia econômica e a distribuição da riqueza e levaremos a voz da classe trabalhadora ao Parlamento", afirmou.

No último domingo, o PCE felicitou o resultado eleitoral da Esquerda Unida, apesar do sistema eleitoral antidemocrático vigente no país. A EU elegeu 11 deputados, como explicou o Coordenador Federal da organização e deputado por Madri, Cayo Lara.

"Na realidade, o número de votos na EU corresponderiam a 25 deputados eleitos, isso significa que o sistema roubou 14 vagas que seriam nossas, mais ainda que a outros partidos", afirmou.

Leia abaixo a carta de José Luis Centella à militância após a divulgação dos resultados das eleições gerais de 20 de novembro:

Carta de José Luis Centella, Secretario-geral do PCE, à militância

22 de novembro de 2011

Camaradas:

Os resultados das eleições gerais confirmam a vitória do PP, que obtém uma ampla maioria parlamentar, que complementa suas vitórias nas eleições municipais e regionais de maio passado.

Com esta maioria parlamentar absoluta (obtida graças à injusta lei eleitoral, que nos faz padecer), o PP controlará a quase totalidade do poder institucional do Estado, desde o local até o central e, portanto, terá plena capacidade matemática para aplicar suas políticas neoliberais.

É significativo que este resultado, que confirma nossa análise de que o PSOE estava estendendo o tapete vermelho para que o PP caminhasse até a porta do Palácio de Moncloa (sede do governo), tenha acontecido mais por repúdio ao PSOE que por méritos próprios. Assim, em relação a 2008, o PP só obteve 541.358 votos a mais, enquanto que o PSOE perdeu 4.315.455, dos quais mais de um milhão aconteceram por abstenção.

A Esquerda Unida obtém o melhor resultado desde 1996, elegendo 9 deputados a mais que em 2008, com um acréscimo de 710.864 votos em relação àquele ano. Importante também é o aumento da votação no UPyD, como um voto do eleitorado mais moderado do PSOE, isto é, daqueles que rechaçam a política errática do PSOE e, às vezes, também da Esquerda Unida, sobre o modelo de Estado. Ainda assim, se beneficia da boa imagem de Rosa Diez e de seu caráter de força democrática-radical, no sentido italiano do termo.

A partir deste novo mapa político, devemos nos preparar para agir e dar respostas a partir das políticas que aprovamos e que entendemos serem invariáveis, já que o PP não só não vai mudar a política de submissão aos mercados e de cortes de direitos sociais e democráticos, como também vai aprofundá-los mais ainda.

Há três anos, em novembro de 2008, o PCE, junto com outros companheiros, deu impulso a uma nova etapa na Esquerda Unida, baseada em um discurso anticapitalista, republicano e federal, no desenvolvimento da organização como movimento político e social, tudo isso marcado em seu processo de refundação.

Um ano depois, o 18º Congresso do PCE ratificou essa política, a partir da aposta inequívoca no envolvimento do Partido na Esquerda Unida e na manutenção da CC.OO. (Comissiones Obreras) como nossa referência no movimento sindical.

Foram três anos difíceis, às vezes com incompreensões por parte de alguns e rasteiras por parte de outros. Tivemos de fazer frente às "operações" que pretendiam eliminar a EU do mapa político, para construir uma esquerda "mais palatável", que naturalmente perderia de seu bojo o PCE.

Tivemos de vencer a batalha da coerência no discurso, buscando o foco do conflito capital-trabalho. Ganhamos credibilidade no conflito social e na política de alianças. Tudo isso, hoje, sai reforçado com o resultado eleitoral e a própria composição do grupo parlamentar da EU e nos permite olhar para o futuro com otimismo, mas com a responsabilidade de que agora é quando devemos aumentar ainda mais nossas apostas para melhorar a federação, a organização, a mobilização a partir da base, tudo que foi teorizado na Assembleia Federal agora deve se concretizar.

Nesse sentido, o êxito eleitoral da EU é o êxito de uma linha política, de uma equipe de direção e de uma estratégia de refundação, complementada pela Convocatória Social, linha política e estratégica na qual o PCE está plenamente integrado.

A partir da valorização positiva queremos felicitar o conjunto da militância, que contribuiu para desenvolver a EU em cada território, que contribuiu para melhorar nosso trabalho no movimento operário e, concretamente, a nos dar a referência na nova etapa, também vivida pelas CC.OO.; Queremos felicitar aos que deram o melhor de si mesmos em apoio às candidaturas da EU, entendendo que esta, e nenhuma outra, era a política aprovada pelo 18º Congresso do PCE.

Queremos felicitar também o conjunto da EU e suas federações, a todas as organizações com as quais compartilhamos a candidatura, demonstrando que a aposta pela unidade da esquerda em torno de um programa é uma esperança para 1,7 milhão de pessoas.

Hoje é dia de celebrações, de felicitações, mas também quero, de novo, deixar claro que o bom resultado obtido supõe uma responsabilidade que o Partido deve assumir para aprofundar na evolução dos acordos do 18º Congresso, não só no que se refere à EU, mas também sobretudo no que se refere ao desenvolvimento da unidade da esquerda, em torno de uma Alternativa Social Democrática e Anticapitalista. Deve-se desenvolver isso nas instituições e também nas ruas. Temos de estar mais que nunca dispostos a buscar as alianças sociais e políticas máximas na defesa dos direitos dos trabalhadores que o PP vai tratar de cortar, em sintonia com as políticas de ajuste que defendem, a partir dos "mercados" .

Nos próximos dias, os orgãos do Partido analisarão a nova realidade do período pós-eleitoral, para assim determinar nossa ação política nos próximos meses, quando também deveremos avançar no fortalecimento da organização do Partido, já que a nova etapa que deveremos enfrentar necessita de um partido organizado, ativo e atuante no conflito social.

O conjunto da militância, começando pelas suas organizações mais básicas até as mais elevadas, deve participar deste debate e deve colocar em marcha as tarefas propostas pelo Comitê Federal. Os próximos quatro anos exigirão muito dos trabalhadores e o partido, mais uma vez, tem de estar à altura das circunstâncias.

Fonte: Mundo Obrero

Partido de Vladimir Putin pode perder maioria constitucional

Sexta-feira, Novembro 25, 2011

O Partido Rússia Unida, dirigido pelo primeiro-ministro Vladimir Putin, poderá perder a maioria constitucional na câmara baixa do Parlamento Russo, mas manter a maioria relativa, apontam sondagens hoje publicadas por centros de estudo de opinião pública.
Segundo o estudo do Levada Center, o Partido Rússia deverá conquistar, nas eleições parlamentares de 4 de dezembro, 53 por cento dos votos, o que lhe dará 252 assentos na Duma Estatal, câmara baixa do Parlamento da Rússia.
Em comparação com o escrutínio de 2007, o partido de Putin poderá perder cerca de 60 deputados.
Nas eleições de 2007, o Rússia Unida conquistou 64,3 por cento dos votos e 315 dos 450 deputados eleitos, o que lhe permitia fazer alterações constitucionais. Por exemplo, o mandato do Presidente da Rússia passou de 4 para 6 anos e o da Duma Estatal de 4 para 5.
O segundo lugar pertencerá ao Partido Comunista da Federação da Rússia, que conseguirá 20 por cento dos vostos, sendo seguido do Partido Liberal Democrático (nacionalista) com 12 por cento e do Partido Rússia Justa (centro-esquerda) com 9 por cento.
As restantes três forças políticas que participam no escrutínio: Partido Iabloko (liberal), Causa Justa (centro-direita) e Patriotas da Rússia (centro-esquerda) não deverão conseguir mais do que um por cento dos votos.
Só terão representação parlamentar, as forças políticas que superarem a barreira dos 7 por cento.
Outra sondagem, desta vez do Instituto de Estudo da Opinião Pública (VTSIOM), aponta que o Rússia Unida poderá conquistar 53,7 por cento dos votos e 262 dos 450 mandatos.
O Partido Comunista conseguirá 16,7 por cento, o Partido Liberal Democrático – 11,6 por cento, o Rússia Justa 10 por cento.
Quanto aos restantes três partidos, o Iabloko poderá conquistar 2.9 por cento, o Causa Justa – 1,7 por cento e o Patriotas da Rússia – 1,6.
Se estas previsões se concretizarem, o Partido Rússia Unida verá a sua presença na Duma reduzida de 315 para 262 mandatos; o Partido Comunista aumentará de 57 para 82; o Partido Liberal Democrático crescerá também de 40 para 57 e a Rússia Justa subirá de 38 para 49 mandatos.
O mesmo estudo aponta uma afluência às urnas da ordem dos 58 por cento dos inscritos.
Hoje é o última dia em que é permitido publicar sondagens antes do acto eleitoral de 04 de dezembro.
Publicada por Jose Milhazes em 19:51 2 comentários

Rússia: Ziugánov expõe programa de candidatura comunista

Rússia: Ziugánov expõe programa de candidatura comunista

O líder do Partido Comunista da Federação Russa, Gennadi Ziugánov, candidato a presidência nas eleições que se realizarão em março de 2012, apresentou seu plano de governo para reconstruir o grande país, saqueado e sucateado pelo regime selvagem imposto após a desintegração da União Soviética, na década de 1990.

O dirigente comunista afirmou que “chegando ao poder, as forças patrióticas transformarão o país e mudarão o destino da Rússia no interesse dos trabalhadores e do povo”. O plano divulgado abrange três questões principais: garantir a segurança nacional; iniciar a transição da decadência econômica para um desenvolvimento acelerado; e superar a pobreza e a degradação social que atinge amplos setores da população.

Para conseguir isso, Ziugánov assinalou que “o governo de confiança nacional se centrará no fortalecimento da posição da Rússia no âmbito internacional. Começará a libertar o país da ditadura das regras do mundo globalizado: o governo garantirá a soberania da Rússia e oferecerá condições favoráveis para seu desenvolvimento”.

O secretário-geral do PCFR, referindo-se à política exterior proposta, disse que as novas relações internacionais da Rússia adotarão a soberania e a equidade nas relações com os estados, e defenderão o fortalecimento do papel da ONU e a limitação da influência da Otan.

A frente liderada pelo Partido Comunista defende uma política econômica independente, que assegure o desenvolvimento sustentado e acelerado da Rússia. “Para isso há que libertar-se das destrutivas leis de mercado e restaurar a regulamentação da vida econômica pelo Estado. A condição mais importante para a reconstrução da economia será a propriedade estatal de todos os setores estratégicos. Vamos levar a cabo a nacionalização das matérias primas e outras indústrias principais. Essa medida se concentrará em mãos do Estado. Entre os setores que o PCFR planeja nacionalizar ganhando as eleições se encontram o petróleo, o gás, a energia elétrica, a metalurgia, a indústria de construção de máquinas e equipamentos, a construção de aviões, além de outros setores chaves na produção industrial”, detalhou.

O Governo Popular, disse Ziugánov, “porá em marcha uma nova industrialização do país, assegurando o restabelecimento do potencial econômico da Rússia. A base para isso será a nova industrialização realizada sobre a base do progresso científico e tecnológico”.

O plano do PCFR pretende restabelecer a justiça social e garantir a capacidade de produção da alimentação de toda a população do país. Para isso, os comunistas apoiarão a restauração das fazendas coletivas, pondo fim à especulação do solo.

“Sob a nossa liderança, o governo nacional vai criar um novo clima social e sociocultural. No país se imporá a amizade entre os povos desta nação. Devolveremos às pessoas a alegria de um trabalho criativo e socialmente significativo, pelo bem da pátria e da família. O governo levará uma luta decisiva contra o desemprego; garantirá a seguridade social e a preservação do desenvolvimento humano, o que será determinado pelas prioridades da política social do governo”, concluiu Ziugánov.

Fonte: Hora do Povo

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Rússia se reconcilia com a linha dura na política externa

Rússia se reconcilia com a linha dura na política externa


A Rússia, que se recusa com obstinação a se juntar às nações Ocidentais para condenar a repressão na Síria, defende seus interesses na região e reata com o "niet" da guerra fria, para reafirmar seu papel de grande potência, 20 anos após a queda da URSS, estimam analistas.

Moscou vetou no mês passado, no Conselho de Segurança da ONU, uma resolução ocidental condenando a repressão a manifestações por parte do regime de Bashar al-Assad, mais e mais isolado no cenário internacional, opondo-se, em seguida, a todas as sanções contra seu aliado sírio.

No momento em que a violência fez, segundo as Nações Unidas, pelo menos 3.500 mortos desde o início da revolta, em meados de março, o chefe da diplomacia russa, Sergue¯ Lavrov, acusou na semana passada a oposição síria de fazer o país correr o risco de uma "guerra civil".

O primeiro-ministro e homem forte do país, Vladimir Putin, fez um apelo à "moderação", na sexta-feira, em Moscou ao ministro francês François Fillon, que buscava intensificar a pressão internacional sobre Damasco.

A Rússia também se opõe a novas sanções reclamadas pelos Ocidentais contra o Irã, por seu programa nuclear controverso, defendendo, assim, uma linha dura que lembra a da URSS de Andre¯ Gromyko, o ministro das relações Exteriores de 1957 à 1985, chamado de o "Senhor Niet".

"Apesar das mudanças econômicas e políticas, a Rússia herdou muito da diplomacia da URSS, e dá prosseguimento, em inúmeros assuntos, à tradição da época de Stalin e Brejnev", afirma o cientista político Evgueni Volk, da Fundação Yeltsin.

A política externa russa continua assim, segundo ele, após os parênteses dos anos 1990, seguidos pela derrubada do regime soviético (1991), a "ter como base o antiamericanismo", mostrando-se compreensiva com antigos aliados da URSS como Cuba, Coreia do Norte e Irã, acrescentou ele.

Sob o regime de Vladimir Putin, que considerou a queda da URSS "a maior catástrofe geopolítica" do século XX, a Rússia procura reconquistar a influência perdida, apresentando-se como grande potência rival dos Estados Unidos.

As tensões com o Ocidente sobre a Síria e o Irã acontecem, também, antes de importantes eleições na Rússia: as legislativas de 4 de dezembro e a presidencial, de março de 2012, com o retorno esperado ao Kremlin de Putin, que já foi presidente de 2000 a 2008.

"A Rússia não vai abandonar seus aliados, principalmente antes das eleições marcadas pela subida de tom do nacionalismo", considera Volk.

A firmeza da diplomacia russa sobre a Síria e o Irã contrasta, no entanto, com a decisão de Moscou, de março, de se abster na votação, no Conselho de Segurança da ONU, da resolução que autorizou a intervenção internacional na Líbia.

Uma decisão - mesmo se a Rússia criticou depois os bombardeios da Otan - interpretada como uma concessão feita aos Ocidentais, da qual Moscou não tirou nenhuma vantagem.

Após ter assinado contratos promissores no país, sob o regime de Kadhafi - armamentos, estradas de ferro, projetos de exploração de petróleo - a Rússia soma, hoje, suas perdas, em vários bilhões de dólares.

O apoio da Rússia a regimes como o de Damasco se explica, também, pela defesa de seus interesses, uma vez que Moscou é um importante fornecedor de armas à Síria e ao Irã, onde os russos construíram a primeira central nuclear do país.

domingo, 20 de novembro de 2011

EUA: mãe de soldado morto se compromete com presos cubanos 20 de novembro de 2011

A mãe de um soldado americano que morreu na guerra do Iraque disse, em visita a Cuba, que "tem um compromisso" com as libertações de quatro cubanos presos em seu país acusados de espionagem e envolvimento no abatimento de dois aviões. As informações são da agência Ansa.

Cindy Sheehan participou de um encontro em Holguín, a 900 km da capital Havana, com 400 pessoas de cerca de 50 países que pediram a Washington a libertação dos cubanos presos desde 1998.

Sheehan entregou às mães dos condenados Antonio Guerrero e Fernando González, considerados heróis nacionais na ilha, um colar, presente de seu filho morto, Casey.

Além deles, também estão presos Ramón Labañino e Gerardo Hernández. Recentemente, um quinto cubano que estava detido nos Estados Unidos, René González, pelas mesmas acusações, saiu da cadeia. Apesar disso, ele ainda deve cumprir uma pena de três anos de liberdade assistida em território americano.

Autoridades cubanas já admitiram que os "cinco heróis" trabalhavam como agentes, mas afirmaram que sua missão era impedir atos terroristas contra o então presidente Fidel Castro e que, portanto, eles não ameaçavam a segurança dos Estados Unidos.

Cultura negra é cada vez mais presente no visual e nas músicas preferidas pelos jovens

A expressão “orgulho de ser negro” foi abolida do vocabulário de muitas pessoas por medo do preconceito. Com o passar do tempo, porém, o resgate cultural fez com que os negros assumissem a “negritude” na maneira de ser. Cada vez mais difundida entre os jovens brasileiros, a cultura afro está presente no visual, nas preferência musicais, nos estudos e na religião.

Por influência da mãe, o motoboy Calleb Augusto do Nascimento, de 22 anos, começou a se engajar no movimento negro há quatro anos. O conhecimento do mundo afro fez com que o rapaz mudasse seu estilo e assumisse suas preferências musicais, no caso, o reggae. “Fiz o rasta [penteado característico dos apreciadores do reggae] para me diferenciar, quis mostrar meu estilo black. Se você for ver, 80% dos homens negros têm cabelo rapado. Eu sou o único entre os meus amigos [que tem esse visual]”. Para ele, o negro está conseguindo conquistar o seu espaço, pois está mais “desinibido para isso”.

Cada vez mais, os jovens estão se identificando com a cultura negra. Prova disso são os dados do Censo 2010, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrando que os jovens brasileiros entre 15 e 24 anos se declaram pretos e pardos mais do que os adultos. De 34 milhões de jovens nessa faixa de idade, 18,5 milhões se autodeclararam pretos e pardos. Dentre os adultos, 54 milhões dos 107 milhões dessa faixa etária (25 a 59 anos) se disseram pretos ou pardos.

De acordo com o sociólogo e professor do Decanato de Extensão Universitária da Universidade de Brasília (UnB) Ivair Augusto Alves dos Santos, o movimento de resgate cultural negro começou na década de 1950. “Em 1970, a mudança foi física, ou seja, na aparência, com o movimento Black Power. Na década de 2000, a mudança é política e envolve o debate de ações afirmativas.”

Santos atribui esse movimento impulsionado pela juventude às transformações tecnológicas, uma vez que os jovens negros de hoje têm mais possibilidades. “Se compararmos as possibilidades, vemos que são maiores. Você tem grupos de música que conseguem atingir grandes massas, tem mais informações também.

A cabeleireira Rosemeire de Oliveira, de 32 anos, aponta uma mudança de mentalidade no país, lembrando que, antigamente, ninguém falava sobre “o que é ser negro”. Ela trabalha em um salão afro de Brasília há 12 anos. A maioria dos clientes, segundo ela, são os jovens. “Teve uma época que ser negro era moda. Agora, os negros realmente estão se assumindo e aprendendo a se gostar mais.”

A trança de raiz é o penteado mais popular no salão de Rosemeire. embora também haja procura por alisamento. “Tem gente que alisa o cabelo porque gosta, mas tem outras que o fazem porque o trabalho impõe ou para se sentirem mais iguais às outras pessoas. Essas ainda não se assumiram”, disse a cabeleireira.

Cliente de Rosemeire desde criança, a estudante Brenda Araújo Soares Alexandrino de Souza, de 14 anos, usa tranças no cabelo desde os 3 anos. “Tinha cabelo volumoso e minha mãe fazia as tranças. Minhas amigas gostam, admiram e estão pensando em fazer.” adolescente, que faz aniversário hoje (20), Dia da Consciência Negra, acredita que as pessoas estão se identificando mais com a cultura. “Antigamente, não tinham coragem de se mostrar por causa do preconceito. Eu não tenho medo disso.”

O percussionista baiano Ubiratã Jesus do Nascimento, de 40 anos, conhecido como Biradjham, cresceu envolvido com a cultura negra. Há 25 anos trabalha com música e já tocou com bandas famosas da Bahia.Adepto do candomblé, Biradjham diz que os negros têm mais liberdade atualmente. "O movimento está mais forte. A mudança cultural vem de muito tempo, mas hoje tem mais força".
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Saudação ao Povo Negro

Saudação ao Povo Negro


16 Novembro 2011



O Partido Comunista Brasileiro associa-se às celebrações pela passagem do Dia da Consciência Negra


O comprometimento de nosso partido para com as lutas pela valorização do negro brasileiro vem de longa data. Já em julho de 1930 denunciávamos a persistência de elementos de escravidão na situação real experimentada pelos negros do país, não obstante a tão propalada Abolição da Escravatura. Neste mesmo ano, nas eleições presidenciais, apresentamos ao povo a candidatura de Minervino de Oliveira, militante de nosso partido, que se tornou então o primeiro negro e o primeiro operário a disputar a presidência da república.

Em nossa Primeira Conferência Nacional de julho de 1934, realizada na mesma época em que se iniciava a propagação da tese da “democracia racial brasileira”, denunciávamos o racismo das classes dominantes e nos comprometíamos a apoiar todas as lutas pela igualdade de direitos econômicos, políticos e sociais de negros e índios.

Ainda em meados da década de 30, o intelectual comunista baiano Edison Carneiro iniciava uma vasta e significativa obra de investigação e resgate da cultura afro-brasileira, tornando-se um dos pioneiros em tal campo de estudos e uma referência fundamental até os dias de hoje. Este mesmo Edison Carneiro, com o apoio de outros intelectuais comunistas como Jorge Amado e Aydano do Couto Ferraz, criava, no ano de 1937, a União de Seitas Afro-Brasileiras, a primeira entidade criada no país com o objetivo de proteger e cultivar os valores e as tradições religiosas de matriz africana.

Na década de 1940, o PCB solidificou seu engajamento na luta contra o racismo e em defesa da cultura afro-brasileira. Sob sua legenda elegeu-se, em 1945, Claudino José da Silva, primeiro negro a exercer mandato parlamentar e primeiro constituinte negro da história do Brasil. Durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte de 1946, coube ao escritor e deputado comunista Jorge Amado a elaboração do projeto da primeira lei federal que estabeleceu a liberdade para a prática das religiões afro-brasileiras. Este período registra também a criação do Teatro Experimental do Negro, que tem como um de seus principais expoentes o ator, poeta e teatrólogo comunista Francisco Solano Trindade, que marcaria com sua atividade intensa a arte popular brasileira das décadas seguintes. Alguns anos mais tarde, apareceram os primeiros trabalhos de Clóvis Moura, então vinculado ao PCB, cuja produção aportaria uma importante contribuição aos estudos históricos e sociológicos sobre o negro no Brasil.

Se no passado nós comunistas estivemos presentes em praticamente todos os momentos relevantes da trajetória do povo negro brasileiro, no presente continuamos a apoiar e nos envolver com essas lutas. Apoiamos as reivindicações imediatas e conquistas parciais do movimento negro como a titulação das terras das comunidades remanescentes de quilombos e o Estatuto da Igualdade Racial. No entanto, compreendemos que nenhuma destas conquistas estará assegurada no futuro enquanto perdurarem: a) o esvaziamento e sucateamento das universidades públicas, a privatização e a mercantilização do ensino; b) o controle do Estado pelos grandes proprietários fundiários e a subordinação da política agrária do governo aos interesses do agro-negócio; c) a hegemonia dos interesses do grande capital nacional e internacional no interior da sociedade brasileira e a subordinação das necessidades do povo à lógica da acumulação capitalista.

Para que as atuais conquistas sejam mantidas e aprofundadas e para que novas sejam alcançadas é essencial que as lutas do povo negro, sem prescindir de sua especificidade, estejam combinadas às lutas gerais do povo e dos trabalhadores brasileiros. É necessário somar esforços aos movimentos em defesa de uma universidade pública gratuita e de qualidade, voltada para a resolução dos problemas nacionais e para a promoção social das classes populares, apoiar as ações contra o monopólio da propriedade da terra pelos grupos latifundiários e por uma reforma agrária ampla e radical, mobilizar-se enfim, por um poder político que seja a encarnação da vontade de negros e negras, trabalhadores das cidades e dos campos, pequenos proprietários urbanos e rurais, artistas e intelectuais avançados.


Salve o Dia da Consciência Negra!



PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lídice da Mata exalta trajetória de Carlos Mariguella e defende criação de memorial em Salvador

Por ocasião das comemorações do centenário de nascimento do líder guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969), que morto pela ditadura militar, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) anunciou o resgate histórico da memória do combatente. Nascido em Salvador, Marighella foi membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que representou na Constituinte de 1946 e do qual saiu em 1967. No ano seguinte fundou o grupo Ação Libertadora Nacional (ALN), que se engajou na luta armada, nos anos de chumbo do regime militar. - Cresce no Brasil um amplo movimento de reconhecimento histórico que atribui a Marighella papel importante para a redemocratização do país. Nessa conjuntura, foi recentemente lançada a campanha Pró-Memorial Marighella Vive, que pretende levantar recursos para construir em Salvador um memorial dedicado à difusão e à memória do seu pensamento político – discursou Lídice da Mata. A senadora anunciou a campanha pela criação do Memorial Marighella Vive, que teve início no dia 4 deste mês, com o início das comemorações no Cemitério da Quinta dos Lázaros, em Salvador. Ela informou que as comemorações prosseguirão no dia 5 de dezembro, data em que ele completaria cem anos se vivo, na qual a Comissão de Anistia, em sessão simbólica no Teatro Vila Velha, fará pedido formal de desculpas à família de Carlos Mariguella por seu assassinato. Em 1929, aos 18 anos, Marighella iniciou o curso de engenharia civil na antiga Escola Politécnica da Bahia e, em 1932, ingressou na Juventude Comunista. Naquele ano, continuou Lídice da Mata, ele participou de manifestações contra o regime autoritário implantado pela Revolução de 1930, tendo escrito e divulgado um poema ridicularizando o então interventor da Bahia, Juracy Magalhães. Em conseqüência, pela primeira vez foi preso e espancado, por determinação expressa do interventor. Em 1936, abandonou o curso de engenharia e mudou-se para São Paulo, por exigência da direção do PCB, com a tarefa de reorganizar o partido, duramente reprimido após o fracasso da Intentona Comunista de 1935. Marighella foi anistiado em 1937, mas logo novamente foi preso e torturado. Durante a ditadura de Getúlio Vargas, foi encarcerado em presídios na ilha de Fernando de Noronha e na Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Durante a Constituinte de 1946, o líder comunista representou o estado da Bahia. - Na Câmara dos Deputados, teve uma atuação marcante, despontando como um dos mais combativos parlamentares daquela legislatura – afirmou. Nos anos seguintes ao golpe de 1964, Marighela se afasta do PCB, que era contrário à luta armada. Outros militantes abandonam o partido, relatou a senadora, e aderiram à iniciativa de Marighella, que partiu para a luta armada. - Capturar Marighella, vivo ou morto, tornou-se, então, uma questão de máxima prioridade para o regime militar, mais ainda: tornou-se uma questão de ‘honra’ – continuou a senadora, lembrando que cartazes foram espalhados por todo o Brasil, e sua perseguição envolveu toda a estrutura dos órgãos de repressão, até seu assassinato, em 4 de novembro de 1969, na Alameda Casa Branca, em São Paulo. A senadora encerrou mencionando as homenagens prestadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo escritor Jorge Amado (1912-2001), que também foi constituinte em 1946 pelo Partido Comunista, por ocasião da chegada a Salvador, em 1979, dos restos mortais do líder guerrilheiro. Da Redação / Agência Senado

terça-feira, 15 de novembro de 2011

ISRAEL NUCLEAR REVISITADA

ISRAEL NUCLEAR REVISITADA Joseph Massad O relatório divulgado pela Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA) fez com que as tensões aumentassem no Oriente Médio, pois teve um nítido caráter político, além de estar afetado ideologicamente, defendendo apenas os interesses dos lobbies sionistas situados no interior dos Estados Unidos e mundo. O mundo não pode ficar a mercê de alguns dirigentes aloprados que pouco se importam com o sofrimento que causarão a terceiros seus atos insanos. Será importante realizar uma leitura atenta no artigo abaixo transcrito: “Israel Nuclear Revisitada” escrito por Joseph Massad e traduzido ao português pelo grupo Vila Vudu e confiram quais são as motivações que estão levando Israel a solicitar a efetivação de um ataque militar contra as instalações nucleares do Irã e com isso provocar um conflito bélico generalizado no mundo. Jacob David Blinder Sexta feira, 11 de novembro de 2011 ISRAEL NUCLEAR REVISITADA 10/11/2011, Joseph Massad, Al-Jazeera, Qatar Nuclear Israel revisited Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu Joseph Massad é professor associado de Política e História Intelectual Árabe Moderna na Columbia University, em New York. Quantas vezes será preciso recontar essa história? É sabida de todos nos EUA, na Europa, no mundo árabe, de fato, no mundo inteiro. Lê-se sobre isso na imprensa internacional desde o final dos anos 1960s. Os detalhes históricos do caso são também bem conhecidos. Em 1955, o presidente Dwight Eisenhower deu a Israel o primeiro pequeno reator nuclear em Nahal Sorek; em 1964, os franceses construíram para Israel o muito maior reator nuclear Dimona, no deserto de Naqab (Negev); em 1965, Israel roubou dos EUA, 90,9 kg de urânio enriquecido para fazer bombas (ação de espiões israelenses numa empresa da Pensilvania, Nuclear Materials & Equipment Corporation); em 1968, Israel sequestrou um navio liberiano em águas internacionais e roubou a carga de 200 toneladas de yellowcake que o navio transportava. Desde o início dos anos 1970s, Israel tem bombas atômicas. Apesar dos desmentidos oficiais, todo o mundo sabe que Golda Meir, quarta primeiro-ministro de Israel, esteve a um passo de lançar 13 bombas nucleares sobre Síria e Egito em 1973 e só desistiu de cometer esse ato de genocídio quando Henry Kissinger deu a Israel toda a capacidade aérea de ataque, a maior da história naquele momento, de que Israel precisava para reverter o curso da guerra de 1973 (como a revista Time noticiou o caso). Israel manteve estreita colaboração na construção de armas nucleares com o regime de apartheid da África do Sul durante décadas, colaboração que só terminou quando terminou o regime de apartheid da África do Sul, em 1994. Desde então, especialistas estimam que Israel tenha mais de 400 bombas atômicas, incluindo armas termonucleares que chegam ao nível de megatons, além de bombas de nêutrons, armas nucleares táticas e ogivas para transporte das bombas. Também tem o sistema de mísseis necessário para lançar suas bombas, com alcance de 11.500km (maior que a distância que separa Israel e Irã). Israel também tem submarinos capazes de lançar ataques nucleares e jatos capazes de entregar onde queiram a carga nuclear que Israel decida usar, contra quem decida usar, quando decida usar. Diligentemente, Israel sempre impediu que seus vizinhos sequer construíssem reatores nucleares para finalidades pacíficas. Violou a lei internacional ao bombardear o reator nuclear Osirak que os franceses estavam (em 1981) construindo para o Iraque, em ataque aéreo não provocado, apesar de o reator estar sendo construído para ser usado, conforme declaração dos governos de França e Iraque, para pesquisa científica. Israel também bombardeou o que, segundo relatórios de inteligência seria um reator nuclear que a República Popular da Coreia (Coreia do Norte) estaria construindo na Síria em 2007. O Mossad (serviço secreto israelense) várias vezes foi associado ao assassinato de inúmeros cientistas e físicos nucleares egípcios, iraquianos e iranianos, ao longo de décadas. Israel não assinou e continua a recusar-se a assinar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e não autoriza nenhum tipo de inspeção, pelos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, no seu reator Dimona. Israel, país agressivo e predatório que tem longa história de ataques contra países vizinhos desde que foi ‘fundado’, expulsou centenas de milhares de pessoas, criou milhões de refugiados palestinos, libaneses e egípcios, assassinou dezenas de milhares de civis e usou armas proibidas pela legislação internacional (de bombas de napalm a bombas de fósforo, para citar só os casos mais bem conhecidos), continua a ocupar territórios palestinos, e o povo palestino vive sob ocupação estrangeira, o que viola a lei internacional. Israel é governada por uma ideologia de estado fundamentalista, racista, antimuçulmana e antiárabe, à qual aderem seus governantes, suas instituições de governo e, também, sua cultura popular e política e muitas das leis do estado israelense. De fato, Israel não apenas vive de fazer guerra quase ininterrupta contra seus vizinhos como, também, exige que as potências ocidentais invadam os países vizinhos de Israel e, simultaneamente, patrocina campanhas de ódio racista contra árabes e muçulmanos nos EUA e em toda a Europa, além de incorporar a mesma ideologia racista nos currículos de escolas e universidades e em grande parte da produção cultural nacional israelense. Políticas racistas Os EUA, protetores de Israel, são o único estado da Terra que algum dia, deliberadamente, usou bombas atômicas contra populações civis e até hoje, 66 anos depois, ainda defende aquela decisão, que levou àquele ato genocida, e ensina a população, nas escolas e pela imprensa, a também defendê-lo. Os EUA também cuidam de evitar que o arsenal atômico de Israel jamais seja discutido no Conselho de Segurança da ONU, apesar das persistentes propostas para que a questão nuclear israelense seja julgada naquele fórum. A insistência com que os EUA cuidam de manter como “segredo” (conhecido de todos) a capacidade nuclear de Israel é construída e mantida, dentre outros motivos, para manter ativa a ajuda que os EUA continuam a dar a Israel, apesar de a condição essencial para receber esse tipo de ajuda ser que os países receptores sejam signatários do Tratado de Não Proliferação... que Israel nunca assinou e recusa-se a assinar. Mesmo assim, os EUA e Israel, que há muito tempo são as principais ameaças à paz mundial e, de fato, os mais ativos provocadores de guerras em todo o mundo desde a II Guerra Mundial, insistem em dizer ao mundo que o Irã seria ameaça à paz mundial, caso possua uma bomba atômica. O Irã é país que invadiu país algum (ao contrário, o Irã foi atacado pelo Iraque de Saddam em 1981, por decisão das ditaduras comandadas pelas ricas famílias do petróleo do Golfo e seus patrocinadores EUA e França). Deixando-se de lado, por um momento, as políticas racistas dos EUA que definem quem poderia e quem não poderia ter armas nucleares (segundo um critério racista que determina que só europeus e seus aliados europeus poderiam ter o que quer que seja), é preciso dizer que, se há corrida nuclear no Oriente Médio hoje, foi gerada e estimulada pelo espírito violento e belicista de Israel e pelo fato de que, em toda a região, só Israel mantém arsenal ativo de armas de destruição em massa. Se se tratar de o Oriente Médio ser zona livre de armas nucleares, nesse caso o esforço da comunidade internacional deve começar por desarmar Israel – o único país na região que tem bombas atômicas. E que deixem em paz o Irã – onde o mundo nem sabe se há ou não, ou se estão em desenvolvimento ou não, essas armas. O racismo do governo Obama contra árabes e muçulmanos não conhece limites. Mas, entre os povos do Oriente Médio (árabes, turcos e iranianos), os critérios racistas de Obama não persuadem ninguém. Ter ou não ter armas nucleares é questão de segurança humana, no que diga respeito a quem viva próximo de Israel. Ter armas nucleares não é privilégio racial nem dos norte-americanos nem dos europeus. É possível que os EUA não temam as bombas atômicas de Israel. Mas quem viva perto de Israel, países e populações civis que há muitos anos são alvo do terror israelense, temem Israel. Por muitos bons motivos, que todos na região conhecem. Só depois que Obama aprender essa lição, se aprender, os povos da região voltarão a ver alguma seriedade e poderão atribuir alguma credibilidade à sempre tão repetida (falsa) preocupação dos EUA com a “proliferação” nuclear. Complexo nuclear de Dimona, deserto Neguev, Israel. Segundo informes de autoridades iranianas, esse complexo será bombardeado caso Israel ataque as instalações nucleares do Irã. Image Detail Caso o Irã faça a retaliação contra Dimona, muitas cidades de Israel situadas no entorno da base nuclear serão atingidas.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O assassinato de Alfonso Cano é uma bofetada na paz

A todos os povos irmãos, aos governos do mundo, a todos os movimentos de libertação, aos meios de comunicação nacionais e internacionais, aos que lutam dia a dia por conseguir a Justiça e a Igualdade social, à vocês a nossa opinião: Desde a raiva e a tristeza, desde os bairros e do povo, desde o coração dos que seguimos obstinados com os sonhos de liberdade e justiça. Desde aqui, com o sangue libertário da resistência de nossos antepassados, nos despedimos de ti, grande amigo, grande guerreiro latino-americano, grande exemplo a seguir, Alfonso, um “hasta siempre hermano!” É outro grande mártir semeado nas nossas almas, pelas aberrações de um inimigo que intenta nos dominar, que muitas vezes é estrangeiro, outros tantos são nacionais que claudicaram, pois suas mentes e seus corações já pertencem ao inimigo. Alfonso, é nosso dever não se submeter, aguentar, multiplicar, organizar e atuar. Cada quadro político, cada quadro revolucionário, cada militante, cada simpatizante deve fomentar teu exemplo. Jamais morrerá! E sim, sem nenhum temor nem vergonha, diremos ao mundo: Viva Alfonso Cano! Viva Marulanda! Viva as FARC-EP! Nosso compromisso não se limita à palavra de ordem, tampouco ao mural, menos ainda neste artigo. Nosso compromisso verdadeiramente está no esforço constante de aprofundar a revolução, de combater o inimigo, de lutar ao lado do povo pobre, contra a burguesia e o império. É imprescindível a formação moral e ideológica de cada camarada, de cada vizinho, de cada criança, de todos nós. De maneira profunda e constante, pois, o inimigo nos ataca com seus meios massivos de comunicação assim como com suas bombas e balas. Com Alfonso não puderam, nem com seu sedutor sistema capitalista, nem com seus alienantes cantos e modas, nem com o terror de suas armas, pois seu compromisso provém de seu espírito, de sua sólida ideologia, de sua clareza política, de sua estratégica formação militar. Por isso o inimigo recorreu a sua supressão, a seu assassinato, a sua eliminação física. E com isso intentam eliminar a dignidade de todo um povo que não se rende. Junto a Marulanda, a Raúl Reyes, a Ivan Ríos, ao negro Acacio, a Martín Caballero, a Jorge Briceño, e hoje estamos junto a Alfonso Cano, os esperançosos do mundo, sempre iremos crer que um mundo mais humano é possível e o merecemos. Somos milhões na América, milhões na África, milhões na Ásia, milhões no mundo, os que sempre atuaremos por um mundo melhor, de igualdades e justiça para todos. A semeadura em combate desigual e desproporcional, de nosso grande camarada, não nos desanima. Pelo contrário, nos impulsiona a nos fortalecer, a nos multiplicar, para seguir lutando. Vejam os cidadãos do mundo que somos na América Latina. Uma raça de guerreiros nascidos para a liberdade. Antes mortos do que vencidos. Com o Povo Pobre, tudo. Sem o Povo Pobre, nada. Junto à liderança do comandante Chávez. Alfonso Cano, mártir de América Latina. Bolívar Vive! A luta segue! Aos 200 anos de nossa independência. Desde as Terras dos Libertadores. Entre a raiva e a ternura, Coordenadora “Simón Bolívar”.

A LÍBIA QUE EU CONHECI

08 Novembro 2011 Georges Bourdoukan Estive na Líbia em setembro de 1979, por ocasião do décimo aniversario da Revolução que levou Kadafi ao poder. Me acompanharam na ocasião o cinegrafista Luis Manse e o operador de Nagra Nelson Belo. Estávamos ali pelo Globo Repórter, do qual eu era o diretor em São Paulo. Primeira surpresa. O hotel, para onde o governo nos enviou, estava totalmente ocupado por diplomatas. Perguntei ao embaixador do Brasil a razão dessa concentração. A resposta me surpreendeu ainda mais. Na Líbia de Kadafi, os aluguéis estavam proibidos. Aos líbios que não tivessem casa, era só solicitar que o governo imediatamente providenciava a construção de uma. O país era um imenso canteiro de obras. E mais: Uma lei em vigor, A LEI DO COLCHÃO, determinava que, qualquer cidadão líbio que soubesse da existência de casa alugada, era só atirar um colchão no quintal que a casa passava a ser sua. Inúmeras embaixadas sofreram com essa lei já que foram ocupadas por líbios. O próprio embaixador me contou na ocasião que a embaixada brasileira não ficou imune a essa lei. Um motorista líbio que ali trabalhava informou a um amigo que ainda não tinha casa, que a embaixada do Brasil era alugada. Imediatamente esse amigo atirou um colchão e reivindicou a propriedade (uma mansão que pertencia a um italiano que retornou à Itália apos a subida ao poder de Kadafi). O governo líbio precisou intervir para evitar maiores dissabores. O Brasil acabou ganhando a embaixada e o líbio uma casa nova. Isto tudo aconteceu na década de 70, quando a Líbia era uma potência riquíssima, com apenas 3 milhões de habitantes, em quase 1.800.000 quilômetros quadrados. Os líbios, por lei, eram proibidos de trabalhar como empregados de estrangeiros. O líbio que não quisesse trabalhar recebia o equivalente, valores de hoje, a cerca de 7 mil dólares por mês. E mais: médico, hospital e remédios era tudo de graça. Ninguém pagava escola e o líbio que quisesse aperfeiçoar seus estudos fora do país ganhava uma substancial bolsa. Conheci muitos desses líbios na França, Itália, Espanha e Alemanha, e outros países onde estive como jornalista. Estamos em Trípoli, ano 1979. Esta noite quase não consegui pegar no sono. No hotel onde estava hospedado, alem dos diplomatas e alguns jornalistas, estavam também delegações de países africanos de língua portuguesa. Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. E foram eles que não me deixaram pegar no sono já que, sabendo que eu teria um encontro com Kadafi no dia seguinte, queriam que eu lhe pedisse mais explicações sobre o socialismo Líbio. Disseram que nunca haviam visto algo igual. Nem mesmo em livros. Ficaram admirados com a Lei do Colchão, com a assistência médica, remédios e educação, tudo gratuito. E pelo fato de ninguém ser obrigado a trabalhar na Líbia e mesmo assim receber uma remuneração “fantástica” no dizer de um angolano. Prometi que tentaria obter uma resposta, desde que, de fato, eu conseguisse falar com Kadafi, por saber que ele era imprevisível e não poucas vezes deixou jornalistas aguardando ad infinitum. Antes, preciso esclarecer que as portas dos apartamentos dos hotéis não possuíam fechaduras. Por isso todos podiam entrar no apartamento de todos razão pela qual nossos apartamentos eram sempre “visitados”. Perguntei ao gerente do hotel a razão da falta de fechaduras. Respondeu que na Líbia não havia ladrões como na “época da colonização italiana e por isso as fechaduras eram prescindíveis”. Mas um diplomata me esclareceu que a falta de fechaduras era para que os “fiscais” do governo pudessem entrar a qualquer hora do dia ou da noite para ver se não havia mulheres “convidadas” nos apartamentos. “Porque, prosseguiu o diplomata, os líbios até hoje falam que durante a colonização italiana e o reinado de Idris, os hotéis serviam apenas para orgias”. No dia seguinte me preparo para o encontro com Kadafi. Manse, com a sua câmera e Belo com seu gravador Nagra me aguardavam ao lado do elevador. Com cara de sono, reclamaram que seus apartamentos foram “penetrados” umas três vezes de madrugada e foi um susto só. O carro enviado pelo governo nos esperava na entrada, mas Manse queria tomar mais um cafezinho. Entrei no carro e aguardei. Cinco minutos depois Luis Manse, com sua inseparável câmera, chegava sozinho. Perguntei pelo Belo, ele disse que o imaginava comigo. Perguntei ao nosso acompanhante se ele havia visto o nosso companheiro. Imediatamente ele foi à portaria perguntar. Um rapaz simpático respondeu que tinha visto Belo acompanhado por dois policiais uniformizados a caminho da praça que ficava a uns cinqüenta metros do hotel. Fiquei preocupado, imaginando o pior. Jornalista acompanhado por policiais no Brasil nunca era um bom augúrio. Belo e os dois policiais estão parados ao lado de um reluzente carro Mercedes Benz novinho em folha. Perguntei o que estava acontecendo. Um dos policiais me disse que o meu companheiro não parava de apontar a chave do carro na ignição. E que eles não sabiam a razão, pois Belo não falava o árabe e nem eles o “brasileiro”. Então era por isso que eles saíram juntos do hotel. Nada preocupante. Belo me explicou e eu traduzi para o policial que ele, ao ver a chave na ignição, ficou preocupado de alguém roubar o carro. Os dois policiais começaram a rir e disseram tratar-se de um carro abandonado. Era um costume no país. Quem não gostasse do carro bastava abandoná-lo com a chave dentro. O interessado podia levá-lo. Essa era a Líbia da época. Muita fartura, nenhuma miséria e a abundância ao alcance de todos. Aliás isso podia se observar nas pessoas. Os mais velhos, que viveram sob o domínio dos colonialistas e durante a monarquia, eram pessoas alquebradas, corpo seco. As crianças e os jovens eram saudáveis e alegres. Só para se ter uma idéia da Líbia sob Kadafi, tudo custava mais ou menos o equivalente a 3 dólares. Havia supermercados gigantescos, mas nada era vendido a varejo. Quem quisesse arroz, por exemplo, pagava 3 dólares pelo saco de 50 quilos. Tudo era nessa base. Fomos visitar o parque industrial de Trípoli e eu pedi para conhecer uma tecelagem. Perguntei como era a relação com os clientes e um técnico alemão que ali se encontrava para montar o maquinário, começou a rir. “Os líbios são loucos”, me disse. E completou: “eles não vendem nada aqui por metro, somente a peça inteira. E para qualquer um que entrar na fábrica e pedir”. Perguntei o preço da peça: 3 dólares a peça de 50 metros. Mas se você, por exemplo, quisesse comprar uma gravata, qualquer uma, o preço mínimo era o equivalente a 200 dólares. Um cachimbo, 300 dólares. Ou seja, todo produto que lembrasse os colonizadores e, de acordo com eles, representasse ou sugerisse consumo supérfluo, era altamente taxado. Bebida alcoólica, nem pensar. Dava prisão sumária. E foi o que aconteceu com dois jornalistas argentinos, cuja “esperteza” os remeteu ao porto e ali compraram de um cargueiro uma garrafa de uísque. Um dos funcionários do hotel sentiu o bafo e os denunciou. É verdade que eles não foram presos, porque eram convidados do governo. Mas não puderam entrevistar ninguém, muito menos Kadafi. E nós só soubemos disso porque o embaixador do Brasil, uma figura simpaticíssima, uma noite nos convidou para a Embaixada e, ali, nos ofereceu um uísque de não sei quantos anos (guardado a sete chaves num cofre), que Manse e Belo acharam delicioso. Claro que eu também bebi um gole, apesar de detestar uísque. Seja de que marca for, de que ano for. Sempre me lembrou o gosto de iodo. Evidentemente não faria uma desfeita ao embaixador tão solícito. Não estalei a língua porque aí seria demais. Antes de nos despedirmos, o embaixador nos ofereceu um litro de leite para cada um, pois segundo ele o leite disfarçaria o nosso hálito. Na porta, perguntei ao embaixador se ele poderia nos dar um depoimento. “O Kadafi é um Gênio”, respondeu. Surpreso, perguntei. O senhor considera o Kadafi um Gênio? Sim! Um Gênio! Então o senhor considera Kadafi um Gênio? Sim! Respondeu o embaixador. Um Gênio! E amanhã o senhor vai ter uma prova disso. Não entendi. Amanhã vai haver um desfile em comemoração ao décimo aniversário da Revolução. Assista e veja se não tenho razão. O dia seguinte amanheceu glorioso. E eu já estava preocupado. Se o país vai parar para comemorar o décimo aniversário da Revolução, será que Kadafi vai encontrar tempo para a entrevista? A população lotava a praça e as ruas onde seriam realizados os desfiles. Um fato me chamou a atenção. Havia milhares de meninas adolescentes com uniformes militares prontas para o desfile. Sorriam um sorriso que somente as adolescentes possuem. Impressionante a sua alegria. Foi assim que Kadafi libertou as mulheres, que antes não podiam atravessar a porta de casa e nem tirar as vestimentas que cobriam seu corpo de cima abaixo, me confidenciou o embaixador. É ou não um gênio? Essas adolescentes saem de casa bem cedinho usando o uniforme militar e retornam para suas casas no fim do dia. Elas só não dormem no quartel. E têm autorização para não tirar o uniforme. Depois do serviço militar elas jamais voltam a se vestir como anteriormente. Então é por isso que as mulheres líbias se vestem como as ocidentais? Mas vez ou outra deparamos com mulheres com roupas tradicionais. Terminado o desfile, um membro do governo me diz que Kadafi nos receberia não mais em Trípoli, mas em Benghazi, a bela cidade mediterrânea. E que nos buscariam de madrugada pra viajarmos os 600 quilômetros que separam as duas cidades. Fico sabendo nesse dia que a energia elétrica que ilumina o país é de graça. Ninguém recebe a conta de luz, seja em casa ou no comércio. E quem tiver aptidão para empresário, pode buscar os recursos necessários no banco estatal e não paga nenhum centavo de juros. A divisão da riqueza do país com sua população, em nome do islamismo, criou um sério problema para os demais países muçulmanos, principalmente Arábia Saudita. E desde então, Kadafi nunca poupou os dirigentes sauditas que acusou de terem se apossado de um país que jamais lhes pertenceu e de serem “infiéis que conspurcavam o verdadeiro islamismo”. “Trocaram o Profeta pelo petróleo”. Pela primeira vez usava-se o Alcorão contra aqueles que se diziam seus defensores. Os sauditas, acuados, só conseguiam dizer que ele era “comunista”. Kadafi respondia que ele apenas seguia o Alcorão ao pé da letra. Várias revoltas começaram a eclodir na Arábia Saudita e países do Golfo. Os Estados Unidos e mídia associada começaram a arregaçar as mangas. Era preciso defender a vassala Arábia Saudita e transformar Kadafi num pária. Na volta ao hotel, dou de cara com revolucionários da África do Sul. Estavam na Líbia em busca de fundos para lutar contra o apartheid. Vamos falar francamente. Eu estava me esforçando para realizar um programa que dificilmente seria exibido. Naquela época o Globo Repórter registrava uma audiência enorme, entre 50 e 65 pontos, com pico de 72. Alem do mais, vivíamos sob o tacão da ditadura. Mas já que estávamos lá, vamos tocar o barco e ver no que vai dar. À noite, no hotel, alguém abre a porta e me pergunta se posso conversar um pouco. Era o chefe da delegação de Guiné-Bissau e estava empolgado. Nunca imaginara conhecer um país como a Líbia. Perguntou como foi o meu encontro com Kadafi. Respondi que o encontro seria no dia seguinte em Benghazi. Enquanto conversávamos, um “fiscal” do governo, entra no quarto e nos cumprimenta sorridente. Dá uma olhada rápida e com aquele sorriso de comissária de bordo, nos agradece e vai embora. Mal passaram 10 minutos e a porta novamente é aberta. Um jornalista do Rio de Janeiro, meu vizinho de quarto entra desesperado. - Uma coca cola pelo amor de Deus. Meu reino por uma Coca-Cola. Vou descer até saguão, alguém precisa me informar onde consigo comprar Coca Cola nesse país de birutas. E nem esperou o elevador. Desceu pela escada mesmo. - Maluco esse seu vizinho, me confidenciou o africano. Além do mais ainda ofendeu Shakespeare. Em seguida ele me revela que conheceu muitos revolucionários de países diferentes que se encontravam na Líbia em busca de recursos. Inclusive sul-africanos. - Entregaram uma carta de Nelson Mandela para o Kadafi pedindo para ele não esquecer seus irmãos africanos, respondeu feliz, dando a entender que eles foram atendidos. Novamente o “fiscal” com sorriso de comissária de bordo entra. Desta vez para nos convidar a assistir no salão do hotel a um filme sobre os “horrores” da herança colonialista. Na verdade não era um filme, mas um documentário de 15 minutos e se a idéia era para que a platéia se indignasse, o efeito foi o contrário. O documentário mostrava a noite em Trípoli. Garotas seminuas andando nas ruas em busca de clientes, “inferninhos”, cabarés, bebidas alcoólicas, muitas bebidas, e por aí vai. E o pior, terminada a exibição vários aplausos da platéia, principalmente de jornalistas, pedindo a volta dos colonizadores. Isso sim é que era época boa, exclamou o jornalista carioca, agora ao lado de um colega mineiro que completou: “eta paizinho que nem Coca-Cola tem”. Quatro da manhã somos acordados. Do aeroporto de Trípoli seguimos para Benghazi, onde finalmente vamos entrevistar Kadafi. Quando desembarcamos em Benghazi, a belíssima Benghazi, tamareiras enfeitavam suas praias. Estavam ali como os coqueiros nas praias do nordeste. Era colher e comer tâmaras dulcíssimas. Um jornalista suíço que chegara a Benghazi uma semana antes, me confidenciou que não deveria perder um casamento. Qualquer um, disse. Estava realmente deslumbrado com a festa e o que o deixou mais impressionado, é que os noivos, depois da cerimônia, recebem um envelope do governo com o equivalente a 50 mil dólares de presente. Bem, essa era a Líbia que pouca gente conhecia e a mídia ocidental não fazia nenhuma questão de mostrá-la. E não poderia, pois como explicar a seus leitores que havia ascendido ao poder um jovem coronel que não utilizou a riqueza em benefício próprio? Pelo contrário. Havia dividido a riqueza com a população do país. Que não queria ver ninguém sem teto, sem fome, sem educação e sem muitas outras coisas mais. Eu, naturalmente, iria sem dúvida nortear a minha entrevista a partir desses pontos. Mas antes da entrevista, fomos a três festas com músicos árabes de diversos países. E haja doce. E haja suco. E nem um “uisquinho”, lamentavam alguns jornalistas que, sinceramente, acho que estavam no país sem saber porque e para que. As festas corriam em tendas beduínas, algo que Kadafi sempre prezou. Finalmente cara a cara com Kadafi. Em sua tenda. Aparentava cansaço. Alguns dos assuntos discutidos: 1-Socialismo líbio; 2-Educação; 3-Reforma agrária; 4-Moradia; 5-Alinhamento; 6-Arabismo; 7-Socialismo chinês, soviético, cubano; 8-Apoio aos movimentos revolucionários; 9-Che Guevara; 10-Estados Unidos; 11-Brasil; 12-liberação feminina 13-Reencarnação de Omar Moukhtar. A entrevista, que seria de 40 minutos, durou mais de duas horas e creio que passaríamos a noite conversando se ele não fosse a toda hora solicitado. Naturalmente a Globo achou melhor não colocar o programa no ar, pois poderia melindrar a ditadura. Foi feita uma proposta para que um programa de 15 minutos fosse ao ar no Fantástico. Foi realizada a reedição, mas o programa teria sido proibido pelos censores oficiais da ditadura (civil-militar-midiática). Tudo culpa da ditadura. Será? Oh, céus! Oh, terra! Quando nos livraremos desse sistema putrefato? Qual foi o grande erro de Kadafi? Eu não tenho a menor dúvida. Foi acreditar nos euro-estadunidenses e desistir de sua bomba atômica. Os pacifistas que me perdoem. Aqui não se trata de incentivar a produção de ogivas nucleares, mas de persuasão. O Brasil que tome jeito e comece a produzir a sua. Caso contrário, a própria mídia brasileira, associada ao Império, fará de tudo para que o país seja invadido e ocupado. Kadafi não ficou rico, como os produtores de petróleo do Golfo. Dividiu a riqueza do país com a população. Apoiou todos os movimentos revolucionários de esquerda do mundo. Inclusive os brasileiros. Em nenhum momento esqueceu a população negra da África. E da África do Sul, onde, em agradecimento, um neto de Nelson Mandela chama-se Kadafi. Quando Nelson Mandela tornou-se o primeiro presidente da África do Sul em 1994, o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, fez de tudo para que Mandela parasse com os agradecimentos quase diários a Kadafi pelo seu apoio à luta dos revolucionários africanos. "Os que se irritam com nossa amizade com o presidente Kadafi podem pular na piscina", respondeu Mandela. O presidente de Uganda Yoweri Museveni afirmou que "quaisquer que sejam as falhas de Kadafi, ele é um verdadeiro nacionalista. Prefiro nacionalistas do que marionetes de interesses estrangeiros". E disse mais: " Kadafi deu contribuições importantes para a Líbia, para a África e para o Terceiro Mundo. Devemos lembrar ainda que, como parte desta forma independente de pensar, ele expulsou bases militares britânicas e americanas da Líbia após tomar o poder". Alem disso, o ex-líder líbio também teve papel importante na formação da União Africana (UA). A principal coordenadora da guerra contra a Líbia, Hillary Clinton, andou pela África pregando abertamente o assassinato de Muammar Kadafi. Como não teve sucesso, começou a recrutar mercenários. Aliás foram esses mercenários, inclusive os esquadrões da morte colombianos, que lutaram na Líbia. E eles não foram dizimados graças à Organização Terrorista do Atlântico Norte (OTAN) e EUA. Quem puder pesquisar, quando Kadafi nacionalizou as empresas petrolíferas e os bancos, a mídia Ocidental referia-se a ele como Che Guevara Árabe. Antes de ser deposto e linchado pelos mercenários a mando dos terroristas OTAN e EUA, a Líbia possuía o maior índice de desenvolvimento humano da África, e até hoje maior que o do Brasil. E o que pouca gente sabe, em 2007 inaugurou o maior sistema de irrigação do mundo. Transformou o deserto (95% da Líbia) em fazendas produtoras de alimentos. Aliás, assim que subiu ao poder, os líbios que quiseram produzir alimentos receberam terra, equipamentos, sementes e 50 mil dólares para sobreviver até a safra. Foi uma Reforma Agrária total e irrestrita. Ele também pressionou pela criação dos Estados Unidos da África (EUA) para rivalizar com os EUA e União Européia. Ele lutou por uma África una: “Queremos militares africanos para defender a África. Queremos uma moeda única. Queremos um só passaporte africano". Lamentavelmente esqueceu a Bomba Atômica. E pagou por isso. As nações que querem se emancipar que pensem nisso. * Georges Bourdoukan é jornalista e escritor Credito sito do Partido comunista Brasuleiro

sábado, 5 de novembro de 2011

Sem Alfonso Cano as FARC-EP… continuam combatendo

05 NOVEMBRO 2011
CLASSIFICADO EM AMÉRICA LATINA - COLÔMBIA

Crédito: Rosa Blindada
Marcelo Sepúlveda Araujo

05 de Novenbro de 2011

Quando assassinaram Che Guevara a rebeldia latino-americana acabou? Pensam suprimir a dignidade de Nossa América assassinando Alfonso Cano? Esta é «a paz» do genocida Santos? O que dirão os hipócritas “estadistas” que o abraçam sorrindo, em nome do «realismo diplomático»?

Que Santos não se esqueça….

Depois da morte de Carlos Fonseca, principal líder e fundador da guerrilha da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), a insurgência da Nicarágua derrotou o vergonhoso regime de Somoza e triunfou a revolução.

O mesmo aconteceu no Vietnã, com a morte de Ho Chi Minh. Há poucos anos, militares e assessores ianques tiveram que se retirar do sudeste asiático com o rabinho entre as pernas, derrotados e humilhados, quando antes se sentiam amos e senhores do povo vietnamita.

Em numerosos países e sociedades, o assassinato dos líderes populares não impediu o triunfo da rebeldia organizada, quando esta contou com uma proposta estratégica de poder. É preciso aprender com a História.

Constitui-se pura ilusão, superficial, ignorante e banal, a crença da classe dominante colombiana (compartilhada por seus mestres gringos do norte) de que a morte de um líder guerrilheiro possa acabar com um processo de luta de massas que permanece ativo, com décadas de confrontação. Estão gravemente equivocados se pensam em submeter a insurgência pela via militar.

Porém, os relatos auto-legitimadores da classe dominante colombiana (e seus monopólios de informação que funcionam como correias de transmissão em suas operações de guerra psicológica) defendem essa lógica como verdade absoluta. Falam de si mesmos. Olham-se no espelho e se auto-convencem para aplacar seus medos.

Há poucos dias, uma multidão enorme de milhares e milhares de estudantes rebeldes colombianos tomou de assalto as principais cidades do país, em defesa da educação pública e gratuita. E o fizeram desafiando a polícia e outras forças anti-motim. O mesmo aconteceu com o movimento indígena e popular, que já começa a levantar-se, cada vez mais organizado.

A oligarquia aburguesada da Colômbia acredita que assassinando Alfonso Cano, principal líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) vai conseguir calar todo esse movimento popular de massas (de onde é parte a insurgência).

Que ilusão! Quanta ingenuidade!

Sabemos bem quem é Santos. Conhecemos seu rosto cínico, lascivo, depravado e anormal, quando se deixou fotografar ao lado de outros cadáveres insurgentes. Só um perverso, um depravado pode festejar a morte dessa maneira e com esse tipo de sorriso. Mesmo a morte de inimigos. Vimos essas fotografias no passado, quando ele era Ministro de Defesa. Nós o conhecemos bem. Bem até demais...

O que interessa aqui não é a opinião desse perverso, mas sim o estado de espírito dos povos e das massas populares, principalmente da juventude. Do povo colombiano e dos povos de Nossa América. Os povos sabem perfeitamente bem que, mesmo quando morreu Simón Bolívar, a luta, longe de apagar-se, continuou durante dois séculos. O mesmo ocorreu, anteriormente, com Tupác Amaru e Tupác Katari.

Quando assassinaram José Martí, Cuba continuou lutando até derrotar definitivamente os impérios que a subjugaram. Acabou a luta com a morte de Martí? Ninguém, exceto um ignorante (por mais dinheiro que tenha, continua sendo um ignorante), poderia acreditar que, com o cadáver de Martí, a luta do povo cubano tenha acabado.

Poderíamos recorrer a cada um de nossos países, cada uma de nossas sociedades, cada uma de nossas histórias, e os exemplos se multiplicariam infinitamente.

“Triunfar ou servir a outras bandeiras. Até depois de mortos seremos úteis”, previu Julio Antonio Mella, pouco antes de cair assassinado no México. E teve razão. O mesmo acontecerá com o companheiro, camarada e comandante Alfonso Cano, líder da insurgência colombiana. Podem fazer o que quiserem com o cadáver. Com o cadáver de Che Guevara cortaram as mãos e o enterraram num túmulo para indigentes. Assim pensavam terminar com o exemplo do Che! Podem manipular o corpo de Alfonso Cano. No entanto, com o exemplo de Alfonso, não poderão fazer nada.

E os presidentes da América Latina? Seguirão apertando a mão assassina deste personagem sinistro, deste empresário milionário que, como Ministro de Defesa de Uribe, assassinou milhares de pessoas, jogando-as como se fossem animais em túmulos sem identificação; o maior cemitério de indigentes de todo o continente, superior aos das ditaduras militares do Chile, da Argentina, do Peru ou da Guatemala nos anos 70. Encontraram-se há pouco tempo na Colômbia 2.000 cadáveres, correspondentes aos assassinatos do período de Santos como Ministro da Defesa.

Seguirão falando da “governabilidade” continental sem ficarem ruborizados? Continuarão entregando revolucionários ao carniceiro Santos, violando todo o direito internacional, com cara de feliz aniversário?

E os jornalistas? Poderão continuar escrevendo alegremente que na Colômbia existe «democracia»? Não será a hora de rebelar-se contra esse controle militar da informação?

E os acadêmicos? Por que na hora de escrever e analisar as lutas e “novas experiências” de Nossa América mencionam unicamente Cuba, Venezuela e Bolívia (quando muito acrescentam o Equador)? Por que os acadêmicos se fazem de desentendidos com as lutas populares da Colômbia? Será talvez porque na Colômbia a luta armada continua se desenvolvendo e essa temática não está permitida no núcleo duro dos programas acadêmicos? Talvez analisar a luta armada da Colômbia se torne um obstáculo para o recebimento de bolsas de pesquisa e subsídios? Os acadêmicos começarão a incluir a Colômbia entre os estados que praticam políticas de Estado genocidas ou continuarão fazendo-se de desentendidos?

Em uma palavra: depois do assassinato do líder insurgente Alfonso Cano, quem poderá se fazer de ingênuo, dizendo que Santos é diferente de Uribe?

Apelamos aos jornalistas que acreditam sinceramente na liberdade de expressão, aos acadêmicos dignos que não se deixam humilhar, inclusive aos políticos que, mesmo sem compartilhar do projeto da guerrilha, não estão dispostos a se sujarem, apertando a mão sangrenta de Santos.

Que ninguém se engane. A luta segue. Aqui não se terminou nada.

Em algum momento se pagarão pelos crimes.

Anastasio Somoza também se sentia poderoso, soberbo e inexpugnável... Mesmo assim terminou.

Fonte: http://www.rosa-blindada.info/?p=868

FORTALEZA É A 4ª CIDADE EM POBREZA

Fortaleza é a quarta cidade com maior número de pessoas em extrema pobreza do país

O Ceará possui 10% das pessoas a baixo da linha de pobreza do país, que é de 16 milhões de habitantes, sendo o sétimo estado do Brasil em número de pessoas que vivem em extrema pobreza. Essas pessoas têm renda que varia de R$ 67 a R$ 134 por mês. Já a capital cearense, se encontra na quarta posição entre as cidade com maior índice de pobreza do país. Ao todo, 134 mil moradores vivem nesta situação.

Esses números são dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), e se referem apenas à Fortaleza, ao Ceará e ao Brasil. Se a referência passar a ser o mundo, essa estatística se torna ainda maior. É por isso, que, nesta segunda-feira (17), é lembrado o Dia Internacional de Combate à Pobreza.

Conscientização

A data pretende conscientizar a população sobre a situação que é realidade na vida de muitos brasileiros. Além disso, a “comemoração” pretende reivindicar contra a desigualdade, a precariedade no atendimento à saúde e na educação do país, as más condições de moradia, a falta de acesso crédito, dentre outras questões que precisam ser melhoradas.

De acordo com o coordenador de pesquisa do Laboratório de Estudos da Pobreza da Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em Economia, professor Carlos Alberto Manso, todos esses problemas geram um prejuízos para a economia do Estado e de todo o país.

Para ele, é necessário que existam programas socais que funcionem juntos com um só objetivo: a luta contra a pobreza no país.

Milhares de italianos protestam contra Berlusconi em Roma

ROMA, Itália, 5 Nov 2011 (AFP) -Milhares de italianos, convocados pelo Partido Democrata, principal força da oposição de esquerda, se manifestaram neste sábado em Roma sob o lema "a Constituição italiana, a mais bela do mundo" para pedir a renúncia do chefe de governo Silvio Berlusconi.
"Silvio, vá embora!", ou "Quanto antes o colocarmos na porta, melhor será" foram alguns dos cartazes exibidos pelos manifestantes, que se reuniram em frente a um palco decorado com as cores da bandeira italiana (verde, branco e vermelho).
Os slogans mais repetidos pelos manifestantes foram os de "vergonha" e "renúncia".
Muitos dos cartazes exibidos reagiram também às declarações de Berlusconi da véspera, em Cannes, durante a cúpula do G20, nas quais o presidente italiano afirmou que a crise em seu país "não é forte" porque "todos os restaurantes e os aviões estão cheios".
"Eu vou ao restaurante, mas para lavar os pratos", dizia um dos cartazes.

EM TEMPO

ENQUANTO OS PAÍSES EUROPEUS CAEM DE PODRE, COM SEU CAPILALISMO AOS FRANGALHOS, OS MESMOS SE INTROMETEM EM OUTROS PAISES FOMENTANDO A GUERRA PARA TENTAR SALVAR SUAS ECONOMIAS, ROUBANDO AS RIQUEZAS DE PAISES COMO A LIBIA E OUTROS, COM UMA CLARA INTENÇÃO DE ACABAR COM AS LIDERANÇAS DO MUNDO PARA TENTAREM SALVAR O QUE RESTA DE SUAS ECONOMIAS FALIDAS.

Síria acusa EUA de apoiar rebeldes armados

O governo sírio acusou neste sábado os Estados Unidos de apoiar e financiar o que classificou como "grupos terroristas" que atuam no país, após Washington desaconselhar os rebeldes sírios de se renderem em troca da anistia prometida por Damasco.
Segundo uma fonte anônima do Ministério das Relações Exteriores sírio citada pela agência de notícias oficial "Sana", os EUA "revelaram novamente sua flagrante ingerência nos assuntos internos da Síria".
A fonte cita como prova dessa suposta ingerência as declarações realizadas nesta sexta-feira pela porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland. "Não recomendaria a ninguém que se entregasse às autoridades do regime neste momento", foram as palavras de Nuland.
Para Damasco, essas "declarações irresponsáveis" só têm como objetivo "incitar à revolta e apoiar os atos de assassinato e terrorismo cometidos por grupos armados contra cidadãos sírios", segundo a fonte oficial síria. Da mesma forma, o regime de Bashar al Assad reivindicou à comunidade internacional que enfrente as políticas que "contradizem a legislação internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU relativas ao combate contra o terrorismo e seu financiamento".
O Ministério do Interior sírio ofereceu nesta sexta-feira uma anistia imediata aos opositores ao regime que pegaram em armas mas não tenham cometido crimes violentos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PARTIDO COMUNISTA GREGO! VAMOS Á LUTA

Agora o povo tem de intervir mais decisivamente

04 Novembro 2011

- Declaração do CC do KKE

- Socialização dos monopólios

- Desligamento do país da UE

- Cancelamento unilateral da dívida

por KKE

TODOS À PRAÇA SINTAGMA NA 6ª FEIRA 4 DE NOVEMBRO

ALEKA PAPARIGA FALARÁ

O KKE apela aos trabalhadores, aos auto-empregados, aos jovens da Ática para reunirem-se na Praça Sintagma, sexta-feira, 4 de Novembro, às 6:00 da tarde. Apela a uma aliança de modo a que o próprio povo possa intervir mais decisivamente nos desenvolvimentos. Os dilemas da chantagem e da intimidação que são postos pelo governo, os partidos da plutocracia e a UE devem fracassar.

Agora isto deve ser ouvido mais alto:

ABAIXO O GOVERNO E OS PARTIDOS DA PLUTOCRACIA

O POVO PODE IMPEDIR E ACABAR COM OS SACRIFÍCIOS SELVAGENS QUE LHE SÃO IMPOSTOS ATRAVÉS DE NOVOS ACORDOS E DO NOVO MEMORADO PARA OS LUCROS E A PROTECÇÃO DA UE E DA EUROZONA

O povo deve fortalecer as lutas de classe e populares e utilizar as eleições para enfraquecer o PASOK-ND e os outros partidos da plutocracia e da UE. O KKE deve ser fortalecido. Ao mesmo tempo a organização popular nos lugares de trabalho e bairros deve actuar mais decisivamente. Este é o caminho para bloquear o pior que eles estão a trazer, quando a crise na UE e na Eurozona está a aprofundar-se e as contradições inter-imperialistas estão a aguçar-se.

O povo deve agora confiar na justiça da sua causa e fortalecer-se para repelir o pior. Deve abandonar ilusões, apelos ao consenso e à coesão social, as montagens ideológicas, dilemas que são promovidos pelos partidos burgueses.

Uma solução em favor do povo só pode existir com um KKE forte e o povo organizado. Aliança do povo e contra-ataque pelo poder popular, socialização dos monopólios, desligamento do país da UE e cancelamento unilateral da dívida.

Atenas, 01/Novembro/2011

O CC do KKE

O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2011/2011-11-1-kinitopoiisi/

Esta declaração encontra-se em http://resistir.info/ .

Um referendo enviesado visando intimidar o povo grego

- KKE reclama demissão do governo e realização de eleições antecipadas

por KKE

O governo orquestrou ontem uma manobra de chantagem e intimidação ideológica, manifesta e envergonhada, dirigida contra o povo a propósito do acordo sobre a gestão da dívida do Estado, anunciando a realização de um referendo. Ao mesmo tempo, o governo do PASOK pediu um voto de confiança do Parlamento.

O gabinete de imprensa do Comité Central do KKE emitiu a seguinte declaração:

"Demissão do governo, eleições já. Não à chantagem envergonhada e à intimidação ideológica que toma o povo como alvo. A chantagem não passará. O anúncio do primeiro-ministro sobre o referendo significa que um vasto aparelho vai ser montado para forçar o povo, o governo e a UE terão todos os meios à sua disposição, com ameaças e provocações, a fim de submeter a classe operária e as camadas populares, para arrancar um "Sim" ao novo acordo.

O referendo vai ser organizado sob uma nova legislação reaccionária, amalgamando as posições do KKE com as da Nova Democracia (ND – direita) e outros partidos, apesar de serem diametralmente opostas, quando a estratégia do governo é fundamentalmente idêntica à da ND e do LAOS (extrema-direita) e dos seus cúmplices. Precisamos de eleições agora. A classe operária e as camadas populares devem impô-las e acolhe-la por mobilizações de massa em todo o país. Pela sua actividade e o seu voto, elas devem dar um golpe duro no sistema político burguês, abrir o caminho para a inversão desta linha política anti-popular, com o derrube do poder dos monopólios".

Ver também:
# Papandréou convoque un référendum pour tenter de contenir la révolte du peuple grec

O original encontra-se em solidarite-internationale-pcf.over-blog.net/...

Este comunicado encontra-se em http://resistir.info/ .

É tempo de demitir-se sr. Papandreu

por Yanis Varoufakis

Na semana passada, o Conselho Europeu acordou um conjunto de políticas para tratar da crise do euro. Esperava-se que o novo acordo (daqui em diante mencionado como o Acordo de Outubro) fosse um passo decisivo rumo à resolução de uma crise em fogo lento que ameaçava descarrilar o euro, mergulhar a própria UE num processo de desintegração explícita e, consequentemente, arrastar a economia global para uma nova recessão.

Os leitores destas páginas saberão que considerei que o Acordo de Outubro foi feito com o material errado (clique aqui, aqui e aqui). Outros (incluindo o presidente Obama) louvaram a Europa por mover-se na direcção certa, reservando suas dúvidas e crítica para o ritmo da Europa ao longo deste "virtuoso" caminho. Peço licença para discordar. O Acordo de Outubro foi catastroficamente mau quanto à direcção que a Europa está a tomar, não apenas devido ao seu ritmo anémico. (Na minha próxima mensagem pretendo resumir todas as razões pelas quais o Acordo de Outubro é ainda pior para a Europa do que para a Grécia). Se eu estiver certo, era o dever dos nossos líderes políticos dizerem em Bruxelas NÃO a este acordo. Cada um deles, o sr. Papandreu inclusive, teve a oportunidade para evitar a sua assinatura, levando portanto a liderança da UE a manter-se em debate até que uma solução decente e factível fosse encontrada; uma solução que resolvesse realmente a crise sistémica do euro.

O primeiro-ministro grego não utilizou a sua prerrogativa de dizer Não ao Acordo de Outubro dentro do Conselho Europeu. Na verdade, ele retornou à Grécia elogiando-o e apelando ao povo grego a que abraçasse tanto o Acordo como o seu governo, pedindo alvíssaras por uma tarefa difícil bem executada. Logo após, contudo, ele descobriu que o público era hostil e os seus próprios deputados relutantes em permitir-lhe um outro tempo de vida política. Com uma maioria muito magra no Parlamento, ele enfrentava duas opções: demissão ou uma nova eleição. Assim, ele optou pela... terceira opção: Um referendo sobre o Acordo de Outubro a ser convocado depois de os últimos pormenores do mesmo terem sido finalizados.

Qual foi a lógica para um tal referendo? O primeiro-ministro grego disse que voltar-se para o povo assinala um respeito fundamental pela democracia e uma determinação de tornar o povo participante activo na modelação do futuro da Grécia. Tal sublime idealismo seria maravilhoso em si mesmo. Na verdade, também penso que o referendo pode ser parte de toda democracia que funcione bem. Mas, infelizmente, este referendo está tão distante de tais ideais quanto os estratagemas políticos possam estar. O que realmente aconteceu foi que, após o seu retorno de Bruxelas (onde, repito, co-assinou o Acordo de Outubro), ele percebeu que os seus deputados não estavam impressionados. Dispondo de uma magra maioria no Parlamento (uma maioria de 3, a qual ele próprio reconheceu ser insuficiente durante estes tempos turbulentos), decidiu que era necessário algum movimento pró activo para dar ao seu governo um novo sopro de vida. Em Junho último ele tentara atrair a oposição para o governo. Isto fracassou então e fracassaria outra vez. A alternativa óbvia seria apelar a uma eleição intercalar. Contudo, Papandreu sabe que os eleitores puniriam o seu partido brutalmente, dada a mínima oportunidade. Assim, com uma grande coligação e uma vitória eleitoral excluídas, que alternativa tinha ele? No mínimo, ele queria outro voto de confiança, assegurando uma maioria de pelo menos 4 ou 5 deputados no Parlamento. Quando as suas sondagens mostraram-lhe ser mais provável perder, ao invés de ganhar, o apoio em qualquer novo confronto para um voto de confiança, emergiu a ideia do referendo como uma solução possível: Propondo o referendo aos deputados, eles já se sentiriam mais livres para conceder a Papandreu seu voto de confiança na base de que os deputados já não precisariam mais exprimir a ira do eleitorado no Parlamento uma vez que o próprio povo terá uma oportunidade de fazê-lo directamente!

Se eu estiver certo, nesta sexta-feira o sr. Papandreu obterá o seu voto de confiança no Parlamento. E então? Como é que ele planeia ultrapassar o fardo do referendo? A sua ideia é de que, até então, a Europa lhe terá dado umas poucas migalhas a mais com as quais dirá aos eleitores gregos: "Aqui está o melhor negócio que pude conseguir da Europa, depois de ter jogado uma mão arriscada. Agora, ou vocês votam "sim" ou saímos juntos da Europa".

Em suma, ao invés de ser um exercício de democracia participativa, o referendo é uma trama falsificada, estrategicamente condenada ao fracasso, moralmente corrupta e politicamente danosa. Ao contrário do que é sugerido pelos assessores do primeiro-ministro grego, o referendo nunca foi concebido como um meio de fortalecer o poder negocial do sr. Papandreu sobre os seus colegas europeus e o FMI. Tivesse ele desejado opor-se ao Acordo de Outubro, poderia tê-lo feito em Bruxelas. Não, o referendo é um meio de extrair, primeiro, um voto de confiança dos maltratados deputados do seu partido e, em segundo lugar, impor sobre o povo grego um dilema odiosa que identifica consentimento ao terrível Acordo de Outubro com um compromisso contínuo de permanecer na Europa. Ao invés de ser um gesto de concessão à voz dos gregos, este referendo é uma tentativa de amordaçar o eleitorado.

Minha mensagem para o sr. Papandreu é simples:

* Você errou sistematicamente sobre todas as grandes questões, desde o momento em que se tornou primeiro-ministro e descobriu o lamentável estado das finanças públicas gregas.
* Você procurou tratar uma crise de dívida por meio de empréstimos, propondo efectivamente tratar uma bancarrota como se fosse um problema de liquidez.
* Você nunca teve êxito em defender uma solução sistémica para um problema sistémico, aceitando a noção calamitosa de que isto é uma crise da dívida grega a partir do qual o resto da Europa pode ser, de alguma forma, delimitado por instituições tóxicas como o EFSF.
* Você aceitou os termos e condições absurdos da nossa troika de prestamistas nenhum presidente de empresa, muito menos um líder político decente, teria contemplado por mais do que uns poucos segundos.
* Você continuou a mendigar por tais empréstimos e a celebrar todas as vezes que eles eram concedidos ou ligeiramente modificados sob a pressão esmagadora das circunstâncias.
* Você cercou-se de yes-men cuja maior utilidade para si era serem... yes-men.
* Você repetidamente anunciou, a um público faminto de boas notícias, que a crise estava "finalmente" resolvida (em Maio de 2010, em Março de 2011, em Julho último, na verdade em toda semana).
* Agora, num lance desesperado para agarrar-se ao poder, você está a tentar amordaçar o seu povo impondo-lhe uma falsa opção entre (a) um acordo que é mau para a Europa como um todo e (b) permanecer na Europa.
* Talvez o mais danoso de todos os aspectos da sua ideia de referendo é que isto consolidará na mente colectiva do resto da Europa a falsa impressão que o problema é a Grécia; levando nossos parceiros a permanecerem na negação acerca das raízes na concepção da eurozona dos nossos problemas colectivos.

Sr. Papandreu, você causou bastantes danos à nação grega; na verdade, à Europa. Já é tempo de desmantelar a sua tenda, empacotá-la e desaparecer graciosamente dentro da noite.

02/Novembro/2011

O original encontra-se em http://yanisvaroufakis.eu/2011/11/02/time-to-resign-mr-papandreou/#more-1261

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

O povo deve provocar um boomerang à chantagem

por KKE

O anúncio do governo de um referendo está no centro dos desenvolvimentos políticos na Grécia, com a propaganda dominante a ajudar a plutocracia que procura fazer com que o povo aceite a sua bancarrota e se submeta às medidas anti-povo. Além disso, as contradições e as tensões entre os vários sectores da plutocracia, dos partidos burgueses e do governo são intensificadas diante dos impasses da gestão burguesa da crise capitalista.

A reunião que teve lugar ontem do lado de fora da Cimeira do G20 assinalou a escalada da guerra e das chantagens. Segundo as declarações dos presidentes da França e da Alemanha, após a reunião com o primeiro-ministro grego, foi discutido separar o referendo do novo contrato de empréstimo enquanto era postulada a questão de o referendo assumir a forma "a Grécia permanecerá ou não na Eurozona".

À vista destes desenvolvimentos o KKE tomou a seguinte posição através de uma declaração do Gabinete de Imprensa do CC do KKE:

"O dilema Euro ou dracma é enganoso para o povo. O interesse do povo é o desligamento da UE com poder e economia do povo, a qual cancelará unilateralmente toda a dívida e devolverá ao povo a riqueza que ele produz – a qual os monopólios dele roubam com a assistência do PASOK, da ND e dos partidos burgueses – através da socialização dos meios de produção.

Neste contexto, o KKE apela à classe trabalhadora e aos estratos populares a que digam NÃO ao referendo; a que exijam a queda do governo e eleições nas quais darão uma forte bofetada no apodrecido sistema político burguês votando pelo KKE.

Caso o referendo se verifique, o povo deveria nele participar de um modo militante e votar NÃO, o qual será um forte NÃO à política da "UE estrada de sentido único", ao memorando, ao programa de médio prazo, ao contrato de empréstimo, uma exigência de outro caminho de desenvolvimento da sociedade grega. O interesse do povo trabalhador que não concorda com a posição sobre o desligamento da UE mas resiste às bárbaras medidas anti-povo da UE, do governo e da plutocracia é compartilhar esta linha de luta.

O KKE apela ao povo trabalhador para que não se submeta à chantagem, a que provoque um boomerang aos dilemas do PASOK, da ND e seus sequazes. É imperioso o desenvolvimento mais decisivo do movimento popular em todo lugar de trabalho e bairro, de um objectivo que aponte para a derrubada do poder dos monopólios".

03/Novembro/2011

O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2011/2011-11-03-oxi-sto-dillima/

terça-feira, 1 de novembro de 2011

ALERTA! O PODER MILITAR CONTINUA EXERCENDO A TUTELA SOBRE OS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA!

Anita Leocadia Prestes*

Durante toda a década de 1980 e, em particular por ocasião dos trabalhos da Constituinte e, posteriormente, com a promulgação da Constituição de 1988, Luiz Carlos Prestes denunciou à Nação a tutela exercida pela Forças Armadas – um verdadeiro poder militar – sobre os três poderes da República (o Executivo, o Legislativo e o Judiciário).

Às vésperas da promulgação da Constituição, Prestes assinalava que no Artigo 142 da Constituição é concedida às Forças Armadas, “(quer dizer, aos generais)” a atribuição constitucional de “garantirem... a lei e a ordem”. A seguir, afirmava: “Atribuição constitucional que nem ao presidente da República ou aos outros dois poderes do Estado é tão expressamente concedida”. Ressaltava, contudo, que a inclusão da afirmação de que “aquela atribuição dependerá da ‘iniciativa’ de um dos poderes de Estado” não passava de uma “reserva evidentemente apenas formal, já que será sempre fácil aos donos dos tanques e metralhadoras imporem a ‘um dos poderes do Estado’ que tome a referida iniciativa”. Prestes escrevia que o Artigo 142 contraria “conhecido preceito da tradição constitucional de nosso país, que sempre afirmou serem os três Poderes do Estado autônomos, mas harmônicos entre si, não podendo, portanto, nenhum deles tomar qualquer iniciativa isoladamente”.1

A seguir Prestes tratava de não deixar dúvidas quanto à essência do Artigo 142 da Constituição de 1988:

Em nome da salvaguarda da lei e da ordem pública, ou de sua “garantia”, estarão as Forças Armadas colocadas acima dos três Poderes do Estado. Com a nova Constituição, prosseguirá, assim, o predomínio das Forças Armadas na direção política da Nação, podendo, constitucionalmente, tanto depor o presidente da República, como os três Poderes do Estado, como também intervir no movimento sindical, destituindo seus dirigentes, ou intervindo abertamente em qualquer movimento grevista, como vem se fazendo desde os decretos de Getúlio Vargas, de 1931, ou mesmo, voltando aos tempos anteriores, em que a questão social era considerada uma questão de polícia, segundo o senhor Washington Luís.(Idem; grifos meus)

Concluindo, Prestes escrevia: “Muito ainda precisaremos lutar (...) para nos livrarmos dessa interferência indébita e nefasta dos generais, para conquistarmos um regime efetivamente democrático.” (Idem)

Na realidade, o Artigo 142 da Constituição de 1988 continua vigente. Confirma-se a tese defendida por Prestes do poder militar e de sua tutela sobre a Nação. Conforme é lembrado pelo diretor do Instituto de Estudos sobre a Violência do Estado (IEVE), professor Edson Teles, “na Constituição de 1988, seu artigo 142 aponta a ingerência militar nos assuntos civis”, questionando a seguir: “Como podem os militares se submeterem aos ‘poderes constitucionais’ (Executivo, Legislativo e Judiciário) e ao mesmo tempo garanti-los?” Edson Teles assinala que, na Constituição atual, “a relação entre militares e civis ficaram quase idênticos (sic) à Constituição outorgada de 1967”, concluindo:

Em uma democracia plena o poder não pode ser garantido por quem empunha armas, mas pelo conjunto da sociedade, por meio de eleições, da participação das entidades representativas da sociedade e dos partidos políticos. Ao instituir as Forças Armadas como garantidoras da lei e da ordem, acaba-se por estabelecê-las como um dos poderes políticos da sociedade.2

A tutela do poder militar sobre a Nação evidencia-se hoje com a existência de documento produzido pelo Estado Maior do Exército, intitulado Manual de Campanha – Contra-Inteligência, do qual nem o atual ministro da Defesa tinha conhecimento. Segundo Carta Capital (nº 668, 19/10/11), trata-se de um conjunto de normas e orientações que reúne “todas as paranóias de segurança herdadas da Guerra Fria”, a começar pela prática dos generais de “espionar a vida dos cidadãos comuns”. O manual lista “como potenciais inimigos” praticamente “toda a população não fardada do País e os estrangeiros”, incluindo “movimentos sociais, ONGs e os demais órgãos governamentais”, de “cunho ideológico ou não”.

Da mesma maneira a tutela do poder militar é revelada pelo fato de a Comissão da Verdade, aprovada na Câmara, não passar de uma Comissão “para inglês ver”, ou seja para dar uma satisfação à opinião pública mundial, expressa através das exigências apresentadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA. Como diz a deputada Luiza Erundina, “o objetivo expresso do texto do projeto é resgatar a memória para ver a verdade histórica e fazer a reconciliação nacional. Sem tocar em justiça. É incrível, pois todos os países que sofreram ditaduras tiveram comissões da verdade com perspectiva de fazer justiça: Argentina, Uruguai, África, Alemanha” (Carta Capital, nº668) . Na realidade, o poder militar continua impedindo a apuração dos crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura e a punição dos torturadores.

Como era sempre lembrado por L.C. Prestes, tal situação só poderá ser modificada com a mobilização dos setores populares. É necessário, pois, alertar esses setores para o perigo a que todos continuamos submetidos sob a tutela do poder militar!

*Anita Leocadia Prestes é professora do Programa de Pós-graduação em História Comparada da UFRJ e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes.

1 PRESTES, Luiz Carlos, “Um ‘poder’ acima dos outros”, Tribuna da Imprensa, R.J., 28/09/1988.

2 TELES, Edson, “Restos da ditadura: por que as Forças Armadas de hoje temem a punição dos torturadores de ontem”, O Globo, Prosa & Verso, R. J., 30/01/2010, p. 5.

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