Radio Poder Popular

sábado, 10 de janeiro de 2009

ONU diz que é preciso mudar sistema de produção

A fome que atinge atualmente 925 milhões de pessoas no mundo não poderá ser eliminada simplesmente aumentando os volumes de produção, mas requer uma mudança total do sistema produtivo.

Este é o principal ponto da mensagem emitida hoje pelo relator da ONU para o Direito à Alimentação, Olivier De Schutter, porocasião do Dia Mundial da Alimentação.

"A violação diária e em massa do direito à alimentação tem sua fonte não na produção insuficiente de alimentos, mas em um sistema de produção cujos limites se tornaram claros agora. É preciso construir um novo sistema sobre as ruínas do antigo", afirmou.

Para o especialista, "a situação de fome no mundo é alarmante.

Como resultado da atual crise, cerca de 100 milhões a mais de pessoas caíram na extrema pobreza. Hoje, há 925 milhões de pessoas com fome no mundo, dos 848 milhões do período 2003-2005".

De Schutter constatou que, "apesar de os preços dos alimentos nos mercados internacionais terem caído desde que chegaram a seu máximo em junho de 2008, os preços nos mercados nacionais continuam historicamente altos".

Em muitos países, acrescentou, especialmente nos importadores em desenvolvimento, o brutal aumento dos preços levou muitas famílias a reduzir a quantidade de comida que consomem ou a recorrer a dietas mais pobres, sem os necessários nutrientes para as crianças.

De Schutter ressaltou que o desafio "não é aumentar os volumes de produção, mas garantir que esta produção aumente a renda dos que mais precisam, pequenos agricultores que mal vivem de suas colheitas, trabalhadores rurais sem terra e pescadores".

"Isso significa não só manter os preços a níveis acessíveis, mas também reduzir a brecha entre os preços do produtor e os que pagam o consumidor", acrescentou.

O especialista afirmou que é preciso ajudar o pequeno produtor a fortalecer sua capacidade de produção e, ao mesmo tempo, protegê-lo das conseqüências dos voláteis preços internacionais e do risco da concorrência desleal dos produtores agrícolas dos países industrializados, que se beneficiam de subsídios maciços.

EFE

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A NOVA ORDEM MUNDIAL

Gorbachov: EUA e seus aliados querem isolar Rússia
O último presidente da extinta União Soviética, Mikhail Gorbachov, afirmou que os Estados Unidos e alguns aliados europeus querem "isolar" a Rússia, e alertou sobre o perigo de um retorno aos "jogos de geopolítica" do passado.
» Sarkozy pede responsabilidade a Moscou
» Rússia: CIJ não pode julgar caso
» Cáucaso: UE apóia inventigação
» Medvedev: Rússia deve ser considerada
Gorbachov está na Espanha para participar amanhã da Exposição Internacional de Zaragoza e defendeu hoje a gestão dos líderes russos, além de criticar as intenções de domínio de alguns países ocidentais, expostas em casos como o da Geórgia, no qual "a Rússia foi erroneamente apresentada como agressora".
Gorbachov discorda dos que atribuem à dupla formada pelo presidente Dimitry Medvedev, e o primeiro-ministro, Vladimir Putin, o desejo de criar uma "grande Rússia", e diz que o Governo russo "não quer ser líder" mundial, atitude que vê, sim, em outro país ocidental, em clara alusão aos Estados Unidos.
"Somos um país auto-suficiente. Temos território, energia, ciência, ensino, recursos, tecnologia. Poderíamos alimentar 800 milhões de pessoas", diz Gorbachov, que elogia o trabalho de Putin, em comparação com o período de Yeltsin (1991-2000), quando "o estado da população era o de pobreza".
Por isso, é otimista quando afirma que a Rússia "ressurgirá" e acrescenta que o país "assume seus compromissos internacionais e não pratica jogos ilegais".
O ex-líder soviético compartilha a opinião dos que pensam que os EUA querem enfraquecer e isolar a Rússia com iniciativas como a eventual adesão de Ucrânia e Geórgia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
"Para quê a Otan quer esses dois países? Para lutar contra o Irã? É ridículo", protestou Gorbachov, que vê no recente conflito da Rússia com a Geórgia um caso exemplar dessa atitude ocidental de "punir erroneamente".
Para ele, a intervenção militar da Geórgia na Ossétia do Sul foi "uma loucura. A destruição de cidades, o ataque a pessoas indefesas com armas sofisticadas. Mas a imprensa não protesta e apresenta a Rússia como agressora", devido à entrada posterior de forças enviadas por Moscou para expulsar as georgianas.
Sobre a Ucrânia, lembra que sua própria mãe era desse território, o qual fez parte durante muito tempo do Império Russo e depois da URSS, acrescenta.
"Desejo êxito e força a eles, mas acredito que não entrarão na Otan", afirma o ex-líder soviético, que também espera que ninguém introduza mais fatores de divisão entre Ucrânia e Rússia.
Gorbachov lembrou que nos anos 80 havia cooperação internacional para reduzir o armamento nuclear e biológico, atitude que faz falta agora. Assim, destacou que nos EUA "há pessoas que estimulam o conflito e querem ampliar a Otan para ganhar mais dinheiro com a produção de armas".
Após ignorar a pergunta sobre se sente nostalgia de sua época de líder soviético, Gorbachov lembrou que a possibilidade de assinar um novo Tratado da União das repúblicas foi abortada pelas forças conservadoras, opostas à "perestroika" (reestruturação), que organizaram o golpe de Estado e levaram à desagregação da URSS.
"Lamento. Foi muito negativo que a URSS tenha caído. Não exagero", afirma Gorbachov, para quem as idéias socialistas "ainda estão vivas" na atualidade, embora mais na Europa do que na Rússia.
O ex-líder se mostrou irônico quando lembrou que após a queda da URSS "foi imposto o liberalismo econômico de acordo às idéias de Washington, mas hoje sabemos que o presidente George W. Bush interveio nas entidades hipotecárias" Freddie Mac e Fannie Mae diante da crise financeira: "é um passo socialista", afirmou.
EFE

Seguidores

Quem sou eu

Partido Comunista brasileiro de Fortaleza,espaço para publicar informações de nosso partido e de aliados sobre a conjuntura politica brasileira e nacional.