Radio Poder Popular

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A agressão na Siria na ótica dos comunistas

Comunicado sobre a reunião do Comité Central do Partido Comunista Sírio O Comitê Central do Partido Comunista Sírio fez uma reunião ampliada, em 5 de dezembro de 2012, liderada por seu secretário geral Camarada Ammar Bagdache, em companhia dos membros do Comitê Central, membros do Comitê de supervisão e secretários de comitês regionais, começando com um minuto de silêncio em respeito ao Camarada Wissal Farha Bagdash, líder do partido, e em luto pelos mártires da pátria. Durante a discussão da situação política, o Comitê Central voltou-se para o desenvolvimento da situação interna do país, onde os confrontos armados estão aumentando entre as forças do governo - que defendem uma visão nacional síria, contrária aos planos agressivos e expansionistas do sionismo e do imperialismo - e forças rebeldes cujo poder de fogo é constituído por facções terroristas que são leais ao imperialismo e aos regimes reacionários árabes que visam destruir a Síria como a fortaleza liberal no mundo árabe, e como um elemento importante da luta de libertação anti-imperialista internacional. Apesar da expansão e intensificação da insurreição, ela não atingiu os seus objetivos de derrubar o regime através da destruição da capacidade de luta do Exército Árabe Sírio, que corajosamente enfrenta os repetidos ataques dos rebeldes na capital Damasco, e Aleppo tem permanecido inabalável, levantando orgulhosamente a bandeira da nação e da dignidade. Até mesmo a rejeição das massas sírias vem aumentando contra os rebeldes, cujos rostos bárbaros se tornam cada vez mais claros através dos crimes cometidos contra a população civil, especialmente em áreas que se recusam a aceitá-los. Quanto à eficácia do confronto entre as forças armadas rebeldes, as operações terroristas que visam comunidades e alvos civis estão aumentando, o que fará o ódio popular contra eles crescer exponencialmente. O Comitê Central considera que não seria possível para a insurreição atingir este amplo alcance se não fosse o grande apoio recebido pelos rebeldes dos estados imperialistas e dos regimes reacionários árabes, em particular dos Estados do Golfo e a Turquia de Erdogan, que é o posto avançado da OTAN na região, trabalhando constantemente contra a Síria. Não podemos classificar esses fatos de acordo com as normas do direito internacional, apenas como atos agressivos. Uma das últimas manifestações da linha de agressividade turca foi a implantação do sistema de mísseis Patriot Atlântico no seu território. A Turquia também dá suporte insolentemente a operações militares que partem de seu território contra a Síria e na prática participa nestas operações, como aconteceu na cidade de Ras al-Ain. É sabido por todos que a Turquia apóia as bases de rebeldes armados em seu território bem como a base de inteligência atlântica, que lidera e coordena o trabalho dos rebeldes na Turquia. O Comitê Central considera que o principal dever dos comunistas, como de todos os patriotas, encontra-se na defesa da independência nacional da Síria e na defesa da unidade do território nacional, em face de conspirações imperialistas sionistas reacionárias árabes, e no enfrentamento aos atos criminosos dos inimigos da pátria, os executores da vontade do colonizador. Durante a discussão da situação sócio-econômica, os camaradas refletiram sobre o sofrimento das massas, a deterioração das condições de vida do povo causada pelo declínio do poder de compra das famílias sírias, e a onda de aumento de preços, com a perda dos elementos básicos necessários para a vida. Além disso, o encontro reflete as inúmeras dificuldades que a produção nacional e os produtores estão enfrentando. O Comitê Central considera que uma grande parte dessa situação se deve ao cerco imposto à Síria e aos atos de sabotagem. Mas, ao mesmo tempo, este governo não fez ações rigorosas para enfrentar a situação, e não fez o necessário enfrentamento com a abordagem econômica liberal, que basicamente contribuiu para criar as condições da crise vivida pela Síria agora. O que é necessário agora é intensificar o controle estatal sobre as articulações básicas da economia nacional, aumentar o seu papel particularmente no abastecimento e comércio interno, restaurando as suas posições no comércio exterior, especificamente em materiais necessários estratégicos para a continuidade da produção e fornecimento para as necessidades dos cidadãos . O Comitê Central considera que o que foi feito por algumas autoridades econômicas governamentais, para a procrastinação da resolução do problema e adiamento da escolha de uma política econômica alternativa, estende a duração da crise e aumenta a probabilidade de consequências difíceis. Especialmente quando se tornou claro que, após as potências coloniais não terem conseguido obter uma rápida vitória militar sobre a Síria, estão buscando esgotá-la em todas as áreas, a fim de fazer a Síria sair de sua crise incapacitada de efetivamente enfrentar o imperialismo expansionista e os planos sionistas na região. Daí vem a importância do front econômico-social, a importância de seguir uma política econômica que proteja e reforce a produção nacional, atendendo aos interesses das massas populares que são o esteio da honrada firmeza nacional da Síria, e isso só pode ser conseguido através de mudança radical nas orientações econômicas e sociais e do enfrentamento final com o liberalismo econômico em todas as suas manifestações. O Comitê Central considera que há no mundo um aumento da condenação às ações de hostilidade perpetradas pelo imperialismo internacional e suas forças leais e mercenárias contra a Síria, tendo como uma das manifestações evidentes a declaração de solidariedade com a Síria emitida pelos Partidos Comunistas e Operários participantes da 14ª reunião internacional. A rejeição à intervenção militar direta contra a Síria também está aumentando nos Estados Unidos e nos centros imperialistas em si. Também aumenta a compreensão para os riscos das conseqüências da crise síria em todo o mundo. Essa situação aumenta a loucura dos regimes reacionários árabes contra a Síria. Estes regimes percebem que a sua existência estaria ameaçada em caso de fracasso das conspirações contra a Síria. Isso aumenta a agressividade desses regimes e seu apoio para todas as operações agressivas e subversivas contra a Síria, em plena coordenação da Turquia e governantes reacionários. O Partido Comunista Sírio confirma, como confirmara anteriormente, que a resistência não é apenas um dever, mas é possível. Todas as evidências no cenário nacional, regional e internacional confirmam isso. O importante agora é promover, fortalecer e suportar todos os fatores que tragam consigo a capacidade de mobilização das massas populares e de luta do Exército Árabe da Síria, bem como a manutenção da produção nacional. O Comitê Central discutiu a participação de nosso partido na reunião dos partidos nacionais e das forças da coalizão, enfatizando a importância da aliança de todas as forças nacionais e sua unidade especialmente nas circunstâncias difíceis enfrentadas por nosso país. A unidade da Frente Nacional é um dever em face da unidade das forças reacionárias. Na arena árabe mostra-se claramente o rosto terrível e o conteúdo obscurantista das forças reacionárias disfarçadas, que fazem no combate o contraste aos conceitos de democracia e progresso, aos conceitos que tratam de civilização e humanidade. Isto é claramente demonstrado pelos acontecimentos na Tunísia e na Líbia, e especialmente na situação vivida pelo Egito, onde as grandes massas do povo resistem às tentativas de se impor um regime obscurantista e ditatorial leal ao imperialismo, não menos do que os regimes anteriores. O rápido desenvolvimento dos acontecimentos no mundo árabe prediz inúmeras inflexões no movimento de libertação nacional árabe. O Comitê Central declara a sua solidariedade para com todas as pessoas livres do mundo árabe, que rejeitam o controle colonial e a autoridade reacionária de todas as cores, opondo-se ao risco das forças obscurantistas. Durante a discussão da situação internacional, o Comitê Central decidiu pela manutenção do que o nosso partido diagnosticou em sua documentação sobre a escalada de todas as contradições imperialistas contemporâneas, especialmente nas circunstâncias da crise estrutural vivida pelos centros imperialistas, a escalada dos confrontos entre o trabalho e o capital em seu interior, bem como a recuperação do movimento global de libertação nacional em sua resistência à política de empobrecimento e às tentativas de impor a dominação absoluta pelo capital financeiro global. O Comitê Central envia uma saudação a todos os progressistas e forças anti-imperialistas do mundo, especialmente aos partidos comunistas que estão na dianteira da luta contra a dominação do capital. Destaca, ainda, que a luta dos comunistas sírios para fortalecer a firmeza da Síria nacional é também tarefa internacional para fortalecer a frente anti-imperialista global. O Comitê Central reporta as atividades dedicadas ao centenário do nascimento do camarada Khalid Bagdache, líder histórico dos comunistas sírios, que foram conduzidas pelas organizações partidárias em todo o país, apesar das condições difíceis, concentrando-se nos aspectos da luta de classes, nacional e internacional, do Partido Comunista Sírio. O Comitê Central também discutiu algumas questões de organização e tomou as decisões e recomendações necessárias nesta área. O Comitê Central elogiou as atividades das organizações partidárias e a luta dos camaradas comunistas ombro a ombro com todos os patriotas pela defesa da pátria, da sua soberania e dignidade. Damasco, 5 de dezembro de 2012. Comitê Central do Partido Comunista Sírio Tradução: PCB – Partido Comunista Brasileiro

domingo, 16 de dezembro de 2012

De punho em riste: quem é a garota que desafiou a ocupação israelense?

Na foto ao lado: Ahed Tamimi, de apenas 13 anos, enfrenta os soldados israelenses e diz que a dor já faz parte de sua vida. No meio de uma estrada deserta, cercada de paisagem árida, uma pequena menina com a insígnia da paz estampada no peito enfrenta dezenas de soldados, protegidos com capacetes e metralhadoras. O contraste da imagem choca, mas nem as armas em punho foram capazes de amedrontar a garotinha, que continuou a gritar e empurrar os oficiais em busca de respostas (veja o vídeo abaixo). Os risos jocosos dos militares, que se entreolhavam em desprezo, apenas alimentaram o desespero e raiva da jovem. No fim, a única resposta recebida foi o disparo de balas de borracha. As imagens da bravura da menina, na reedição de uma espécia de batalha entre Davi e Golias, correram o mundo. Ahed Tamimi, de apenas 13 anos, queria apenas saber para onde o irmão, Waed, de 15 anos, havia sido levado durante os protestos do dia 2 de novembro em Nabi Saleh, pequeno vilarejo na Cisjordânia onde vivem. Sentada na cama do hospital, em Ramallah, com a mão enrolada em curativos, a palestina não reclama do ferimento e conta que a dor já se tornou parte de sua vida. Filha do líder comunitário Bassem Tamimi, considerado pela União Europeia um “defensor dos direitos humanos” e pela Anistia Internacional “um prisioneiro de consciência”, Ahed já teve de lidar com o encarceramento dos pais, a morte de dois tios e a violência cotidiana de soldados israelenses contra a família e amigos. “Eu lembro que o pior período da nossa vida foi quando prenderam o meu pai pela primeira vez. As autoridades israelenses não nos deram autorização para visitá-lo”, contou ela a Opera Mundi. Detido por oficiais israelenses por seu papel de liderança nos protestos pacíficos, Bassem teve de enfrentar a corte militar de Israel por 13 vezes e chegou a passar mais de três anos no cárcere, sem nenhum julgamento. Há mais de três anos, os residentes de Nabi Saleh se concentram toda sexta-feira às 13h30 no centro da vila e tentam caminhar com bandeiras da Palestina até a Alqaws, fonte de água da cidade confiscada pelos oficiais israelenses em 2009 e atualmente de uso exclusivo dos colonos. O recurso era necessário para as plantações na aldeia e também funcionava como local de lazer, mas Israel restringiu a visita e proibiu a construção de qualquer tipo de infraestrutura no local pelos palestinos. “Toda sexta-feira, choques começam quando tentamos começar nosso protesto pacífico contra o assentamento que nos cerca”, contou a garota. Idosos, como sua avó, de 90 anos, crianças, mulheres e homens, são atingidos indiscriminadamente por munições e projéteis. Com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e o líquido “skunk”, os soldados impedem que a passeata chegue ao local de destino mas, pela primeira vez, em junho deste ano, o grupo conseguiu entrar na fonte. Depois dos primeiros protestos, as Forças de Defesa de Israel começaram a fechar todas as entradas e saídas da vila, impedindo a chegada de ativistas internacionais e de outras cidades palestinas e restringindo a manifestação às ruas da vila. “O uso de todos os meios para finalizar o protesto pelas forças de segurança é excessivo e ocorre mesmo quando os manifestantes não são violentos e não representam ameaça. As forças disparam enormes quantidades de gás lacrimogêneo dentro da área urbana da vila, que é o lar de centenas de pessoas”, disse em relatório a organização B’TSelem. “Em um protesto, pelo menos 150 latas de gás lacrimogêneo foram disparadas”, completou. Mortes Foi em uma dessas vezes que Ahed perdeu um dos primos. Há exatamente um ano, Mustafa morreu quando foi atingido na cabeça com uma bomba de gás lacrimogêneo durante os protestos. De acordo com testemunhas, ele jogava pedras contra um tanque israelense e um soldado, não identificado, mirou em sua cabeça. No entanto, segundo organizações de direitos humanos e residentes de Nabi Saleh, os oficiais não usam inadequadamente apenas munições menos letais, mas também armas de fogo. Em 19 de novembro, o tio de Ahed, Rushdi, policial palestino de 31 anos, faleceu de complicações médicas depois de ferimentos com balas de fogo no intestino. Apesar da crescente repressão, Ahed e sua família continuam a participar dos protestos semanais na aldeia, de 500 habitantes, contra os assentamentos israelenses e o muro que separam os territórios. Sob o argumento de que a manifestação é uma “reunião ilegal”, os oficiais prendem civis e tentam dispersar o grupo logo nos primeiros minutos. Prisões “Minha mãe disse a eles para saírem das nossas terras e o soldado, com raiva, respondeu que estávamos em uma zona militar. [Ela] então disse a ele para retirar os colonos também e ele ordenou sua prisão”, lembrou Ahed, mencionando a manifestação do dia 24 de agosto (vídeo). Ao lado das primas, a garota protestou contra a detenção e acabou apanhando dos militares. Nariman foi libertada e logo, voltou a participar das manifestações com sua câmera e kit de primeiros socorros. O pai foi preso novamente em 24 de outubro, durante uma manifestação a favor do boicote contra o supermercado israelense Rami Levy. Ele posteriormente foi condenado a quatro meses de prisão e a uma multa poucos meses depois de ter sido solto. Após uma semana, o filho mais velho foi levado pelos soldados, mas permaneceu detido poucos dias na delegacia do assentamento de Sha’as Benyamin. “A prisão de Waed Tamimi, enquanto ele estava andando pacificamente em sua vila, aponta para o contínuo abuso do ativista Bassem Tamimi, de sua família e da comunidade de Nabi Saleh pelas forças militares israelenses”, afirmou Ann Harrison da Anistia Internacional. “Este abuso e assédio deve parar”, acrescentou ela. Ocupação e os jovens: peça-chave para a repressão A presença militar de israelenses na vila palestina não é restrita às sextas-feiras. A emissora israelense Canal 10, junto com a B’TSelem, denunciou que os oficiais fazem rondas noturnas em Nabi Saleh, durante as quais invadem as residências dos palestinos e tiram fotos das crianças. As Forças de Defesa usam as fotografias para identificar os menores que jogam pedras contra os oficiais nos protestos e depois, vão às suas casas durante a noite para prendê-los. Segundo a organização palestina Addammeer, que luta pelo direito dos presos políticos, o depoimento desses jovens é fundamental para Israel construir denúncias contra os líderes do movimento. Foi o interrogatório de uma criança de 10 anos que levou à prisão de Bassem. Ahed conta que os oficiais estão por perto “toda vez que quero brincar com meus amigos, quando vou à escola e quando estou em casa”. Mesmo quando os soldados estão longe, os palestinos lembram diariamente de que sua terra está sendo ocupada e confiscada. Nabi Saleh, assim como toda a Cisjordânia, é cercada por um muro de 10 metros de altura e por todos os lados da aldeia, os apartamentos modernos dos colonos construídos ilegalmente em seu território podem ser vistos. A falta de parentes e amigos que estão presos ou foram mortos impedem que essas pessoas se esqueçam da sua realidade. Sonhos de uma criança "Eu gostaria que toda a minha família fosse libertada assim como todos os outros prisioneiros palestinos logo e quero ver o meu grande sonho de um dia viver em uma Palestina livre", declarou Ahed. O sentimento de tristeza e desespero, pesado demais para uma criança, preocupa os pais de Ahed. “Durante as visitas ao meu marido, Bassem me pediu que os corações dos nossos filhos fossem purificados de todo e qualquer ódio por conta das sementes de amor que plantamos neles”, contou Nariman. “Agora, nós estamos esperando por redenção, felicidade, justiça e liberdade”. (Waed Tamimi vestido com lenço palestino durante protesto do dia 7 de dezembro para se proteger das bombas de gas lacrimogeneo) A libertação nacional parece estar longe da vida de Ahed e dos Tamimi. Enquanto a família ainda enfrenta uma ordem de demolição de sua casa em Nabi Saleh, as autoridades israelenses já anunciaram que vão continuar com a expansão dos assentamentos nos territórios palestinos. No entanto, o espírito de resistência dessa família não parece diminuir, apesar das seguidas provações pelas quais passaram. Metaforicamente, os Tamimi são a Palestina. Fonte: http://operamundi.uol.com.br

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER

Quando comecei a militar no PCB em 86 , tinha uma expectativa de um partido aguerrido na luta contra o capitalismo e a miséria de nosso país , admirava muito a firmeza ideólogica do Partido dos trabalhadores com Maria Luiza, Durval Ferraz, Gilvan rocha, Rosa da Fonseca , e outros. acompanhei uma eleição em que o João alfredo era candidato a governador e nosso camarada Vasco Damasceno era o vice, n aqueles momentos tinhamos uma luta feroz de fazer com que o PCB fosse reconhecido pela jústiça, já que o bob freire tinha dado um golpe na militancia , transformando-se em PPS o PCB. vencida a luta ideólogica e consequentemente o reconhecimento da instituição PCB, começa a batalha de unificação ideólogica do partido que com muita firmeza vencemos toda as etapas dessa reconstrução que em determinados momentos reuniamos apenas três pessoas em um banco da praça da bandeira em Fortaleza no firme proposito de reaproximar os que estavam desmotivados para essa luta, hoje estamos dando os primeiros passos de uma reconstrução revoluciónaria, que não se abaterá por um insucesso eleitoral. pois hj temos referência no moovimento comunista no brasil e no mundo, não renegamos nossa história, nossos erros, nossa cor vermelha e nossos simbolos, no entanto temos o mais valioso patrimônio de um partido da classe trabalhadora a nossa coerência politica. Em todos esses anos de militancia politica aprendemos a combater os inimigos de classe que se apresentavam primeiro na ARENA depois no PDS, PFL e seus aliados , cotidianamente ajudamos a combater figuras como Paulo Maluf em São Paulo e seus alidos, aqui no Ceara os coroneis tradicionais, a figura do prefeito biônico da ditadura Lucio alcantara e outros , precisamos deixar claro quem mudou de lado, nós os "radicais " ou foi essa esquerda pragmatica que se juntou a todos os inimigos históricos da esquerda braslileira? por tudo isso é preciso a construção de coletivo revolucionario e de firmeza ideológica para mais tarde possa abrigar a todos os militantes socialistas comunista, que mais cedo ou tarde virão engrossar essa fileira de luta e transformação dessa sociedade podre que corrompe e escraviza a classe trabalhadora. CONSTRUIR O PODER POPULAR DESTRUIR O CAPITALISMO VIVA O PCB Nauri Araújo secretário politico do PCB de fortaleza.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

José Montenegro de Lima

Militante do PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) Nasceu em 1948, no Ceará. Desaparecido desde 1975 quando contava 27anos. Estudante e membro da diretoria da União Nacional dos Estudantes Técnicos Industriais (UNETI). Foi preso em 29 de setembro de 1975. Consta que teria sido visto no DOI-CODI, conforme denúncia do deputado Laerte Vieira. No livro “Brasil Nunca Mais”, à pág. 265, há a seguinte informação sobre José: “pesquisador de mercado, foi preso em 29 de setembro de 1975, em sua residência no bairro da Bela Vista (SP) por quatro agentes policiais e teve como testemunhas alguns de seus vizinhos (...) Posteriormente, Genivaldo Matias da Silva, em interrogatório judicial, assegurou ter visto José detido nas dependências do DOI-CODI/SP.” O Relatório do Ministério da Marinha diz que “foi preso em 30 de setembro de 1975”. Trechos do livro “Desaparecidos Políticos”: “Desde cedo Montenegro teve contato com os problemas econômicos e sociais de sua terra e sua gente. Criado no interior, ao lado da seca e demais flagelos, foi mais tarde estudar em Fortaleza, pois queria ser um técnico de nível médio. Na escola secundária inicia os seus primeiros contatos com as idéias políticas de progresso e liberdade e começa a tomar consciência das mazelas políticas e da elitizante estrutura educacional. Montenegro continuou tendo vida legal logo após 1964 , mas não deixou de ser perseguido. Foi indiciado no IPM da UNE, que envolveu mais de mil estudantes. As dificuldades de trabalho e estudo cedo começaram a se manifestar e, aos poucos, “Monte” foi obrigado a viver refugiado dentro de seu próprio país, pois considerava legítimo o direito de manifestar-se politicamente como qualquer cidadão. Nos anos mais duros da ditadura, em especial a partir de 1969, Montenegro viveu clandestinamente, única forma encontrada de manifestar sua oposição ao regime de opressão. Viajou, morou em diversos estados, perambulou pelo Brasil afora. Apesar das dificuldades nunca perdera a esportividade. Podia ser encontrado por velhos amigos nas ruas de São Paulo ou Rio de Janeiro, assim como pulava atrás do trio elétrico em pleno carnaval da Bahia em 1974.” Ainda segundo este livro, Montenegro, ao ser preso, foi levado diretamente a um sítio clandestino da repressão, e daí para frente não se teve mais notícias dele.

domingo, 27 de maio de 2012

SINDICATO DOS BANCARIOS , TEM NA SUA HISTÓRIA A PARTICIPAÇÃO DO PCB

O Sindicato dos Bancários do Ceará foi fundado em 21 de fevereiro de 1933, tendo participado ativamente de momentos importantes da história do Brasil. A entidade sobreviveu a dois golpes de Estado (o Estado Novo de Getúlio Vargas e o golpe militar de 1964) e a vários planos econômicos governamentais. Presenciou o suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros e o impeachment do presidente Fernando Collor, luta de que participou ativamente no Ceará. Em sua existência, o Sindicato sofreu três intervenções. A primeira foi durante o Estado Novo (1937-1945) e duas vezes no período da ditadura militar (1964-1985). Num período de efervescência nas lutas sindicais, em 1934, uma greve dos bancários conquista a jornada de seis horas de trabalho. Em 1937, com o início da ditadura de Getúlio Vargas, o Sindicato sofre sua primeira intervenção, que duraria até 1957, quando se elege uma chapa de oposição. A greve do BNB pela equiparação salarial com o BB, em 1962, foi a primeira grande greve após a intervenção. Em 1964, com o golpe militar há nova intervenção, com a destituição da diretoria e a ocupação do Sindicato. O presidente do Sindicato era na época era um grande lutador da classe trabalhadora, José de Moura Beleza, que chegou a ser candidato a prefeito de Fortaleza. Em 1968, no período mais duro da ditadura, a campanha salarial desencadeia uma greve. Em novas eleições, ganha a chapa de oposição à ditadura. Logo após a posse, há nova intervenção. Foi somente em 1979 que uma frente política de oposição à ditadura ganha a eleição no Sindicato, assumindo a presidência Maria da Natividade, ligada ao PCB, e funcionária do Banco do Brasil. A predominância do PCB/PCdoB na diretoria do Sindicato permanece até 1988, quando uma chapa ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores) vence a disputa. As divergências na frente que assumiu o Sindicato em 1979 começou em 1983, quando foi fundada a CUT. Em 1985, ocorre a primeira grande greve nacional da década, uma campanha salarial que consegue unificar a data-base dos bancários. Seguiria-se, até 1989 uma série de greves e conquistas que se incorporam à convenções coletivas da categoria: o Plano de Cargos e Salários (PCS) para os bancos oficiais, equiparação do BB ao BNB e a criação de pisos salariais para os bancos privados. É também, em 1989, que em uma assembléia histórica, o Sindicato dos Bancários do Ceará filia-se à CUT. O ano de 1990, com o governo Collor, inicia-se a implantação do projeto neoliberal no Brasil, que vem sendo levado a cabo pelo atual presidente, Fernando Henrique Cardoso. O grupo político ligado à CUT e ao PT, que assumiu a direção da entidade pela primeira vez em 1988 continua dirigindo a entidade. O primeiro presidente dessa nova fase foi Nelson Martins (Banco do Brasil), que foi reeleito para o período 1991/94 (ampliando-se a frente de esquerda que dirige o Sindicato, incorporando novamente militantes do PT/PC do B). A partir daí, assume Tomaz de Aquino (BNB), reeleito por duas vezes (1994/97 e 1997/2003). Em 2003, o empregado da Caixa Econômica Federal e diretor de Finanças da entidade, Vaumik Ribeiro é eleito presidente do SEEB/CE para o período 2003/2006. Atualmente, Valmik está licenciado para integrar a Gerência Nacional de Planejamento Estratégico da Caixa Federal. Em seu lugar, assumiu a presidência do Sindicato, Marcos Saraiva, também empregado da Caixa. Veja também a reprodução do estudo “Sindicato dos Bancários: Fazendo História no Ceará”, de autoria de Cleide Bernal, bancária aposentada do BNB, economista e professora da UFC (Universidade Federal do Ceará). Cleide também foi diretora do Sindicato dos Bancários. O estudo aborda o período de 1979 a 1992.

domingo, 20 de maio de 2012

O canto subversivo de José Jatahy, um comunista do PCB,a arte a serviço da luta.

Quando João Dummar funda a Ceará Rádio Clube, a PRE-9, em 1934, José Jatahy, possuidor de potente voz, já era conhecido como o grande seresteiro de Fortaleza. A primeira rádio do Ceará formava pouco a pouco sua equipe de profissionais e o cantor boêmio foi o primeiro contratado pela emissora e seria durante algum tempo sua grande atração. Juntaram-se a ele Moacir Weyne, Romeu Menezes, João Milfont e Lauro Maia, afora os frequentadores dos programas de auditório apresentados semanalmente contando já com o acompanhamento da orquestra da própria rádio. Ásperos tempos Os anos 30, porém, estavam mais para a luta do que para a boemia. O fascismo tomava conta da Europa com a ascensão de Hitler na Alemanha e a vitória de Franco na Espanha. O mundo estava em pé de guerra e os comunistas se empenhavam na luta pela paz chamando a todos os democratas a concertarem a frente única antifascista. No Brasil, a década havia começado com o golpe de Estado comandado por Getúlio Vargas. Em seguida à reação dos latifundiários paulistas em 32, as classes dominantes – frações da grande burguesia e latifúndio - acertam suas diferenças sob a hegemonia do bloco germanófilo liderado por Vargas. Os comunistas brasileiros, atendendo ao chamado da Internacional Comunista, organizam a Aliança Nacional Libertadora e o levante popular de 1935. A derrota do levante é seguida de uma tremenda repressão sobre os lutadores do povo. São os ásperos tempos tão bem descritos por Jorge Amado em Os subterrâneos da liberdade. A professora cearense Bárbara Cacau dos Santos, que realizou pesquisa sobre o movimento sindical do Ceará entre 1957 e 1964, mais especificamente sobre o Pacto de Unidade Sindical para sua tese de mestrado do Departamento de História da UFC, levantou significativas informações sobre a biografia de José Jatahy a partir, inclusive, de um depoimento seu ao Arquivo Fonográfico de Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, em Fortaleza. Após ser escolhido o melhor cantor do Ceará em um festival realizado em 1942 no Teatro José de Alencar, passou a ser distinguido com a fama de "o pioneiro do rádio" e "O maioral". Jatahy, entretanto, já era visto pelas oligarquias locais como um elemento de ideias perigosas e isso é expresso pelo próprio João Dummar que buscava, sem sucesso, um substituto que suplantasse o seu talento. Mas Jatahy tinha um sonho ao qual vai se dedicar a partir do restante dos anos 40: a criação e montagem de uma rádio. E ele vai realizá-lo na cidade de Campina Grande, onde inaugura junto a outros companheiros tais como Hilton Mota e Gil Gonçalves, a primeira rádio dessa cidade, a BFR-5 Rádio Cariri. Lá permaneceu até a segunda metade dos anos 50 quando vende a rádio e retorna a fortaleza. Músico e dirigente proletário Ao abordar o engajamento de Jatahy na luta classista, a professora Bárbara afirma que: "À frente do sindicato dos músicos do Ceará, Jatahy se insere no universo da organização sindical cearense conseguindo, através da atividade artística criativa, se inserir no projeto de constituição da Unidade Intersindical." E que "Jatahy compôs algumas músicas voltando a sua atenção para a organização e para o universo de experiência dos trabalhadores. A primeira delas é o Hino do Pacto Sindical, cantada pela primeira vez nas comemorações do 1º de maio de 1962". Enquanto mobilizava pela música os vários segmentos da sociedade, Jatahy não descuidava de seu próprio campo profissional, como nos mostra o artigo de Amaudson Ximenes Veras Mendonça publicado na página na internet do Fórum Paulista Permanente de Música, com o título "Os músicos e o Regime Militar de 1964", o qual se reporta à criação da Ordem dos Músicos do Brasil por Juscelino Kubistchek, em 1960, por inspiração do maestro paraibano José de Lima Siqueira e em seguida a sua sucursal no Ceará: "Segundo o professor-maestro Orlando Leite, no ano de 1962, Siqueira viria pessoalmente à Fortaleza para a criação do Conselho Regional do Estado do Ceará. De acordo com o veterano músico Otávio Santiago, o seu primeiro presidente foi o cantor José Jatahi, autor de inúmeras composições, bem como do hino do Ceará Sporting Clube. Entre os fundadores da OMB no estado estavam Antonio Gondin, Edgar Nunes, Nadir Parente, Branca Rangel, Esther Salgado entre outros". Amaudson destaca ainda uma outra qualidade de Jatahy, a de grande agitador, pois diferente de outros quadros do próprio PCB que se acovardaram diante do Golpe de 1º de abril, foi para a praça conclamar a massa a resistir: "Segundo o veterano músico Otávio Santiago, José Jatahy (presidente do Conselho Regional dos Músicos do Ceará) em ato público na Praça José de Alencar, fez um discurso inflamado contra o novo regime, conclamando a categoria e os trabalhadores a se insurgirem contra o Golpe de Estado. O ato teria como consequência a sua prisão e deposição do cargo. A partir daquele momento, a OMB criada para o fortalecimento desse segmento social, também mudaria a sua finalidade, passando a exercer poder de polícia se constituindo como um dos sustentáculos da nova política cultural implementada pelo regime militar." A prisão não calou a voz de Jatahy. No quartel do 23º Batalhão de Caçadores, para manter elevado o moral dos companheiros presos, ele soltava sua possante voz, como nos conta Lucili Grangeiro Cortez, professora do Curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará – UECE em seu texto sobre "As repercussões do golpe civil-militar no Ceará": "Enquanto no cárcere a ocupação do espaço reproduzia a estrutura da sociedade cearense, as oposições e lutas pelo poder entre os presidiários eram resolvidas através de batalhas musicais. José Jatahy, representante sindical, era chamado ‘a alma do Pirambu’ (bairro proletário) pela voz de barítono aocantar na hora do banho. Osvaldo Evandro Carneiro Martins, professor, com voz de ‘tenor doméstico, de estilo italiano’ era chamado o ‘rouxinol da Aldeota’" (bairro burguês). Bárbara destaca ainda a coexistência entre o revolucionário e o lúdico na obra de Jatahy, pois ao mesmo tempo em que ele "transmuta o programa socialista de transformação social em músicas acessíveis, repletas de paixão e que trazem em seu bojo o desejo pela mobilização social. Nesse sentido, ele alia à sua criatividade artística a propaganda ideológica". Por outro lado, ele "conseguiu penetrar em diversos tons nas casas populares e nos festejos dos trabalhadores. Poderia transcrever aqui a música que compôs gravada por Luiz Gonzaga: 'Desse jeito não'. Ou, então, citar o baião escrito de maneira humorada, intitulado 'Meu Pé de Piqui' que associa a proliferação de crianças numa casa em virtude das estações de um 'piquizeiro'. Ou, ainda, o amor e a dor cantados na beleza das serestas em 'Falsa Felicidade' e 'Se te vejo em Sonho'." A repressão traça o perfil de Jatahy Após o desfecho dos dias 31 de março e 01 de abril de 1964, a polícia militar abriu inquérito para apurar e punir os "subversivos": os militantes dos movimentos sindicais e populares. De caráter investigativo, o IPM/1964 traçou o perfil das principais lideranças cearenses, para o caso de confirmação de denúncia de atividades de comunização nacional. Dentre esses perfis, encontramos o do músico José Jatahy: 184º Relatório Periódico de Informações, período de 15 de fevereiro a 11 de março, assinado pelo Cel. Tácito T. Oliveira em 11/03/1964. Documento do Ministério da Guerra/ IV Exército/ 10ª Região Militar/ 23º Batalhão de Caçadores. Juntado no 1º volume, às folhas 232 e 234, do Inquérito Policial Militar de 1964. JOSÉ JATAHY, brasileiro, casado, com 53 anos de idade, músico, filho de Carlos Jatahy e Benvinda Costa Jatahy, natural de Fortaleza, onde reside no Palace Hotel, quarto 212. Prestou depoimento às fls. 151. Nota-se sua participação direta no movimento de comunização do Nordeste (fls. 151, 153, 172). Introduziu o comunismo em seu sindicato, na tentativa de mudança do nosso regime, fls.87, 152, 244, 323. Como dirigente do Pacto Sindical, integrou a Frente de Mobilização Popular (fls. 93, 153) trabalhando para a comunização da região, conforme anexos 2A-24, 2A-36 e 2A-7. Já não mais músico brasileiro. Era músico comunista. Empregava sua profissão, arte relevante em motivação psicológica, no aliciamento comunista. Às fls. 54, vamos que, numa organização brasileira, como é o Sindicato dos Ferroviários, não foi o hino nacional brasileiro que ensaiou. Foi a Internacional Comunista. Era este hino que José Jatahy contava reger na pretensa vitória do comunismo em nossa terra. Daí o hino russo, a distância é muito pequena. Apesar de músico, presidiu na qualidade de presidente do Pacto Sindical a reunião subversiva realizada no sindicato dos ferroviários (fls. 172). 120. Ainda na sede desse sindicato, no dia 5 de março de 1964, fez pregação subversiva, incitando a greves e movimento para derribada do poder constituído. Às fls. 345, constata-se a ousadia deste denunciado, chegando a ameaçar o Ministro da Educação de tomar medidas drásticas. É preciso notar a desvinculação profissional de José Jatahy em todos esses meios. O denunciado Jatahy é músico. Penetrava no meio estudantil, no Sindicato dos Ferroviários e em outros centros profissionais tão somente para estimular a baderna, para desmantelar a disciplina e criar ambiente mais favorável à comunização, à mudanças dos princípios constitucionais brasileiros. http://www.anovademocracia.com.br/images/71/10-b.jpgHinos e canções de luta Canção da Juventude Em nossas mãos está a grande pátria de amanhã O futuro do Brasil a juventude é guardiã No trabalho e nas escolas Há uma missão a cumprir A miséria e a injustiça Nós iremos do Brasil logo extinguir Pelo campo e na cidade Onde se possa atuar Imporemos a igualdade para a injustiça terminar Grande força, nós formamos do grande rincão nacional E a todos convocamos Para se unir ao nosso grande ideal (Refrão) E aqueles que ainda estão a nossa pátria explorar Que derramemos sangue, mas iremos expulsar Nunca mais, oh! Nunca mais Terá vez o explorador Grande força, juventude Cada jovem será um libertador. Hino dos ferroviários Decididos a vencer Confiantes no poder Da nossa grande unidade Nosso sol vemos praiar Luminoso a despontar Como a nossa fraternidade Quanta luta já passou E na história já ficou A grande força operária Muitas outras hão de vir Nós iremos repetir A vitória ferroviária Ferroviário [bis], tua força empolga a nação Ferroviário [bis], muita paz leva-o no coração Ferroviário [bis], com nossa voz vai ecoar Ferroviário [bis], a injustiça iremos derrubar Nossos bravos veteranos Os algozes da nação É a luta ferroviária Sempre unidos lutaremos Com toda classe operária Quando a locomotiva Grita forte sempre altiva Com a nossa voz a clamar Nosso grito independente Neste país continente Bem forte há de ecoar. S

sexta-feira, 18 de maio de 2012

UM OPERÁRIO, UM LUTADOR, UM COMUNISTA DO PCB.

GRANDES ESCÂNDALOS DA HISTÓRIA - O CASO MANUEL FIEL FILHO TORTURA E MORTE Manuel Fiel Filho foi um operário metalúrgico brasileiro morto por tortura durante a ditadura militar.Foi preso em 16 de janeiro de 1976 ao meio-dia fábrica onde trabalhava, a Metal Arte, por dois agentes do DOI-CODI/SP, que se diziam funcionários da Prefeitura, sob a acusação de pertencer ao Partido Comunista Brasileiro. No dia seguinte os órgãos de segurança emitiram nota oficial afirmando que Manuel havia se enforcado em sua cela com as próprias meias, naquele mesmo dia 17, por volta das 13 horas. O corpo apresentava sinais evidentes de torturas, em especial hematomas generalizados, principalmente na região da testa, pulsos e pescoço. As circunstâncias da sua morte são idênticas as de Alexandre Vannucchi Leme e Vladimir Herzog. As evidentes torturas feitas a ele dentro do II Exército de São Paulo provocaram o afastamento do general Ednardo d'Ávila Melo, ocorrido três dias após a divulgação da sua morte. Em ação judicial movida pela família, a União foi responsabilizada pela tortura e assassinato. O exame necroscópico, solicitado pelo delegado de polícia Orlando D. Jerônimo e assinado pelos médicos legistas José Antônio de Melo e José Henrique da Fonseca, confirma a versão oficial. Segundo relato de sua esposa, no dia seguinte de sua prisão, um sábado, às 22 horas, um desconhecido, dirigindo um Dodge Dart, parou em frente à sua casa e, diante de sua mulher, suas duas filhas e alguns parentes, disse secamente: "O Manuel suicidou-se. Aqui estão suas roupas." Em seguida, jogou na calçada um saco de lixo azul com as roupas do operário morto. Sua mulher então teria começado a gritar: Vocês o mataram! Vocês o mataram!. Em documento confidencial encontrado nos arquivos do antigo DOPS/SP seu crime seria receber o jornal Voz Operária. A entrega de corpo a família só foi realizada com a condição de que os parentes o sepultassem o mais rapidamente possível e que não se falasse nada sobre sua morte. No domingo, dia 18, às 8 horas da manhã, ele foi sepultado por seus familiares no Cemitério da IV Parada, em São Paulo. 7 de abril de 1987 — União é culpada pela morte de Manoel Fiel Filho - 07/04/2009 - 00:30 | Enviado por: denisedealmeida A União foi responsabilizada pela morte do operário Manuel Fiel Filho, ocorrida nas dependências do Doi-Codi de São Paulo no dia 17 de janeiro 1976. A Segunda Turma do Tribunal Federal de Recursos deu assim ganho de causa à viúva Teresa de Lourdes Martins Fiel, que durante 10 anos lutou na Justiça por uma ação indenizatória. A própria Procuradoria Geral da República reconheceu que houve torturas e sevícias contra Fiel Filho e os advogados admitiram que o caso está encerrado. Manuel Fiel Filho foi preso ilegalmente - sem ordem de prisão, e não estava envolvido ou indiciado em qualquer inquérito - um dia antes da sua morte, que, segundo a versão do 2º Exército (SP), ocorreu por enforcamento. O preso teria se suicidado com as meias que não trajava quando foi levado para a prisão. Fiel Filho morreu nas mesmas circunstâncias, local e época que o jornalista Wladimir Herzog, cuja viúva Clarice Herzog ganhou definitivamente uma ação semelhante contra a União em 1983. O julgamento da ação durou 40 minutos. Depois da morte do marido, Teresa arrumou seu primeiro emprego na Febem, como copeira, para sustentar a família. O valor da indenização por danos materiais que a União terá de pagar à viúva será calculado pela contadoria da Justiça Federal em São Paulo, com base no salário que Manuel recebia quando morreu. Décadas depois foi aberto novo processo sobre o caso. O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo ajuizou em março deste ano uma ação civil pública com pedido de liminar para que sete servidores públicos respondam civilmente pela morte de Fiel Filho e os parentes recebam a indenização de R$ 438.772.

sábado, 12 de maio de 2012

Notas sobre o "livro-bomba" do ex-delegado Guerra

Já chegou às livrarias “Memórias de uma guerra suja” (editora Topbooks, 291 páginas), que traz longo depoimento do ex-delegado de polícia Cláudio Guerra sobre os crimes que cometeu a serviço da Ditadura Militar, recolhido pelos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto. São fortes revelações, que causaram algum impacto na mídia depois que o jornalista Tales Faria (IG) antecipou diversos trechos do livro. Entre os ex-presos políticos e os familiares das vítimas da Ditadura causou reações distintas: uma parte enxerga nele uma contribuição positiva ao desvendamento das atrocidades cometidas pelos militares e por seus cúmplices civis, mas há quem o considere uma provocação destinada a tumultuar o ambiente pré-Comissão Nacional da Verdade. Após ler a obra, convenci-me de que se trata de importantíssimo subsídio para uma investigação acurada de diversos episódios-chave da repressão política levada a cabo pelo regime militar. Isso não quer dizer que se deve tomar por integralmente corretas e confiáveis as versões apresentadas por Cláudio Guerra para os muitos casos apresentados no livro. Mas uma parcela substancial das suas narrativas parece crível e merece, no mínimo, uma apuração séria de órgãos como Polícia Federal, Ministério Público Federal, Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e, finalmente, a Comissão Nacional da Verdade, quando constituída. É bem verdade que o modo de contar do ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Espírito Santo, pontilhado de autoelogios (por exemplo, “exímio atirador de elite”, p. 35), de histórias que parecem fantasiosas (como a viagem de ida e volta a Angola, num só dia, para executar um atentado à Rádio Nacional daquele país, p. 139), e de passagens obscuras ou mal explicadas não ajuda a formar opinião favorável. Mas suas afirmações sobre certos episódios são verossímeis, o que ficou demonstrado por apurações iniciais. Uma das mais impactantes revelações de Guerra é a de que pelo menos onze corpos de militantes de esquerda torturados e assassinados pela Ditadura Militar foram incinerados por ele na década de 1970, no forno da usina de açúcar Cambahyba, localizada em Campos (RJ) e pertencente ao então vice-governador Heli Ribeiro Gomes. No livro ele cita dez corpos, mas em visita posterior ao local o ex-delegado lembrou-se de outro. A visita foi acompanhada por um dos jornalistas co-autores (Marcelo Netto), por agentes da Polícia Federal e pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Segundo o advogado, um antigo funcionário relatou a presença frequente de militares na usina. Neste caso específico, as declarações do ex-delegado são bastante consistentes. A narrativa do fato tem coerência interna. Além disso, a “solução” encontrada para fazer sumirem os corpos dos militantes assassinados é tão brutal quanto outras já conhecidas (esquartejamento, queima de ossadas). As datas também coincidem. Guerra diz que a decisão de incinerar foi tomada em fins de 1973 (p. 50). As pessoas cujos corpos teriam sido incinerados foram capturadas e assassinadas em dezembro de 1973, como João Batista Rita (M3G) e Joaquim Pires Cerveira (FLN); em 1974, como João Massena Melo, José Roman, Davi Capistrano, Luis Ignácio Maranhão Filho (todos do PCB), Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier Filho (ambos da APML), Ana Rosa Kucinski Silva e Wilson Silva (ambos da ALN); em 1975, como Armando Frutuoso (PCdoB). Também do ponto de vista geográfico a explicação é plausível, pois quase todos esses militantes passaram pelos cárceres do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, na rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, e vários foram sabidamente conduzidos à “Casa da Morte”, em Petrópolis. Portanto a usina Cambahyba era relativamente próxima do local onde as pessoas foram assassinadas. Frutuoso, membro do comitê central do PCdoB, foi assassinado em setembro de 1975, quando o general Leônidas Pires Gonçalves chefiava o Estado-Maior do I Exército, cabendo-lhe, neste posto, o comando do respectivo CODI. Portanto, os torturadores do DOI se reportavam a Leônidas. Mais tarde ministro do Exército no governo Sarney, ele sempre negou ter havido torturas (até mesmo em 2010, em cínica entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto para a Globonews). Mas a morte violenta e o desaparecimento do corpo de Frutuoso foram obra de seus comandados, deram-se portanto sob sua responsabilidade. Destaque-se, contudo, que Guerra não cita o general. Outra revelação importante diz respeito ao paradeiro do corpo de Nestor Veras, militante que ingressou ainda jovem no PCB, nos anos 1940, desaparecido desde abril de 1975 sem qualquer pista. Guerra assume a execução de Veras, que “tinha sido muito torturado e estava agonizando” na Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte. “Eu lhe dei o tiro de misericórdia, na verdade dois”, relata (p. 39). O membro do comitê central do PCB teria sido enterrado numa mata próxima a Belo Horizonte, “na estrada para Itabira” (p. 64). O ex-delegado descreve também no livro como e onde aconteciam as reuniões dos comandantes da tortura no Rio de Janeiro: no restaurante Angu do Gomes, próximo à Praça Mauá, e numa sauna vizinha. Reportagem posterior à publicação dos trechos do livro confirmou a existência do local, e o antigo dono atestou informações de Guerra sobre os frequentadores. Entre eles, os coronéis Freddie Perdigão, figura central do DOI-CODI do I Exército, Marcelo Romeiro da Roza, Otelo da Costa Ortiga (p. 177), todos do Exército, o comandante Antonio Vieira, da Marinha, e outros oficiais superiores. O Angu do Gomes, como explica o livro com riqueza de detalhes, servia de fachada às atividades da “comunidade de informações” e da entidade que lhes dava cobertura financeira, a Irmandade Santa Cruz dos Militares. Quando a conjuntura mudou e a extrema-direita militar abrigada nos DOI-CODI sentiu-se traída pela processo de abertura política, o restaurante passou a ser o epicentro de uma permanente conspiração “contra Geisel, Golbery e Figueiredo” (p. 119). O clímax desse processo conspirativo foi o frustrado atentado ao Riocentro, no Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, planejado pelos comandantes do DOI-CODI do I Exército com a finalidade de acuar a esquerda (e o governo). Os conspiradores pretendiam explodir três bombas no local, onde se realizava um grande show em homenagem ao Dia do Trabalho, com a participação de artistas de renome nacional. “Participei do atentado ao Riocentro e fiz parte das várias equipes que tentaram provocar aquela que seria a maior tragédia, o grande golpe contra o projeto de abertura democrática”, conta Guerra. Para azar dos assassinos e sorte de quem participava do show, uma das bombas explodiu acidentalmente no colo do sargento Guilherme do Rosário, especialista em explosivos do DOI-CODI, que morreu dentro do carro em que ainda se encontrava com outro militar, o capitão Wilson Machado, que ficou gravemente ferido. O plano tresloucado, que poderia ter causado a morte de centenas de pessoas (as portas foram propositalmente trancadas, o policiamento previamente cancelado), foi rapidamente descoberto pela imprensa. Os nomes de Perdigão, Roza, Ortiga e outros constavam da caderneta do sargento. Parece razoavelmente convincente a narrativa de Guerra sobre o atentado ao Riocentro. Uma das novidades, em relação ao que já se sabia, é que o à época major (ou tenente-coronel) Carlos Alberto Brilhante Ustra, que na década anterior comandara o DOI-CODI do II Exército, teria sido um de seus mentores, ao lado dos oficiais Perdigão e Vieira (p. 164). “Ustra, muito respeitado entre nós, veio de Brasília para acompanhar o atentado”, relembra o ex-delegado (p. 169). Até então, o que se sabia sobre esse militar, único declarado torturador em sentença judicial até agora, era seu envolvimento em diversos casos de tortura e morte de presos políticos. Obviamente, se confirmada, a participação do hoje coronel da reserva no planejamento de um atentado da magnitude do que se tentou no Riocentro em 1981 complicaria enormemente a sua situação na justiça. No livro, Ustra também é apontado como um dos autores intelectuais da morte do delegado Sérgio Paranhos Fleury, notório assassino de presos comuns e presos políticos (p. 100). Contudo, a versão apresentada por Guerra para a morte de Fleury, como resultante de uma operação organizada pela própria “comunidade de informações”, carece de maior consistência e foi contestada pelo jornalista Percival de Souza, autor da biografia do famigerado torturador (Autópsia do Medo). Há muitos outros pontos do depoimento de Cláudio Guerra que, por sua relevância, merecem ser tratados em outro texto: é o caso do envolvimento de artistas e jornalistas com o time de torturadores e assassinos do qual fazia parte o ex-delegado do DOPS-ES. O livro tem problemas, é possível que algumas de suas afirmações sejam incorretas ou inverídicas, mas é inegável que ele joga luz sobre episódios da Ditadura Militar que não podem ser esquecidos. Publicado originalmente no site O escrevinhador.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de PEDRO JERÔNIMO DE SOUSA -CX

PEDRO JERÔNIMO DE SOUSA (1912 " 1975) Filiação: Catarina Evangelista de Souza e José Jerônimo de Souza Data e local de nascimento: 30/06/1912, Aracatí (CE) Organização política ou atividade: PCB Data e local da morte: 17/09/1975, Fortaleza (CE) Pedro Jerônimo era cearense de Aracatí, mudou-se muito cedo para Fortaleza e trabalhou como viajante-vendedor para laboratórios farmacêuticos e para outros segmentos comerciais. Ingressou no PCB nos anos 1940 e exerceu papel importante na reestruturação partidária, depois que o registro legal desse partido foi cassado em 1948. Integrou a direção municipal de Fortaleza e também fez parte do Comitê Estadual do Ceará. Após o Golpe de Estado de 1964, já atuando na clandestinidade, desempenhou as funções de tesoureiro durante vários anos. Também participou do Diretório Municipal do MDB em Fortaleza, durante o período em que os integrantes do PCB atuavam legalmente no único partido de oposição que o regime ditatorial consentia. Em 11/09/1975, foi preso e levado para o DOI-CODI quando seguia de ônibus por um bairro da capital cearense. Um amigo que estava no mesmo ônibus comunicou o fato à família e, alguns dias depois, foi possível visitá-lo preso. No dia 17, entretanto, os familiares foram informados por agentes do DOPS que Pedro Jerônimo havia se suicidado dentro de sua cela. O legista Francisco Noronha Filho assinou o laudo indicando como causa da morte "asfixia mecânica por enforcamento". O corpo apresentava diversos hematomas que, segundo os policiais, se deviam à forma como Pedro cometeu o suicídio. Segundo explicavam cinicamente, por ter se enforcado com uma toalha de rosto amarrada em lugar de pouca altura, foi forçado a debater-se contra as paredes e o chão da cela para conseguir o seu intento. Seis meses depois, a família solicitou exumação do cadáver e o exame pericial constatou as diversas torturas sofridas, desmontando completamente a versão do suicídio. Vinte anos depois, um depoimento do advogado Pádua Barroso, prestado em 18/12/1995 à Comissão de Direitos Humanos da OAB do Ceará, voltou a desmascarar a explicação oficial. Pádua mostrou a autópsia realizada no corpo de Pedro, onde há registro de inúmeras fraturas ósseas, e informou ter acompanhado pessoalmente a exumação, "...realizada dentro de um cerco de guerra, tendo em vista que o cemitério Parque da Paz foi tomado por viaturas da PM e da PF; ...a razão da presença dos policiais no cemitério era amedrontar os peritos e os familiares bem como as demais pessoas que estavam interessadas no esclarecimento da morte de Pedro Jerônimo". O relator do processo de Pedro Jerônimo na CEMDP anexou ao seu voto declarações de um tenente coronel da PM do Ceará " cujo nome foi omitido para preserva-lo ", concedidas ao advogado Pádua Barros sobre a prisão e morte de Pedro Jerônimo de Sousa: "Tudo funcionou deste modo " o Chefe da 2ª Secção do QG da 10ª RM, tenente coronel Francisco Valdir Gomes, despachou o Pedido de Busca; a prisão foi efetuada por dois agentes policiais chefiados por um tal de Dr. Evandro, que se supõe tratar-se de oficial do Exército; feita a prisão, levaram Pedro Jerônimo para o Quartel de Guardas (DOI); aí o major Luís Marques de Barros mandou que levassem Pedro Jerônimo para a Casa de Hóspedes, no bairro de Mata Galinha... deram logo uma pancada no frontal de Pedro Jerônimo. Após uma série de sofrimentos foi sentado num banco, sem encosto, e um brutamonte deles se aproximou pelas costas, curvou um joelho encostando-lhe na coluna dorsal e tentou sufocá-lo com um instrumento escuro, puxando nas duas extremidades para trás... e quebrou o pescoço de Pedro Jerônimo. Arrepiados com o crime que cometeram, prepararam, em conluio com o DPF e o DOPS, o enforcamento suicida". O relator acrescentou que os depoimentos de Tarcisio Leitão de Carvalho, Alfredo de Abreu Pereira Marques e de Sarah Pinheiro Sousa (esposa de Pedro) prestados à Comissão de Direitos Humanos da OAB/Ceará, eram plenamente suficientes para atestar a participação de Pedro Jerônimo em atividades políticas de oposição, bem como o fato da prisão e as condições da morte. Além disso, o deputado Alfredo Marques, do MDB, denunciou da tribuna da Assembléia Legislativa de Pernambuco o tenente Horácio Marques Gondim como um dos responsáveis por mais esse assassinato. Numa rápida síntese, assim Elio Gaspari abordou esse episódio no livro A Ditadura Encurralada: "No dia 17, o DOI do Ceará divulgou uma nota informando que o vendedor Pedro Jerônimo de Souza, militante do PCB e membro do diretório do MDB de Fortaleza, se suicidara na prisão. Tinha 61 anos. Era o 37º suicida do regime, o 17º a se enforcar. No caso, com uma toalha de rosto" . ================================================================================================================= + Informações. P EDRO JERÔNIMO DE SOUZA Militante do PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB). Nasceu em 30 de junho de 1914, em Mutamba, município de Icapuí (CE), filho de José Gerônimo de Souza e de Catarina Evangelista de Souza. Ainda jovem, foi residir em Fortaleza, trabalhando como viajante-vendedor a serviço de vários laboratórios farmacêuticos e em outras atividades ligadas ao comércio. Nos anos 40, ingressou no PCB, tendo papel importante a partir de 1948 na reestruturação do Partido, após a cassação de seu registro. Foi da direção municipal e do Comitê Estadual do Ceará. Após o golpe Militar de 1964, já clandestino, Pedro foi tesoureiro do Partido durante vários anos. Foi membro do Diretório do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em Fortaleza . Em 11 de setembro de 1975, quando viajava em um ônibus num bairro de Fortaleza, foi preso e levado para o DOI-CODI/CE. Um amigo que viajava no mesmo ônibus, comunicou o fato à família. Depois de alguns dias seus familiares conseguiram visitá-lo. N O DIA 17 DE SETEMBRO DE 1975, SEUS FAMILIARES FORAM INFORMADOS POR AGENTES DO DOPS DE FORTALEZA DE QUE TERIA SE SUICIDADO, DENTRO DA CELA EM QUE SE ENCONTRAVA . O CORPO APRESENTAVA DIVERSOS HEMATOMAS QUE , SEGUNDO OS POLICIAIS, FORAM EM CONSEQÜÊNCIA DO MODO COMO SE SUICIDOU : ENFORCOU-SE COM UMA TOALHA DE ROSTO, QUE FOI AMARRADA EM UM LUGAR DE POUCA ALTURA , O QUE O FORÇOU A DEBATER-SE CONTRA AS PAREDES E O CHÃO DA CELA , PARA CONSEGUIR FINALMENTE O SEU INTENTO. Seis meses após sua morte, a família solicitou exumação do cadáver e o exame pericial constatou torturas, fazendo cair por terra a farsa do suicídio. Outro fato significativo que desmascara a versão oficial foi apresentado pelo advogado Pádua Barroso ao mostrar a autópsia realizada no corpo de Pedro, que registra a existência de inúmeras fraturas ósseas, que não poderiam ter sido ocasionadas com o corpo se debatendo contra as paredes e o chão. O deputado Alfredo Marques, do MDB, denunciou da tribuna da Assembléia Legislativa de Pernambuco, o tenente Horácio Marques Gondim, como um dos assassinos de Pedro. =========================================================================================== + Informações. Pedro Jerônimo de Souza Ficha Pessoal Dados Pessoais Nome: Pedro Jerônimo de Souza Cidade: (onde nasceu) Icapuí Estado: (onde nasceu) CE País: (onde nasceu) Brasil Data: (de nascimento) 30/6/1914 Atividade: Comerciário Dados da Militância Organização: (na qual militava) Partido Comunista Brasileiro PCB Brasil Prisão: 11/9/1975 Fortaleza CE Brasil Morto ou Desaparecido: Morto 17/9/1975 Fortaleza CE Brasil DOI-CODI/CE Clandestinidade Dados da repressão Orgãos de repressão (envolvido na morte ou desaparecimento) Departamento de Operações Internas - Centro de Operações de Defesa Interna/CE DOI-CODI/CE ============================ Tenente HorácioMarquesGondim Agente da repressão: (envolvido na morte ou desaparecimento) ==================================================================== + Detalhes. Homenagens e plenária marcam aniversário do PCdoB em Icapuí O PCdoB de Icapuí realizará neste sábado (19/03) uma confraternização com filiados e amigos do Partido em homenagem aos 89 anos do PCdoB. O encontro será na rua principal da sede do Distrito de Ibicuitaba. marcus nunes Vereador Marcus Nunes e o deputado federal Chico Lopes são lideranças do PCdoB no Ceará. Na programação estão previstas a realização da Plenária "Icapuí uma Experiência de Vida" além das homenagens a João Tavares de Souza e Pedro Jerônimo de Souza, comunistas historicamente ligados a Icapuí perseguidos até a morte. Segundo o vereador do PCdoB, Marcus Nunes a trajetória dos comunistas em Icapuí é marcada pelo compromisso com as lutas dos trabalhadores, com o desenvolvimento da cidade e a melhoria das condições de vida de sua população. "Somos um partido que vive o dia a dia da população e nosso mandato está a serviço da luta", afirmou o parlamentar comunista.

terça-feira, 3 de abril de 2012

DECLARAÇÃO DO INSTITUTO LUIZ CARLOS PRESTES

DECLARAÇÃO

O Instituto Luiz Carlos Prestes, entidade de perfil cultural, cujo objetivo é preservar e difundir a memória desse grande brasileiro - patriota, revolucionário e comunista, contando com o apoio de companheiros e amigos do Cavaleiro da Esperança, declara de público sua indignação e repulsa à atitude oportunista do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que vem lançando mão da manipulação grosseira da memória histórica dos comunistas brasileiros e, em particular, da trajetória revolucionária de Prestes com vistas a prestigiar-se perante a opinião pública nacional.

Assim, em seus programas eleitorais difundidos em rede nacional pela TV, o PCdoB vem utilizando de maneira indevida e inaceitável imagens de Luiz Carlos Prestes na tentativa de associar sua atuação à frente do PCB com suposta participação na história do PCdoB. Na realidade, o PCdoB foi criado em 1962, resultando de cisão com o PCB e com Luiz Carlos Prestes, então secretário-geral deste partido. Prestes jamais ingressou no PCdoB ou lhe concedeu qualquer apoio, sendo que o PCdoB durante anos o combateu com extrema virulência.

Um partido como o PCdoB, que apóia o novo código florestal, que é absolutamente acrítico às medidas neoliberais dos governos Lula/Dilma, imergido em denúncias de corrupção, e que ousa apresentar Prestes em seu Programa de TV é algo totalmente inaceitável.

A direção do PCdoB manipula também, entre outras, a memória do fundador do PCB, o conhecido intelectual comunista Astrojildo Pereira, que, ao falecer em 1965, continuava militando nas fileiras do PCB.

Nós, signatários desta DECLARAÇÃO, conclamamos companheiros e amigos, bem como todos os brasileiros sinceramente interessados na defesa da preservação da história de nosso país, a denunciar e repudiar as manobras de falsificação da trajetória histórica de Luiz Carlos Prestes, das lutas dos comunistas brasileiros e da própria história do Brasil, realizada pela direção do Partido Comunista do Brasil.

Com esta atitude, desejamos expressar nossa posição intransigente de defesa de uma história objetiva de Luiz Carlos Prestes, dos comunistas, e do Brasil, baseada em fatos, e não em falsificações convenientes a esse ou àquele grupo político. Com esta atitude, queremos contribuir para o esclarecimento de amplos setores da opinião pública e evitar que outros se aventurem nos caminhos da falsificação de nossa história, conforme vem sendo feito pela direção do PCdoB.

Ass. Anita Leocadia Prestes - presidente do INSTITUTO LUIZ CARLOS PRESTES, historiadora e professora da UFRJ

http://www.manifestolivre.com.br/ml/exibir.aspx?manifesto=declailcp

segunda-feira, 26 de março de 2012

Declaração dos 90 anos




(Pleno do Comitê Central – Niterói, 25 de março de 2012)

Viva os 90 anos do PCB!

No dia 25 de março de 1922, trabalhadores brasileiros reuniram-se em Niterói.

Eram representantes de vários agrupamentos comunistas que existiam pelo país. Estavam marcados pelos acontecimentos da Revolução Russa, pelos movimentos grevistas que agitavam as ruas e fábricas, e desejavam lutar para transformar o Brasil. Criaram um Partido para combater a opressão e tinham no horizonte a perspectiva do socialismo, como forma de emancipação humana.

Esse instrumento da classe operária brasileira floresceu, participou das lutas mais importantes do século XX, esteve ao lado dos trabalhadores do campo e da cidade nas suas jornadas mais emblemáticas, como as revoltas camponesas de Porecatú, Trombas e Formoso, a greve dos 300 mil em São Paulo em 1953, a campanha O Petróleo é Nosso, a campanha contra a guerra da Coréia e tantas outras. Mais recentemente, a luta contra a ditadura, a campanha pela anistia e pelas eleições diretas para presidente, a luta contra as privatizações nos anos 90, pelos direitos trabalhistas e previdenciários, por uma reforma agrária radical, por uma verdadeira Comissão da Verdade. Por isso, esse Partido, desde o momento da sua fundação, foi perseguido pelos pretensos donos do poder, pela oligarquia encastelada no latifúndio e pela burguesia, donas dos meios de produção.

Fomos presos, torturados e assassinados, mas continuamos existindo. A nossa bandeira nunca parou de tremular: mesmo sob a perseguição mais feroz, lá estávamos nas lutas contra o Estado Novo, nas mobilizações contra o nazifascismo. Quando a segunda guerra mundial acabou, saímos da ilegalidade a que a burguesia havia nos imposto, com um grande número de militantes e forte influência nos movimentos de massa. Nas eleições de 1945, elegemos uma bancada parlamentar representativa do povo, que defendeu combativamente os interesses dos trabalhadores e as liberdades democráticas, com a presença do senador Luiz Carlos Prestes e de quatorze deputados comunistas.

A nossa presença intelectual e política deixou marcas indeléveis na sociedade brasileira. Afinal, na história do século XX, lutaram conosco Graciliano Ramos, Jorge Amado, Oswald de Andrade, Portinari, Di Cavalcanti, Pagú, Mário Lago, Francisco Milani, Rui Facó, Monteiro Lobato, Caio Prado Jr., Paulo da Portela, Silas de Oliveira, Alberto Passos Guimarães, Nelson Werneck Sodré, Mário Schenberg, Nise da Silveira, Carlos Drummond de Andrade, Gianfrancesco Guarnieri, Oduvaldo Vianna Filho, Adolfo Lutz, Cícero Dias, Aparício Torelly (Barão de Itararé), Dias Gomes, Paulo Leminski, Vladimir Herzog, Nelson Pereira dos Santos, Leon Hirszman, Oscar Niemeyer, João Saldanha e milhares dos melhores filhos da classe trabalhadora.

Aqueles homens de março de 1922 deram o primeiro passo de uma longa caminhada da qual temos o orgulho de ser os continuadores, com nossos erros e acertos, com vitórias e derrotas, mas sempre construindo os caminhos da transformação social e do socialismo.

Hoje, no dia 25 de março de 2012, os comunistas de todos os estados brasileiros reúnem-se novamente em Niterói.

Comemoram os noventa anos do PCB orgulhosos de suas lutas, lembrando, com alegria, a nossa história e, com tristeza, as mortes e os desaparecimentos de bravos camaradas, certos da contribuição do PCB nas lutas dos trabalhadores e do povo, na cultura, nas artes e nos campos de batalhas da solidariedade internacionalista. Saudamos a experiência socialista da União Soviética, do leste europeu e de Cuba, como de todos aqueles que construíram, no século XX, a ousadia de nosso sonho emancipatório e nos legaram como herança os ensinamentos sobre os caminhos que queremos seguir e os erros que devemos evitar.

Nesse momento de rememorar, homenageamos nossos camaradas, como Astrojildo Pereira, Minervino de Oliveira, Octávio Brandão, Elisa Branco, David Capistrano, Giocondo Dias, Carlos Marighella, Orlando Bonfim, Hiran Pereira, Lyndolpho Silva, João Massena, Roberto Morena, Osvaldo Pacheco, Horácio Macedo, Ana Montenegro, Dinarco Reis, Manoel Fiel Filho, José Montenegro de Lima, Paulo Cavalcanti, Gregório Bezerra e nosso histórico camarada Luiz Carlos Prestes, consagrado como o “Cavaleiro da Esperança”. Em seus nomes, saudamos todos aqueles que anonimamente construíram o PCB, este patrimônio da história brasileira, da luta dos trabalhadores e do movimento comunista internacional.

Assim como em 1922, em 2012 os comunistas brasileiros não se reúnem em Niterói apenas para olhar para trás, mas principalmente para analisar o mundo e o Brasil nos dias de hoje, para continuar a luta contra o capitalismo, que está cada vez mais sanguinário e imperialista, como previu Lênin.

O mundo está numa encruzilhada. A crise sistêmica do capitalismo confirma as tendências de centralização do capital no plano mundial. A fim de manter seus lucros a todo custo, os capitalistas aprofundam a precarização das condições de trabalho e reduzem cada vez mais os salários e direitos, ao mesmo tempo em que a ação do capital, voltada à formação de novos e amplos contingentes de trabalhadores “livres” para vender barato e de forma precária a sua força de trabalho, promove um processo crescente de proletarização das camadas médias e do campesinato. O capitalismo monopolista, em sua escalada mundial, só faz crescer a concentração da riqueza e aumentar a pobreza, ampliando o fosso existente entre proprietários e proletários.

Na atual conjuntura, o capital se utiliza dos fundos públicos para aumentar a sua acumulação. Governos seguem dando suporte ao grande aparato empresarial, com a transferência de gigantescos recursos financeiros para “salvar” bancos e indústrias ameaçadas pelas crises sucessivas. Para isso - com o respaldo de parlamentos dominados pelos interesses do capital - impõem drásticos cortes orçamentários nas áreas sociais e aprofundam a retirada de direitos dos trabalhadores.

A humanidade está ameaçada. A agressão imperialista se manifesta nas guerras de rapina, resultantes da ação do capital para engendrar um novo ciclo de acumulação. Para justificar o ataque indiscriminado em favor dos interesses capitalistas, governos e líderes políticos não alinhados ao imperialismo são satanizados, organizações populares e movimentos rebeldes são criminalizados. Depois de ocuparem o Iraque e o Afeganistão, os Estados Unidos e a OTAN invadiram covardemente a Líbia e agora ameaçam a Síria, o Líbano e o Irã. Enquanto isso, Israel segue matando, prendendo e expulsando os palestinos de suas terras. Tais ações têm gerado nada além que a destruição do planeta, a espoliação dos povos e a precarização da vida em sociedade.

No Brasil, a ordem do capital se mantém com o imenso poder da burguesia monopolista associada subalternamente ao imperialismo e coligada aos aliados nacionais da oligarquia e de setores da pequena burguesia. A ordem burguesa transitou da ditadura para uma democracia de fachada, de cooptação, que exige, para o bom funcionamento da acumulação de capital, o apassivamento dos trabalhadores, forjado por meio de medidas compensatórias, que visam à amenização da pobreza absoluta, a medidas de crédito para fomentar o consumismo, ao mesmo tempo em que se intensifica a exploração dos trabalhadores. Retiram-se direitos consagrados e são eternamente adiadas as demandas históricas daqueles que lutam por moradia, trabalho, terra, educação, saúde e outras condições essenciais da vida. Querem que os trabalhadores acreditem que a única possibilidade de seus interesses serem atendidos depende do crescimento da economia capitalista e dos vultosos lucros que daí derivam.

Mas a arrogância do capital provoca o acirramento da luta de classes e suscita, em contrapartida, uma intensa mobilização dos trabalhadores em todo o mundo, permitindo que o cenário da história se abra para as possibilidades da transformação, reatualizando a necessidade da alternativa socialista. Diante das guerras imperialistas, manifestamos nossa irrestrita solidariedade aos povos espoliados e agredidos, pautando-nos sempre no internacionalismo proletário. Neste mesmo sentido, apoiamos a resistência dos povos em luta e a insurgência em algumas regiões, a exemplo da Colômbia, como forma de resistência para impedir o avanço do imperialismo estadunidense e as ações criminosas do governo narcoterrorista. É preciso fortalecer a bandeira do socialismo na América Latina, para fazer avançar as lutas populares e impedir que as garras sangrentas do imperialismo continuem a se estender pelo continente.

Em nome dos nossos 90 anos de luta, das nossas vitórias e derrotas, com a legitimidade que conquistamos, inclusive pelos erros cometidos, podemos afirmar com convicção: não será com o desenvolvimento do capitalismo, seja ele de que tipo for, que nossos problemas históricos se resolverão, pois sabemos que, quanto mais tivermos capitalismo, pior será para o presente e o futuro da humanidade. Portanto, não será por meio de alianças espúrias com os exploradores que se acabará com a exploração!

Aqueles que lutam hoje por nossas bandeiras, as bandeiras pelas quais gerações de brasileiros lutaram, sabem que chegou o momento de dizer basta! Não mais pactos para o capital crescer sua acumulação, na esperança da obtenção de migalhas! Não mais alianças com a classe que se apodera dos meios sociais de produção da vida e, através disso, da riqueza socialmente construída por nós. Não mais plantar e não ter o que comer; não mais produzir a riqueza que nos faz pobres, não mais sangue e sacrifício para que os capitalistas saiam de suas crises; não mais o trabalho de muitos se transformando na riqueza e poder de poucos.

Que se devolva à humanidade trabalhadora o que a ela pertencem: os meios sociais de produção e de reprodução da vida. Nós, trabalhadores, resolveremos nossos problemas, emancipando a humanidade, ao nos livrarmos desta chaga histórica que é o capitalismo. É hora de os trabalhadores do campo e da cidade, estudantes e todos aqueles que não se acovardaram, não se renderam nem se venderam à ordem do capital se levantarem para dizer que existe uma alternativa para uma humanidade unida, emancipada e solidária. Esta alternativa é o socialismo, como transição capaz de gerar as condições que nos permita superar a sociedade de classes e iniciar a construção do comunismo, a verdadeira história da humanidade libertada de suas cisões de classe e de todas as formas que colocam os seres humanos uns contra os outros.

Nós, comunistas brasileiros, nascemos há 90 anos à luz da Revolução Russa e sua grande esperança de mudar o mundo. Guardamos esta luz, acalentamos esta mesma esperança e a vivificamos com nossa luta e o sangue dos que se foram para, agora, mais do que nunca, reafirmar: para salvar a humanidade é necessário superar a ordem capitalista e o mundo burguês, e o caminho desta superação é a Revolução Socialista.

Contra a ordem capitalista e a hegemonia burguesa, é preciso construir o Poder Popular e a contra-hegemonia dos trabalhadores. Devemos ampliar e aprofundar as ações no plano tático voltadas para o fortalecimento da organização e da consciência de classe dos trabalhadores, com vistas à correta ocupação dos espaços políticos, no sentido da construção e aprofundamento dos mecanismos necessários ao desenvolvimento da luta contra-hegemônica. É tarefa premente o fortalecimento de nossa atuação no plano das lutas sindicais e da juventude, na organização dos trabalhadores do campo, das mulheres, dos negros e demais movimentos populares, assim como a denúncia cotidiana do capitalismo e a divulgação das ideias socialistas e comunistas.

Com a Unidade Classista, levantemos as bandeiras por mais direitos e melhores salários, pela reestatização de empresas estratégicas com a participação dos trabalhadores na sua gestão, pela redução da jornada de trabalho para todos sem redução de salário, contra a precarização do trabalho e a privatização da previdência, em defesa da saúde pública e contra as demissões. Vamos fortalecer e ampliar a Intersindical, na perspectiva da construção efetiva de uma organização sindical classista em âmbito nacional.

Com a UJC, lutemos em prol da Universidade Popular e por uma educação pública emancipadora e de qualidade. Busquemos contribuir para a organização dos jovens trabalhadores e dos marginalizados pelo sistema capitalista, que apresentam um enorme potencial de expressar a contracultura, contestar a ordem e fomentar a rebeldia. Com os Coletivos Ana Montenegro e Minervino de Oliveira, participemos das lutas contra a superexploração das mulheres e dos negros impostas pelo capital e a favor de suas demandas sociais específicas, contra a discriminação sexual e o racismo. Com os intelectuais, artistas, homens e mulheres da ciência e da cultura, estreitemos nosso compromisso com a mais ampla e irrestrita liberdade de manifestação do pensamento, resgatando nossas tradições de luta por uma cultura democrática e popular, revolucionária, em contraponto à forma capitalista, que tudo transforma em mercadoria.

Com os movimentos e organizações populares da cidade e do campo, atuemos decididamente contra a privatização e o sucateamento dos sistemas públicos de transportes, educação e saúde, em defesa da seguridade social solidária e da moradia digna, contra a destruição ambiental, pela reforma agrária radical, jamais perdendo de vista que a emancipação de toda a humanidade somente virá com o fim da propriedade privada, a destruição das relações capitalistas e a edificação da sociedade socialista.

Com os povos de todo o mundo, dediquemo-nos à solidariedade internacionalista, juntando nossas vozes aos trabalhadores em greve na Europa e nos Estados Unidos, às populações atacadas pelo imperialismo no Oriente Médio e na África, aos movimentos populares da América Latina e, em especial a Cuba Socialista, a seu governo e ao Partido Comunista Cubano, tal como fazemos há mais de 50 anos.

O PCB está e sempre estará presente e ativo em todos os espaços de luta, traçando, desde agora, o caminho da Revolução Socialista no Brasil. Queremos construir, com todos aqueles que lutam por transformações radicais da sociedade, uma frente anticapitalista e anti-imperialista, com a perspectiva de movimentar o bloco revolucionário do proletariado. Para aqueles que ousam ser os protagonistas do presente e do futuro, para a classe trabalhadora, único sujeito capaz de realizar esta transformação radical, oferecemos nossos braços camaradas.

Somos combatentes, somos convictos de nossos ideais, somos marxistas, queremos ser seres humanos integrais em uma humanidade emancipada, somos internacionalistas, somos anticapitalistas.

Em uma frase: fomos, somos e seremos comunistas. Somos o Partido Comunista Brasileiro, somos o PCB!

Viva a nossa reconstrução revolucionária!

Viva a classe trabalhadora!

Viva o Socialismo!

Viva os 90 anos de luta do PCB!

Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Niterói, 25 de março de 2012.

Uma reflexão sobre os 90 anos do PCB


Achille Lollo

Os 90 anos do PCB, além das celebrações pelo extenso caminho marcado ao longo dos anos, me obrigam a pensar e realizar uma longa reflexão política sobre a manutenção da original proposta de querer construir a revolução socialista no Brasil e no mundo. Palavras que tem uma profunda visão estratégica e uma lógica ideológica em um momento em que os fatores objetivos que compõem a atual conjuntura política empurram os partidos do dito centro esquerda e também da esquerda para um “combate” dentro dos limites fixados pelo próprio liberalismo. Isto é, para certa esquerda se deve lutar, apenas para tornar o capital mais eficiente, mais moderno, mais produtivo. Enfim alguém inventou a mentira de quer um “capitalismo democratizado!!!”

A verdade é que a luta de classe, a luta contra a exploração capitalista e, sobretudo a luta contra a perversão da financerização que hoje está destruindo, inclusive, sociedades de capitalismo avançado como a Itália, Espanha, desapareceram do glossário político dos novos partidos “democráticos” que, hoje, são o verdadeiro trunfo do capitalismo, uma vez que eles que gerenciam o controle social garantindo, assim, ao capital uma tranqüila reprodução apesar da mesma ter conseqüências cada vez mais críticas e problemáticas.

Por isso saudar os 90 anos do PCB significa saudar a resistência política e ideológica às tendências destruidoras dos Freires da vida que, na passada década de noventa, tentaram seqüestrar a trajetória política do partido e do movimento popular para serem os modernos “técnicos em paz social” e assim negociar com os estrategistas do capital sua entrada nas salas do poder, seja ele municipal, estadual ou até federal. Uma experiência nociva para os lutadores sociais, porém altamente referenciada para a manutenção de aparelhos partidários que, nos últimos dez nos, fez reverenciar o PCdoB diante de multinacionais e empreiteiras tornando-se o “menino simpático na Avenida Paulista”.

De fato, ser “simpático” à Coca Cola, à FIAT ou a Eike Batista, não é um produto original brasileiro, mas é sim um subproduto dos centros de inteligência estadunidenses e europeus que criaram uma nova concepção ideológica, fácil a ser introduzida lá onde multinacionais e conglomerados financeiros sofrem com o avanço da luta de classe e com a formação de um movimento popular organizado e, sobretudo, anticapitalista e antiimperialista.

Na Itália, por exemplo, os últimos teóricos do “compromisso histórico”, hoje sentam, quietos e servis, nos bancos do governo Monti ao lado dos homens do PDL de Berlusconi e da UCD de Casini. De fato, depois de 35 anos de longas atividades para desmantelar a esquerda, desqualificar no movimento sindical todas as componentes da luta de classe e isolar os intelectuais orgânicos, eles, finalmente são “simpáticos” ao poder. E para demonstrar isso, os teóricos do PD (Partido Democrático) não pensaram duas vezes em declarar publicamente que seus dirigentes não estariam na manifestação contra o governo Monti, organizada pela Federação dos Metalúrgicos (FIOM) em Roma no dia 09 de Março.

O Partido Comunista Brasileiro deve orgulhar-se por ter sabido enfrentar e combater as diferentes tendências que queriam romper com a lógica e a práxis revolucionária do marxismo e do leninismo. Porém deve, também, orgulhar-se por ter sabido adaptar esse combate histórico à lógica da luta dos nossos dias contra o ditame do liberalismo e as práticas de seus serventes social-neoliberais.

Para os lutadores sociais e sobretudo para os comunistas, esta é uma década de resistência no momento em que o processo de desagregação do capitalismo está triplicando seus efeitos, definindo os parâmetros de um processo de lenta autodestruição que, sobretudo na velha Europa, mobiliza as gerações de jovens que estão adquirindo uma nova consciência política, do momento que o sistema já não identifica mais os jovens como exército de reserva do mercado de trabalho porque já não há mais trabalho e o dito mercado está completamente saturado. É portanto neste contexto de crise sócio-econômica que ressurge e se desenvolve a lógica revolucionária dos comunistas.

Parabéns ao PCB pelo seus 90 anos de luta. Parabéns pela firme consolidação dos ideais de luta pelo socialismo. Parabéns por ter mantido vivo e organizado um partido comunista que é comunista em todos os sentidos.

Achille Lollo é correspondente de Brasil de Fato em Roma e editor TV do programa Quadrante Informativo.

domingo, 11 de março de 2012

Irã classifica ataques israelenses a Gaza de 'crimes de guerra'

Irã classifica ataques israelenses a Gaza de 'crimes de guerra'





Médicos de um hospital em Beit Lahia examinam criança palestina ferida em ataque aéreo israelense. Foto: AFP

Médicos de um hospital em Beit Lahia examinam criança palestina ferida em ataque aéreo israelense
Foto: AFP

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O Irã classificou neste domingo os ataques aéreos israelenses à Faixa de Gaza de "crimes de guerra" contra "a população palestina indefesa", pedindo uma condenação internacional. "O Irã condena firmemente os crimes selvagens do regime sionista contra o povo palestino inocente e indefeso de Gaza", indicou o Ministério iraniano das Relações Exteriores em um comunicado divulgado pela agência oficial Irna.

"As recentes agressões (...) são crimes de guerra", insistiu o ministério, considerando que as organizações internacionais e as organizações de defesa dos direitos humanos deveriam denunciar "essas violações repugnantes dos direitos humanos".

Israel efetuou desde sexta-feira 26 ataques aéreos em Gaza, segundo o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak. Segundo fontes médicas palestinas, pelo menos 18 palestinos, incluindo uma criança, foram mortos.

Enquanto isso, grupos armados palestinos dispararam 124 foguetes em direção a Israel, segundo Barak. Este novo ciclo de violência foi desencadeado pela morte de Zuheir al-Qaissi, chefe dos Comitês de Resistência Popular (CRP), morto na sexta-feira em um ataque israelense.

O ministério iraniano acusou Israel de ter recorrido ao "terrorismo de Estado" para eliminar Qaissi. O Estado hebreu intensificou nas últimas semanas as ameaças de uma intervenção militar destinada a impedir que Teerã produza uma arma atômica.

Espanhóis vão às ruas contra reforma trabalhista conservadora

MADRI, 11 Mar 2012 (AFP) -Os espanhóis saíram às ruas neste domingo em diversas cidades para protestar contra a reforma trabalhista do governo conservador, como um último teste antes da greve geral convocada para o dia 29 de março.

Em Madri, milhares de pessoas (500 mil, segundo os sindicatos) protestaram pelo centro da capital espanhola convocadas pelas duas centrais sindicais majoritárias, UGT e CC.OO, contra a reforma trabalhista e as medidas de austeridade aprovadas pelo executivo de Mariano Rajoy.

Outras 17 mil pessoas, segundo a polícia, e 450 mil, de acordo com os organizadores, protestaram em Barcelona, enquanto milhares saíam às ruas em capitais como Málaga, Logroño ou Santander, como parte da estratégia de mobilização crescente dos sindicatos, que começaram com as grandes concentrações do dia 19 de fevereiro.

"Com estes cortes, o consumo cai e o desemprego sobe" ou "Não ao retrocesso trabalhista e social", estava escrito em alguns dos cartazes exibidos em Madri pelos manifestantes, que também carregavam bandeiras vermelhas com as siglas dos dois sindicatos.

Os manifestantes de todas as idades exibiam à frente da marcha um cartaz com o lema "Não à reforma trabalhista. Injusta. Inútil. Ineficaz", enquanto eram ouvidos gritos como "não, não, não, não aceitamos pagar sua dívida com saúde e educação!".

"Estou aqui porque estou convencido de que o neoliberalismo nos leva ao desastre", disse à AFP Antonio Martínez, um professor aposentado de 64 anos que levava consigo um cartaz com o lema "Para que nossos netos não sejam escravos".

"A reforma serve apenas para baratear as demissões e dar todo o poder aos empresários. Não vai ajudar a criar empregos", insistiu, por sua vez, Iker Rodríguez, um funcionário de 35 anos.

Ao término da manifestação de Madri, onde foram lembradas as vítimas dos atentados islamitas de 11 de março de 2004 (191 mortos e mais de 1.900 feridos) com um minuto de silêncio, os sindicatos convocaram a participação na greve geral marcada para o dia 29 de março e lançaram uma advertência ao executivo do Partido Popular (PP).

"Se o Governo não retificar, haverá conflito e não terminará no dia 29", afirmou o secretário-geral do CC.OO, Ignacio Fernández Toxo, ao término da mobilização em Madri.

"Estamos aqui em um ato que é mais um em direção à greve geral de 29 de março se Rajoy não a remediar", acrescentou o secretário-geral da UGT, Cándido Méndez, pedindo ao governo que se sente para negociar uma modificação da reforma trabalhista.

O governo conservador de Mariano Rajoy aprovou no dia 11 de fevereiro uma nova reforma para flexibilizar o mercado de trabalho, incluindo a redução de indenizações por demissão e medidas para estimular o emprego dos jovens.

O objetivo é relançar a criação de emprego, em um país com uma taxa de desemprego recorde de 22,85%, que castiga especialmente os jovens de menos de 25 anos (48,6%).

Os sindicatos, que convocaram uma greve geral no dia 29 de março, acreditam que as medidas vão facilitar, sobretudo, as demissões.

Além desta reforma, denunciam também a política de austeridade colocada em prática pelo governo para reduzir o déficit público espanhol de 8,51% do PIB no fim de 2011 para 5,8% no fim de 2012.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Nota de Repúdio - Instituto Vladimir Herzog




07 Março 2012


INSTITUTO VLADIMIR HERZOG

O general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, em entrevista a Miriam Leitão, das Organizações Globo, disse (1/3/2012) que a Comissão da Verdade, prevista em lei sancionada pela Presidência da República em Novembro de 2010, é “maniqueísta” e parcial porque seu objetivo é “promover o esclarecimento de torturas, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres”. Acha ele que, para assegurar a imparcialidade da comissão, ela também deveria investigar atos de violência cometidos por aqueles que combatiam a ditadura.

Depois de sugerir que os desaparecimentos do deputado Rubens Paiva e de Stuart Angel só sensibilizam até hoje a opinião pública porque eles pertenciam às “classes favorecidas”, o general Rocha Paiva mostra duvidar de que a presidente Dilma Rousseff tenha sido torturada na época da ditadura. E, quando Miriam Leitão lembrou que “Vladimir Herzog foi se apresentar para depor e morreu”, Rocha Paiva questiona: “E quem disse que ele foi morto pelos agentes do Estado? Nisso há controvérsias. Ninguém pode afirmar.”

Como se alguém que se apresentara para depor não estivesse sob a guarda e a responsabilidade do Estado e de seus agentes. Como se assegurar a integridade física e a própria vida de um depoente, qualquer depoente, não fosse obrigação oficial fundamental do Estado e de seus agentes, a quem ele se apresentara. Como se a Justiça do Brasil já não houvesse reconhecido oficialmente, há 33 anos, em decorrência de processo movido pela viúva Clarice Herzog e seus filhos, que Vladimir Herzog foi preso, torturado e assassinado nos porões da ditadura, por agentes do Estado.

Além de tudo isso, posteriormente, em julgamento proferido no âmbito da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada pela Lei nº 9.140/96, o próprio Estado brasileiro ratificou o reconhecimento dessa prisão ilegal, tortura e morte.

Ao indagar, mais adiante, “Quando é que não houve tortura no Brasil?”, o general tenta justificar em sua entrevista os martírios que foram perpetrados pela ditadura deixando entender que torturar é uma atividade legitimada e consagrada pelos usos e costumes nacionais.

General: tortura nunca foi usos e costumes, nem no Brasil nem em lugar algum. Sempre foi e é a violação do império da lei, que condena quem tortura. Tanto que a nossa Constituição Federal é taxativa ao determinar que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante” (art.5º, inciso III). E impor o respeito à lei – não violá-la – é o dever precípuo mais básico dos agentes do Estado. Esses agentes estão cobertos pelo manto institucional, portanto exercem um poder infinitamente maior que qualquer outro cidadão.

É por isso, por ser um crime cometido pelo Estado – não por cidadãos comuns, julgados pela Justiça comum – que as torturas e mortes perpetradas por agentes do Estado e sob sua bandeira são o que precisa ser investigado e exposto pela Comissão da Verdade. Não acobertado pelo Estado ou por qualquer de suas instituições.

E a imparcialidade da Comissão estará em agir à luz da Justiça e da lei ao investigar e expor os crimes cometidos pelo Estado e seus agentes – não ao talante de quem detém o poder.

Tudo isso torna claro que a manifestação do general Luiz Eduardo Rocha Paiva atenta contra o Estado Democrático de Direito, também preconizado na Constituição Federal do Brasil, que tem entre seus fundamentos “a dignidade da pessoa humana”, além da República Federativa do Brasil reger-se nas suas relações internacionais pelos princípios, entre outros, da “prevalência dos direitos humanos” (Constituição Federal, arts. 1º, III, e 4º, II).

INSTITUTO VLADIMIR HERZOG

http://vladoherzog.blogspot.com/2012/03/nota-de-repudio-instituto-vladimir.html

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A RÚSSIA SE ARMA PARA FAZER FRENTE AOS AMERICANOS

Putin promete rearmamento da Rússia 'sem precedentes'


Vladimir Putin prometeu nesta segunda-feira um rearmamento "sem precedentes" da Rússia diante dos Estados Unidos e um avanço do complexo militar-industrial. As declarações constam em um texto publicado nesta segunda-feira, no âmbito da eleição presidencial. Assim como na extinta União Soviética, Putin pretende colocar o complexo militar-industrial no centro do desenvolvimento do país.

O atual primeiro-ministro Vladimir Putin, que foi chefe de Estado de 2000 a 2008 e é candidato à presidência, põe como prioridade a necessidade de responder à implantação de um escudo antimísseis na Europa pelos Estados Unidos e Otan mediante o "reforço do sistema de defesa aérea e espacial do país".

"Na próxima década serão destinados 23 bilhões de rublos (590 bilhões de euros, ou US$ 773 bilhões) a estes objetivos (de rearmamento)", informa este longo texto publicado pelo jornal oficial Rosiskaya Gazeta, consagrado totalmente à questão militar.

"Temos que construir um novo exército. Moderno, capaz de ser mobilizado a qualquer momento", escreveu, considerando que o exército russo foi deixado de lado nos anos 1990 "no momento em que outros países aumentavam constantemente suas capacidades militares".

"Temos que superar completamente este atraso. Retomar um status de líder em todas as tecnologias militares", destacou Putin, citando o terreno espacial, a guerra no "ciberespaço", assim como as armas do futuro com efeito "geofísico, por raios, ondas, genes, psicofísico".

"A renovação do complexo militar industrial se converterá em uma locomotiva para o desenvolvimento dos mais diversos setores", disse Putin, quase certo de voltar no dia 4 de março ao Kremlim, que precisou deixar em 2008 ao estar impossibilitado pela Constituição de conquistar um terceiro mandato. "Pretende-se que o renascimento do complexo militar-industrial seja um jugo para a economia, um peso insuperável que em seu tempo teria arruinado a URSS", comentou.

"Estou convencido de que isto é um profundo erro", escreveu o ex-agente do KGB (serviço de inteligência soviético), que, em 2005, classificou a explosão da União Soviética como a "maior catástrofe geopolítica do século XX".

"A URSS morreu por ter esmagado as tendências do mercado na economia (...). Não temos que repetir os erros do passado", destacou Putin, considerando que os novos investimentos no campo militar desta vez devem ser o "motor da modernização de toda a economia".

No entanto, esta perspectiva foi colocada em xeque pelos especialistas. Segundo Alexander Konovalov, presidente do Instituto de Análises Estratégicas de Moscou, "a ideia de que se pode realizar um salto à frente na economia graças ao complexo militar-industrial está superada desde os anos 1950".

Putin anunciou o "renascimento" da marinha russa, em particular no Extremo Oriente e no Grande Norte. Retomou também a acusação recorrente na Rússia contra os Estados Unidos sem nomeá-los, segundo a qual "ocorrem" deliberadamente conflitos ou zonas de instabilidade perto de suas fronteiras e o direito internacional nas crises mundiais é cada vez menos respeitado.

Putin também anunciou a entrega em dez anos de "400 mísseis balísticos modernos, 8 submarinos estratégicos, 20 submarinos polivalentes, mais de 50 navios de superfície, cerca de cem veículos espaciais com função militar, mais de 600 aviões modernos, mais de 1.000 helicópteros e 28 baterias antiaéreas S-400".

Os salários dos militares foram "praticamente multiplicados por três" no dia 1 de janeiro, e o exército russo - que conta com cerca de 1 milhão de homens - se tornará profissional para ter apenas 145 mil recrutas em 2020, anunciou.

Há um ano, o governo russo já havia anunciado um amplo plano de modernização do exército por cerca de 500 bilhões de euros (cerca de 661 bilhões de dólares).


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Mudar o governo da Síria é um complô condenado ao fracasso



Os Estados Unidos pretende mudar o sistema político da Síria, assinalou quarta-feira o presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Exterior da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, Alaedin Bruyerdi, recordando que os complôs do país americano na região têm fracassado varia vezes, e, assegurou que, as tentativas contra a Síria terão o mesmo destino.

“O esforço de certos países da região, como Arábia Saudita e Catar, para derrotar o governo de Bashar Al Assad se realiza sobre a pressão dos EUA”, sustentou o parlamentar iraniano, informar IRNA.

Desde meado de março, a Síria é cenário de diversos distúrbios e também sido testemunha de numerosas manifestações tanto pro como contra do governo do presidente Bashar Al Assad.

Em 27 de novembro passado, a Liga Árabe aprovou sanções econômicas sem precedentes contra Damasco, entre elas a proibição de voos para o país árabe, o congelamento das transações comerciais e o bloqueio das contas bancarias do governo sírio nos países árabes.

Bruyerdi, além disso, qualificou de “símbolos do terrorismo governamental” o regime de Israel e EUA, fundamentando-se nos crimes e nas ajudas aos grupos terroristas na região pelas mãos de Tel Aviv e Washington.

Fazendo referencia ao tema do programa nuclear de Teerã, o funcionário iraniano concluiu sua intervenção considerando “muito provável” a reabertura dos diálogos entre Irã e o Grupo 5+1, tendo em conta a proposta da Alta Representação para a Política Exterior e a Segurança da União Europeia (UE), Catherine Ashton, a respeito.

O último informe do diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, divulgado em 8 de novembro passado, acusou ao Irã de desenvolver um programa nuclear com fins bélicos. Certos países como os EUA e seus aliados impuseram embargos à República Islâmica, baseando-se no manipulado informe.

Teerã sempre tem reiterado que o objetivo de seu programa nuclear é cobrir a demanda elétrica interna e realizar investigações cientificas e sanitárias.

Uma delegação de funcionais da AIEA, dirigida pelo diretor geral adjunto dessa entidade internacional, Herman Nackaerts, viajou domingo passado para o Irã, com o objetivo de debater com as autoridades iranianas as inquietudes existentes acerca o programa nuclear iraniano.

Fonte: http://www.hispantv.ir/detail.aspx?id=173444

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