Radio Poder Popular

domingo, 27 de maio de 2012

SINDICATO DOS BANCARIOS , TEM NA SUA HISTÓRIA A PARTICIPAÇÃO DO PCB

O Sindicato dos Bancários do Ceará foi fundado em 21 de fevereiro de 1933, tendo participado ativamente de momentos importantes da história do Brasil. A entidade sobreviveu a dois golpes de Estado (o Estado Novo de Getúlio Vargas e o golpe militar de 1964) e a vários planos econômicos governamentais. Presenciou o suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros e o impeachment do presidente Fernando Collor, luta de que participou ativamente no Ceará. Em sua existência, o Sindicato sofreu três intervenções. A primeira foi durante o Estado Novo (1937-1945) e duas vezes no período da ditadura militar (1964-1985). Num período de efervescência nas lutas sindicais, em 1934, uma greve dos bancários conquista a jornada de seis horas de trabalho. Em 1937, com o início da ditadura de Getúlio Vargas, o Sindicato sofre sua primeira intervenção, que duraria até 1957, quando se elege uma chapa de oposição. A greve do BNB pela equiparação salarial com o BB, em 1962, foi a primeira grande greve após a intervenção. Em 1964, com o golpe militar há nova intervenção, com a destituição da diretoria e a ocupação do Sindicato. O presidente do Sindicato era na época era um grande lutador da classe trabalhadora, José de Moura Beleza, que chegou a ser candidato a prefeito de Fortaleza. Em 1968, no período mais duro da ditadura, a campanha salarial desencadeia uma greve. Em novas eleições, ganha a chapa de oposição à ditadura. Logo após a posse, há nova intervenção. Foi somente em 1979 que uma frente política de oposição à ditadura ganha a eleição no Sindicato, assumindo a presidência Maria da Natividade, ligada ao PCB, e funcionária do Banco do Brasil. A predominância do PCB/PCdoB na diretoria do Sindicato permanece até 1988, quando uma chapa ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores) vence a disputa. As divergências na frente que assumiu o Sindicato em 1979 começou em 1983, quando foi fundada a CUT. Em 1985, ocorre a primeira grande greve nacional da década, uma campanha salarial que consegue unificar a data-base dos bancários. Seguiria-se, até 1989 uma série de greves e conquistas que se incorporam à convenções coletivas da categoria: o Plano de Cargos e Salários (PCS) para os bancos oficiais, equiparação do BB ao BNB e a criação de pisos salariais para os bancos privados. É também, em 1989, que em uma assembléia histórica, o Sindicato dos Bancários do Ceará filia-se à CUT. O ano de 1990, com o governo Collor, inicia-se a implantação do projeto neoliberal no Brasil, que vem sendo levado a cabo pelo atual presidente, Fernando Henrique Cardoso. O grupo político ligado à CUT e ao PT, que assumiu a direção da entidade pela primeira vez em 1988 continua dirigindo a entidade. O primeiro presidente dessa nova fase foi Nelson Martins (Banco do Brasil), que foi reeleito para o período 1991/94 (ampliando-se a frente de esquerda que dirige o Sindicato, incorporando novamente militantes do PT/PC do B). A partir daí, assume Tomaz de Aquino (BNB), reeleito por duas vezes (1994/97 e 1997/2003). Em 2003, o empregado da Caixa Econômica Federal e diretor de Finanças da entidade, Vaumik Ribeiro é eleito presidente do SEEB/CE para o período 2003/2006. Atualmente, Valmik está licenciado para integrar a Gerência Nacional de Planejamento Estratégico da Caixa Federal. Em seu lugar, assumiu a presidência do Sindicato, Marcos Saraiva, também empregado da Caixa. Veja também a reprodução do estudo “Sindicato dos Bancários: Fazendo História no Ceará”, de autoria de Cleide Bernal, bancária aposentada do BNB, economista e professora da UFC (Universidade Federal do Ceará). Cleide também foi diretora do Sindicato dos Bancários. O estudo aborda o período de 1979 a 1992.

domingo, 20 de maio de 2012

O canto subversivo de José Jatahy, um comunista do PCB,a arte a serviço da luta.

Quando João Dummar funda a Ceará Rádio Clube, a PRE-9, em 1934, José Jatahy, possuidor de potente voz, já era conhecido como o grande seresteiro de Fortaleza. A primeira rádio do Ceará formava pouco a pouco sua equipe de profissionais e o cantor boêmio foi o primeiro contratado pela emissora e seria durante algum tempo sua grande atração. Juntaram-se a ele Moacir Weyne, Romeu Menezes, João Milfont e Lauro Maia, afora os frequentadores dos programas de auditório apresentados semanalmente contando já com o acompanhamento da orquestra da própria rádio. Ásperos tempos Os anos 30, porém, estavam mais para a luta do que para a boemia. O fascismo tomava conta da Europa com a ascensão de Hitler na Alemanha e a vitória de Franco na Espanha. O mundo estava em pé de guerra e os comunistas se empenhavam na luta pela paz chamando a todos os democratas a concertarem a frente única antifascista. No Brasil, a década havia começado com o golpe de Estado comandado por Getúlio Vargas. Em seguida à reação dos latifundiários paulistas em 32, as classes dominantes – frações da grande burguesia e latifúndio - acertam suas diferenças sob a hegemonia do bloco germanófilo liderado por Vargas. Os comunistas brasileiros, atendendo ao chamado da Internacional Comunista, organizam a Aliança Nacional Libertadora e o levante popular de 1935. A derrota do levante é seguida de uma tremenda repressão sobre os lutadores do povo. São os ásperos tempos tão bem descritos por Jorge Amado em Os subterrâneos da liberdade. A professora cearense Bárbara Cacau dos Santos, que realizou pesquisa sobre o movimento sindical do Ceará entre 1957 e 1964, mais especificamente sobre o Pacto de Unidade Sindical para sua tese de mestrado do Departamento de História da UFC, levantou significativas informações sobre a biografia de José Jatahy a partir, inclusive, de um depoimento seu ao Arquivo Fonográfico de Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, em Fortaleza. Após ser escolhido o melhor cantor do Ceará em um festival realizado em 1942 no Teatro José de Alencar, passou a ser distinguido com a fama de "o pioneiro do rádio" e "O maioral". Jatahy, entretanto, já era visto pelas oligarquias locais como um elemento de ideias perigosas e isso é expresso pelo próprio João Dummar que buscava, sem sucesso, um substituto que suplantasse o seu talento. Mas Jatahy tinha um sonho ao qual vai se dedicar a partir do restante dos anos 40: a criação e montagem de uma rádio. E ele vai realizá-lo na cidade de Campina Grande, onde inaugura junto a outros companheiros tais como Hilton Mota e Gil Gonçalves, a primeira rádio dessa cidade, a BFR-5 Rádio Cariri. Lá permaneceu até a segunda metade dos anos 50 quando vende a rádio e retorna a fortaleza. Músico e dirigente proletário Ao abordar o engajamento de Jatahy na luta classista, a professora Bárbara afirma que: "À frente do sindicato dos músicos do Ceará, Jatahy se insere no universo da organização sindical cearense conseguindo, através da atividade artística criativa, se inserir no projeto de constituição da Unidade Intersindical." E que "Jatahy compôs algumas músicas voltando a sua atenção para a organização e para o universo de experiência dos trabalhadores. A primeira delas é o Hino do Pacto Sindical, cantada pela primeira vez nas comemorações do 1º de maio de 1962". Enquanto mobilizava pela música os vários segmentos da sociedade, Jatahy não descuidava de seu próprio campo profissional, como nos mostra o artigo de Amaudson Ximenes Veras Mendonça publicado na página na internet do Fórum Paulista Permanente de Música, com o título "Os músicos e o Regime Militar de 1964", o qual se reporta à criação da Ordem dos Músicos do Brasil por Juscelino Kubistchek, em 1960, por inspiração do maestro paraibano José de Lima Siqueira e em seguida a sua sucursal no Ceará: "Segundo o professor-maestro Orlando Leite, no ano de 1962, Siqueira viria pessoalmente à Fortaleza para a criação do Conselho Regional do Estado do Ceará. De acordo com o veterano músico Otávio Santiago, o seu primeiro presidente foi o cantor José Jatahi, autor de inúmeras composições, bem como do hino do Ceará Sporting Clube. Entre os fundadores da OMB no estado estavam Antonio Gondin, Edgar Nunes, Nadir Parente, Branca Rangel, Esther Salgado entre outros". Amaudson destaca ainda uma outra qualidade de Jatahy, a de grande agitador, pois diferente de outros quadros do próprio PCB que se acovardaram diante do Golpe de 1º de abril, foi para a praça conclamar a massa a resistir: "Segundo o veterano músico Otávio Santiago, José Jatahy (presidente do Conselho Regional dos Músicos do Ceará) em ato público na Praça José de Alencar, fez um discurso inflamado contra o novo regime, conclamando a categoria e os trabalhadores a se insurgirem contra o Golpe de Estado. O ato teria como consequência a sua prisão e deposição do cargo. A partir daquele momento, a OMB criada para o fortalecimento desse segmento social, também mudaria a sua finalidade, passando a exercer poder de polícia se constituindo como um dos sustentáculos da nova política cultural implementada pelo regime militar." A prisão não calou a voz de Jatahy. No quartel do 23º Batalhão de Caçadores, para manter elevado o moral dos companheiros presos, ele soltava sua possante voz, como nos conta Lucili Grangeiro Cortez, professora do Curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará – UECE em seu texto sobre "As repercussões do golpe civil-militar no Ceará": "Enquanto no cárcere a ocupação do espaço reproduzia a estrutura da sociedade cearense, as oposições e lutas pelo poder entre os presidiários eram resolvidas através de batalhas musicais. José Jatahy, representante sindical, era chamado ‘a alma do Pirambu’ (bairro proletário) pela voz de barítono aocantar na hora do banho. Osvaldo Evandro Carneiro Martins, professor, com voz de ‘tenor doméstico, de estilo italiano’ era chamado o ‘rouxinol da Aldeota’" (bairro burguês). Bárbara destaca ainda a coexistência entre o revolucionário e o lúdico na obra de Jatahy, pois ao mesmo tempo em que ele "transmuta o programa socialista de transformação social em músicas acessíveis, repletas de paixão e que trazem em seu bojo o desejo pela mobilização social. Nesse sentido, ele alia à sua criatividade artística a propaganda ideológica". Por outro lado, ele "conseguiu penetrar em diversos tons nas casas populares e nos festejos dos trabalhadores. Poderia transcrever aqui a música que compôs gravada por Luiz Gonzaga: 'Desse jeito não'. Ou, então, citar o baião escrito de maneira humorada, intitulado 'Meu Pé de Piqui' que associa a proliferação de crianças numa casa em virtude das estações de um 'piquizeiro'. Ou, ainda, o amor e a dor cantados na beleza das serestas em 'Falsa Felicidade' e 'Se te vejo em Sonho'." A repressão traça o perfil de Jatahy Após o desfecho dos dias 31 de março e 01 de abril de 1964, a polícia militar abriu inquérito para apurar e punir os "subversivos": os militantes dos movimentos sindicais e populares. De caráter investigativo, o IPM/1964 traçou o perfil das principais lideranças cearenses, para o caso de confirmação de denúncia de atividades de comunização nacional. Dentre esses perfis, encontramos o do músico José Jatahy: 184º Relatório Periódico de Informações, período de 15 de fevereiro a 11 de março, assinado pelo Cel. Tácito T. Oliveira em 11/03/1964. Documento do Ministério da Guerra/ IV Exército/ 10ª Região Militar/ 23º Batalhão de Caçadores. Juntado no 1º volume, às folhas 232 e 234, do Inquérito Policial Militar de 1964. JOSÉ JATAHY, brasileiro, casado, com 53 anos de idade, músico, filho de Carlos Jatahy e Benvinda Costa Jatahy, natural de Fortaleza, onde reside no Palace Hotel, quarto 212. Prestou depoimento às fls. 151. Nota-se sua participação direta no movimento de comunização do Nordeste (fls. 151, 153, 172). Introduziu o comunismo em seu sindicato, na tentativa de mudança do nosso regime, fls.87, 152, 244, 323. Como dirigente do Pacto Sindical, integrou a Frente de Mobilização Popular (fls. 93, 153) trabalhando para a comunização da região, conforme anexos 2A-24, 2A-36 e 2A-7. Já não mais músico brasileiro. Era músico comunista. Empregava sua profissão, arte relevante em motivação psicológica, no aliciamento comunista. Às fls. 54, vamos que, numa organização brasileira, como é o Sindicato dos Ferroviários, não foi o hino nacional brasileiro que ensaiou. Foi a Internacional Comunista. Era este hino que José Jatahy contava reger na pretensa vitória do comunismo em nossa terra. Daí o hino russo, a distância é muito pequena. Apesar de músico, presidiu na qualidade de presidente do Pacto Sindical a reunião subversiva realizada no sindicato dos ferroviários (fls. 172). 120. Ainda na sede desse sindicato, no dia 5 de março de 1964, fez pregação subversiva, incitando a greves e movimento para derribada do poder constituído. Às fls. 345, constata-se a ousadia deste denunciado, chegando a ameaçar o Ministro da Educação de tomar medidas drásticas. É preciso notar a desvinculação profissional de José Jatahy em todos esses meios. O denunciado Jatahy é músico. Penetrava no meio estudantil, no Sindicato dos Ferroviários e em outros centros profissionais tão somente para estimular a baderna, para desmantelar a disciplina e criar ambiente mais favorável à comunização, à mudanças dos princípios constitucionais brasileiros. http://www.anovademocracia.com.br/images/71/10-b.jpgHinos e canções de luta Canção da Juventude Em nossas mãos está a grande pátria de amanhã O futuro do Brasil a juventude é guardiã No trabalho e nas escolas Há uma missão a cumprir A miséria e a injustiça Nós iremos do Brasil logo extinguir Pelo campo e na cidade Onde se possa atuar Imporemos a igualdade para a injustiça terminar Grande força, nós formamos do grande rincão nacional E a todos convocamos Para se unir ao nosso grande ideal (Refrão) E aqueles que ainda estão a nossa pátria explorar Que derramemos sangue, mas iremos expulsar Nunca mais, oh! Nunca mais Terá vez o explorador Grande força, juventude Cada jovem será um libertador. Hino dos ferroviários Decididos a vencer Confiantes no poder Da nossa grande unidade Nosso sol vemos praiar Luminoso a despontar Como a nossa fraternidade Quanta luta já passou E na história já ficou A grande força operária Muitas outras hão de vir Nós iremos repetir A vitória ferroviária Ferroviário [bis], tua força empolga a nação Ferroviário [bis], muita paz leva-o no coração Ferroviário [bis], com nossa voz vai ecoar Ferroviário [bis], a injustiça iremos derrubar Nossos bravos veteranos Os algozes da nação É a luta ferroviária Sempre unidos lutaremos Com toda classe operária Quando a locomotiva Grita forte sempre altiva Com a nossa voz a clamar Nosso grito independente Neste país continente Bem forte há de ecoar. S

sexta-feira, 18 de maio de 2012

UM OPERÁRIO, UM LUTADOR, UM COMUNISTA DO PCB.

GRANDES ESCÂNDALOS DA HISTÓRIA - O CASO MANUEL FIEL FILHO TORTURA E MORTE Manuel Fiel Filho foi um operário metalúrgico brasileiro morto por tortura durante a ditadura militar.Foi preso em 16 de janeiro de 1976 ao meio-dia fábrica onde trabalhava, a Metal Arte, por dois agentes do DOI-CODI/SP, que se diziam funcionários da Prefeitura, sob a acusação de pertencer ao Partido Comunista Brasileiro. No dia seguinte os órgãos de segurança emitiram nota oficial afirmando que Manuel havia se enforcado em sua cela com as próprias meias, naquele mesmo dia 17, por volta das 13 horas. O corpo apresentava sinais evidentes de torturas, em especial hematomas generalizados, principalmente na região da testa, pulsos e pescoço. As circunstâncias da sua morte são idênticas as de Alexandre Vannucchi Leme e Vladimir Herzog. As evidentes torturas feitas a ele dentro do II Exército de São Paulo provocaram o afastamento do general Ednardo d'Ávila Melo, ocorrido três dias após a divulgação da sua morte. Em ação judicial movida pela família, a União foi responsabilizada pela tortura e assassinato. O exame necroscópico, solicitado pelo delegado de polícia Orlando D. Jerônimo e assinado pelos médicos legistas José Antônio de Melo e José Henrique da Fonseca, confirma a versão oficial. Segundo relato de sua esposa, no dia seguinte de sua prisão, um sábado, às 22 horas, um desconhecido, dirigindo um Dodge Dart, parou em frente à sua casa e, diante de sua mulher, suas duas filhas e alguns parentes, disse secamente: "O Manuel suicidou-se. Aqui estão suas roupas." Em seguida, jogou na calçada um saco de lixo azul com as roupas do operário morto. Sua mulher então teria começado a gritar: Vocês o mataram! Vocês o mataram!. Em documento confidencial encontrado nos arquivos do antigo DOPS/SP seu crime seria receber o jornal Voz Operária. A entrega de corpo a família só foi realizada com a condição de que os parentes o sepultassem o mais rapidamente possível e que não se falasse nada sobre sua morte. No domingo, dia 18, às 8 horas da manhã, ele foi sepultado por seus familiares no Cemitério da IV Parada, em São Paulo. 7 de abril de 1987 — União é culpada pela morte de Manoel Fiel Filho - 07/04/2009 - 00:30 | Enviado por: denisedealmeida A União foi responsabilizada pela morte do operário Manuel Fiel Filho, ocorrida nas dependências do Doi-Codi de São Paulo no dia 17 de janeiro 1976. A Segunda Turma do Tribunal Federal de Recursos deu assim ganho de causa à viúva Teresa de Lourdes Martins Fiel, que durante 10 anos lutou na Justiça por uma ação indenizatória. A própria Procuradoria Geral da República reconheceu que houve torturas e sevícias contra Fiel Filho e os advogados admitiram que o caso está encerrado. Manuel Fiel Filho foi preso ilegalmente - sem ordem de prisão, e não estava envolvido ou indiciado em qualquer inquérito - um dia antes da sua morte, que, segundo a versão do 2º Exército (SP), ocorreu por enforcamento. O preso teria se suicidado com as meias que não trajava quando foi levado para a prisão. Fiel Filho morreu nas mesmas circunstâncias, local e época que o jornalista Wladimir Herzog, cuja viúva Clarice Herzog ganhou definitivamente uma ação semelhante contra a União em 1983. O julgamento da ação durou 40 minutos. Depois da morte do marido, Teresa arrumou seu primeiro emprego na Febem, como copeira, para sustentar a família. O valor da indenização por danos materiais que a União terá de pagar à viúva será calculado pela contadoria da Justiça Federal em São Paulo, com base no salário que Manuel recebia quando morreu. Décadas depois foi aberto novo processo sobre o caso. O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo ajuizou em março deste ano uma ação civil pública com pedido de liminar para que sete servidores públicos respondam civilmente pela morte de Fiel Filho e os parentes recebam a indenização de R$ 438.772.

sábado, 12 de maio de 2012

Notas sobre o "livro-bomba" do ex-delegado Guerra

Já chegou às livrarias “Memórias de uma guerra suja” (editora Topbooks, 291 páginas), que traz longo depoimento do ex-delegado de polícia Cláudio Guerra sobre os crimes que cometeu a serviço da Ditadura Militar, recolhido pelos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto. São fortes revelações, que causaram algum impacto na mídia depois que o jornalista Tales Faria (IG) antecipou diversos trechos do livro. Entre os ex-presos políticos e os familiares das vítimas da Ditadura causou reações distintas: uma parte enxerga nele uma contribuição positiva ao desvendamento das atrocidades cometidas pelos militares e por seus cúmplices civis, mas há quem o considere uma provocação destinada a tumultuar o ambiente pré-Comissão Nacional da Verdade. Após ler a obra, convenci-me de que se trata de importantíssimo subsídio para uma investigação acurada de diversos episódios-chave da repressão política levada a cabo pelo regime militar. Isso não quer dizer que se deve tomar por integralmente corretas e confiáveis as versões apresentadas por Cláudio Guerra para os muitos casos apresentados no livro. Mas uma parcela substancial das suas narrativas parece crível e merece, no mínimo, uma apuração séria de órgãos como Polícia Federal, Ministério Público Federal, Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e, finalmente, a Comissão Nacional da Verdade, quando constituída. É bem verdade que o modo de contar do ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do Espírito Santo, pontilhado de autoelogios (por exemplo, “exímio atirador de elite”, p. 35), de histórias que parecem fantasiosas (como a viagem de ida e volta a Angola, num só dia, para executar um atentado à Rádio Nacional daquele país, p. 139), e de passagens obscuras ou mal explicadas não ajuda a formar opinião favorável. Mas suas afirmações sobre certos episódios são verossímeis, o que ficou demonstrado por apurações iniciais. Uma das mais impactantes revelações de Guerra é a de que pelo menos onze corpos de militantes de esquerda torturados e assassinados pela Ditadura Militar foram incinerados por ele na década de 1970, no forno da usina de açúcar Cambahyba, localizada em Campos (RJ) e pertencente ao então vice-governador Heli Ribeiro Gomes. No livro ele cita dez corpos, mas em visita posterior ao local o ex-delegado lembrou-se de outro. A visita foi acompanhada por um dos jornalistas co-autores (Marcelo Netto), por agentes da Polícia Federal e pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Segundo o advogado, um antigo funcionário relatou a presença frequente de militares na usina. Neste caso específico, as declarações do ex-delegado são bastante consistentes. A narrativa do fato tem coerência interna. Além disso, a “solução” encontrada para fazer sumirem os corpos dos militantes assassinados é tão brutal quanto outras já conhecidas (esquartejamento, queima de ossadas). As datas também coincidem. Guerra diz que a decisão de incinerar foi tomada em fins de 1973 (p. 50). As pessoas cujos corpos teriam sido incinerados foram capturadas e assassinadas em dezembro de 1973, como João Batista Rita (M3G) e Joaquim Pires Cerveira (FLN); em 1974, como João Massena Melo, José Roman, Davi Capistrano, Luis Ignácio Maranhão Filho (todos do PCB), Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier Filho (ambos da APML), Ana Rosa Kucinski Silva e Wilson Silva (ambos da ALN); em 1975, como Armando Frutuoso (PCdoB). Também do ponto de vista geográfico a explicação é plausível, pois quase todos esses militantes passaram pelos cárceres do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) do I Exército, na rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, e vários foram sabidamente conduzidos à “Casa da Morte”, em Petrópolis. Portanto a usina Cambahyba era relativamente próxima do local onde as pessoas foram assassinadas. Frutuoso, membro do comitê central do PCdoB, foi assassinado em setembro de 1975, quando o general Leônidas Pires Gonçalves chefiava o Estado-Maior do I Exército, cabendo-lhe, neste posto, o comando do respectivo CODI. Portanto, os torturadores do DOI se reportavam a Leônidas. Mais tarde ministro do Exército no governo Sarney, ele sempre negou ter havido torturas (até mesmo em 2010, em cínica entrevista ao jornalista Geneton Moraes Neto para a Globonews). Mas a morte violenta e o desaparecimento do corpo de Frutuoso foram obra de seus comandados, deram-se portanto sob sua responsabilidade. Destaque-se, contudo, que Guerra não cita o general. Outra revelação importante diz respeito ao paradeiro do corpo de Nestor Veras, militante que ingressou ainda jovem no PCB, nos anos 1940, desaparecido desde abril de 1975 sem qualquer pista. Guerra assume a execução de Veras, que “tinha sido muito torturado e estava agonizando” na Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte. “Eu lhe dei o tiro de misericórdia, na verdade dois”, relata (p. 39). O membro do comitê central do PCB teria sido enterrado numa mata próxima a Belo Horizonte, “na estrada para Itabira” (p. 64). O ex-delegado descreve também no livro como e onde aconteciam as reuniões dos comandantes da tortura no Rio de Janeiro: no restaurante Angu do Gomes, próximo à Praça Mauá, e numa sauna vizinha. Reportagem posterior à publicação dos trechos do livro confirmou a existência do local, e o antigo dono atestou informações de Guerra sobre os frequentadores. Entre eles, os coronéis Freddie Perdigão, figura central do DOI-CODI do I Exército, Marcelo Romeiro da Roza, Otelo da Costa Ortiga (p. 177), todos do Exército, o comandante Antonio Vieira, da Marinha, e outros oficiais superiores. O Angu do Gomes, como explica o livro com riqueza de detalhes, servia de fachada às atividades da “comunidade de informações” e da entidade que lhes dava cobertura financeira, a Irmandade Santa Cruz dos Militares. Quando a conjuntura mudou e a extrema-direita militar abrigada nos DOI-CODI sentiu-se traída pela processo de abertura política, o restaurante passou a ser o epicentro de uma permanente conspiração “contra Geisel, Golbery e Figueiredo” (p. 119). O clímax desse processo conspirativo foi o frustrado atentado ao Riocentro, no Rio de Janeiro, na noite de 30 de abril de 1981, planejado pelos comandantes do DOI-CODI do I Exército com a finalidade de acuar a esquerda (e o governo). Os conspiradores pretendiam explodir três bombas no local, onde se realizava um grande show em homenagem ao Dia do Trabalho, com a participação de artistas de renome nacional. “Participei do atentado ao Riocentro e fiz parte das várias equipes que tentaram provocar aquela que seria a maior tragédia, o grande golpe contra o projeto de abertura democrática”, conta Guerra. Para azar dos assassinos e sorte de quem participava do show, uma das bombas explodiu acidentalmente no colo do sargento Guilherme do Rosário, especialista em explosivos do DOI-CODI, que morreu dentro do carro em que ainda se encontrava com outro militar, o capitão Wilson Machado, que ficou gravemente ferido. O plano tresloucado, que poderia ter causado a morte de centenas de pessoas (as portas foram propositalmente trancadas, o policiamento previamente cancelado), foi rapidamente descoberto pela imprensa. Os nomes de Perdigão, Roza, Ortiga e outros constavam da caderneta do sargento. Parece razoavelmente convincente a narrativa de Guerra sobre o atentado ao Riocentro. Uma das novidades, em relação ao que já se sabia, é que o à época major (ou tenente-coronel) Carlos Alberto Brilhante Ustra, que na década anterior comandara o DOI-CODI do II Exército, teria sido um de seus mentores, ao lado dos oficiais Perdigão e Vieira (p. 164). “Ustra, muito respeitado entre nós, veio de Brasília para acompanhar o atentado”, relembra o ex-delegado (p. 169). Até então, o que se sabia sobre esse militar, único declarado torturador em sentença judicial até agora, era seu envolvimento em diversos casos de tortura e morte de presos políticos. Obviamente, se confirmada, a participação do hoje coronel da reserva no planejamento de um atentado da magnitude do que se tentou no Riocentro em 1981 complicaria enormemente a sua situação na justiça. No livro, Ustra também é apontado como um dos autores intelectuais da morte do delegado Sérgio Paranhos Fleury, notório assassino de presos comuns e presos políticos (p. 100). Contudo, a versão apresentada por Guerra para a morte de Fleury, como resultante de uma operação organizada pela própria “comunidade de informações”, carece de maior consistência e foi contestada pelo jornalista Percival de Souza, autor da biografia do famigerado torturador (Autópsia do Medo). Há muitos outros pontos do depoimento de Cláudio Guerra que, por sua relevância, merecem ser tratados em outro texto: é o caso do envolvimento de artistas e jornalistas com o time de torturadores e assassinos do qual fazia parte o ex-delegado do DOPS-ES. O livro tem problemas, é possível que algumas de suas afirmações sejam incorretas ou inverídicas, mas é inegável que ele joga luz sobre episódios da Ditadura Militar que não podem ser esquecidos. Publicado originalmente no site O escrevinhador.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de PEDRO JERÔNIMO DE SOUSA -CX

PEDRO JERÔNIMO DE SOUSA (1912 " 1975) Filiação: Catarina Evangelista de Souza e José Jerônimo de Souza Data e local de nascimento: 30/06/1912, Aracatí (CE) Organização política ou atividade: PCB Data e local da morte: 17/09/1975, Fortaleza (CE) Pedro Jerônimo era cearense de Aracatí, mudou-se muito cedo para Fortaleza e trabalhou como viajante-vendedor para laboratórios farmacêuticos e para outros segmentos comerciais. Ingressou no PCB nos anos 1940 e exerceu papel importante na reestruturação partidária, depois que o registro legal desse partido foi cassado em 1948. Integrou a direção municipal de Fortaleza e também fez parte do Comitê Estadual do Ceará. Após o Golpe de Estado de 1964, já atuando na clandestinidade, desempenhou as funções de tesoureiro durante vários anos. Também participou do Diretório Municipal do MDB em Fortaleza, durante o período em que os integrantes do PCB atuavam legalmente no único partido de oposição que o regime ditatorial consentia. Em 11/09/1975, foi preso e levado para o DOI-CODI quando seguia de ônibus por um bairro da capital cearense. Um amigo que estava no mesmo ônibus comunicou o fato à família e, alguns dias depois, foi possível visitá-lo preso. No dia 17, entretanto, os familiares foram informados por agentes do DOPS que Pedro Jerônimo havia se suicidado dentro de sua cela. O legista Francisco Noronha Filho assinou o laudo indicando como causa da morte "asfixia mecânica por enforcamento". O corpo apresentava diversos hematomas que, segundo os policiais, se deviam à forma como Pedro cometeu o suicídio. Segundo explicavam cinicamente, por ter se enforcado com uma toalha de rosto amarrada em lugar de pouca altura, foi forçado a debater-se contra as paredes e o chão da cela para conseguir o seu intento. Seis meses depois, a família solicitou exumação do cadáver e o exame pericial constatou as diversas torturas sofridas, desmontando completamente a versão do suicídio. Vinte anos depois, um depoimento do advogado Pádua Barroso, prestado em 18/12/1995 à Comissão de Direitos Humanos da OAB do Ceará, voltou a desmascarar a explicação oficial. Pádua mostrou a autópsia realizada no corpo de Pedro, onde há registro de inúmeras fraturas ósseas, e informou ter acompanhado pessoalmente a exumação, "...realizada dentro de um cerco de guerra, tendo em vista que o cemitério Parque da Paz foi tomado por viaturas da PM e da PF; ...a razão da presença dos policiais no cemitério era amedrontar os peritos e os familiares bem como as demais pessoas que estavam interessadas no esclarecimento da morte de Pedro Jerônimo". O relator do processo de Pedro Jerônimo na CEMDP anexou ao seu voto declarações de um tenente coronel da PM do Ceará " cujo nome foi omitido para preserva-lo ", concedidas ao advogado Pádua Barros sobre a prisão e morte de Pedro Jerônimo de Sousa: "Tudo funcionou deste modo " o Chefe da 2ª Secção do QG da 10ª RM, tenente coronel Francisco Valdir Gomes, despachou o Pedido de Busca; a prisão foi efetuada por dois agentes policiais chefiados por um tal de Dr. Evandro, que se supõe tratar-se de oficial do Exército; feita a prisão, levaram Pedro Jerônimo para o Quartel de Guardas (DOI); aí o major Luís Marques de Barros mandou que levassem Pedro Jerônimo para a Casa de Hóspedes, no bairro de Mata Galinha... deram logo uma pancada no frontal de Pedro Jerônimo. Após uma série de sofrimentos foi sentado num banco, sem encosto, e um brutamonte deles se aproximou pelas costas, curvou um joelho encostando-lhe na coluna dorsal e tentou sufocá-lo com um instrumento escuro, puxando nas duas extremidades para trás... e quebrou o pescoço de Pedro Jerônimo. Arrepiados com o crime que cometeram, prepararam, em conluio com o DPF e o DOPS, o enforcamento suicida". O relator acrescentou que os depoimentos de Tarcisio Leitão de Carvalho, Alfredo de Abreu Pereira Marques e de Sarah Pinheiro Sousa (esposa de Pedro) prestados à Comissão de Direitos Humanos da OAB/Ceará, eram plenamente suficientes para atestar a participação de Pedro Jerônimo em atividades políticas de oposição, bem como o fato da prisão e as condições da morte. Além disso, o deputado Alfredo Marques, do MDB, denunciou da tribuna da Assembléia Legislativa de Pernambuco o tenente Horácio Marques Gondim como um dos responsáveis por mais esse assassinato. Numa rápida síntese, assim Elio Gaspari abordou esse episódio no livro A Ditadura Encurralada: "No dia 17, o DOI do Ceará divulgou uma nota informando que o vendedor Pedro Jerônimo de Souza, militante do PCB e membro do diretório do MDB de Fortaleza, se suicidara na prisão. Tinha 61 anos. Era o 37º suicida do regime, o 17º a se enforcar. No caso, com uma toalha de rosto" . ================================================================================================================= + Informações. P EDRO JERÔNIMO DE SOUZA Militante do PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB). Nasceu em 30 de junho de 1914, em Mutamba, município de Icapuí (CE), filho de José Gerônimo de Souza e de Catarina Evangelista de Souza. Ainda jovem, foi residir em Fortaleza, trabalhando como viajante-vendedor a serviço de vários laboratórios farmacêuticos e em outras atividades ligadas ao comércio. Nos anos 40, ingressou no PCB, tendo papel importante a partir de 1948 na reestruturação do Partido, após a cassação de seu registro. Foi da direção municipal e do Comitê Estadual do Ceará. Após o golpe Militar de 1964, já clandestino, Pedro foi tesoureiro do Partido durante vários anos. Foi membro do Diretório do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), em Fortaleza . Em 11 de setembro de 1975, quando viajava em um ônibus num bairro de Fortaleza, foi preso e levado para o DOI-CODI/CE. Um amigo que viajava no mesmo ônibus, comunicou o fato à família. Depois de alguns dias seus familiares conseguiram visitá-lo. N O DIA 17 DE SETEMBRO DE 1975, SEUS FAMILIARES FORAM INFORMADOS POR AGENTES DO DOPS DE FORTALEZA DE QUE TERIA SE SUICIDADO, DENTRO DA CELA EM QUE SE ENCONTRAVA . O CORPO APRESENTAVA DIVERSOS HEMATOMAS QUE , SEGUNDO OS POLICIAIS, FORAM EM CONSEQÜÊNCIA DO MODO COMO SE SUICIDOU : ENFORCOU-SE COM UMA TOALHA DE ROSTO, QUE FOI AMARRADA EM UM LUGAR DE POUCA ALTURA , O QUE O FORÇOU A DEBATER-SE CONTRA AS PAREDES E O CHÃO DA CELA , PARA CONSEGUIR FINALMENTE O SEU INTENTO. Seis meses após sua morte, a família solicitou exumação do cadáver e o exame pericial constatou torturas, fazendo cair por terra a farsa do suicídio. Outro fato significativo que desmascara a versão oficial foi apresentado pelo advogado Pádua Barroso ao mostrar a autópsia realizada no corpo de Pedro, que registra a existência de inúmeras fraturas ósseas, que não poderiam ter sido ocasionadas com o corpo se debatendo contra as paredes e o chão. O deputado Alfredo Marques, do MDB, denunciou da tribuna da Assembléia Legislativa de Pernambuco, o tenente Horácio Marques Gondim, como um dos assassinos de Pedro. =========================================================================================== + Informações. Pedro Jerônimo de Souza Ficha Pessoal Dados Pessoais Nome: Pedro Jerônimo de Souza Cidade: (onde nasceu) Icapuí Estado: (onde nasceu) CE País: (onde nasceu) Brasil Data: (de nascimento) 30/6/1914 Atividade: Comerciário Dados da Militância Organização: (na qual militava) Partido Comunista Brasileiro PCB Brasil Prisão: 11/9/1975 Fortaleza CE Brasil Morto ou Desaparecido: Morto 17/9/1975 Fortaleza CE Brasil DOI-CODI/CE Clandestinidade Dados da repressão Orgãos de repressão (envolvido na morte ou desaparecimento) Departamento de Operações Internas - Centro de Operações de Defesa Interna/CE DOI-CODI/CE ============================ Tenente HorácioMarquesGondim Agente da repressão: (envolvido na morte ou desaparecimento) ==================================================================== + Detalhes. Homenagens e plenária marcam aniversário do PCdoB em Icapuí O PCdoB de Icapuí realizará neste sábado (19/03) uma confraternização com filiados e amigos do Partido em homenagem aos 89 anos do PCdoB. O encontro será na rua principal da sede do Distrito de Ibicuitaba. marcus nunes Vereador Marcus Nunes e o deputado federal Chico Lopes são lideranças do PCdoB no Ceará. Na programação estão previstas a realização da Plenária "Icapuí uma Experiência de Vida" além das homenagens a João Tavares de Souza e Pedro Jerônimo de Souza, comunistas historicamente ligados a Icapuí perseguidos até a morte. Segundo o vereador do PCdoB, Marcus Nunes a trajetória dos comunistas em Icapuí é marcada pelo compromisso com as lutas dos trabalhadores, com o desenvolvimento da cidade e a melhoria das condições de vida de sua população. "Somos um partido que vive o dia a dia da população e nosso mandato está a serviço da luta", afirmou o parlamentar comunista.

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