Radio Poder Popular

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ah! Desgraçados!

Um irmão é maltratado e vocês olham para o outro lado? Grita de dor o ferido e vocês ficam calados? A violência faz a ronda e escolhe a vítima, e vocês dizem: "a mim ela está poupando, vamos fingir que não estamos olhando". Mas que cidade? Que espécie de gente é essa? Quando campeia em uma cidade a injustiça, é necessário que alguem se levante. Não havendo quem se levante, é preferível que em um grande incêndio, toda cidade desapareça, antes que a noite desça. Bertolt Brecht

sábado, 13 de dezembro de 2014

Orgulho no Partido Comunista Português

7 de Dezembro de 2012 por Ricardo Santos Pinto Aproveito um excerto do magnífico comentário do leitor Paulo Moreira para justificar o título do post. A burguesia dedica ao PCP um ódio de morte que não dedica a nenhuma outra organização da esquerda portuguesa. Odeiam o PCP por aquilo que ele é: um partido de trabalhadores, em que a direcção é composta maioritariamente por operários (Sim operários, gente que faz com as mãos as coisas que nós usamos). Odeiam o PCP, por ao contrário do PS ou do Bloco de Esquerda, nunca ter traído nem dado o dito por não dito. Assusta-os a clareza com que propõe a destruição do capitalismo, intimida-os a firmeza da sua convicção na vitória dos explorados sobre os exploradores. Não sou militante do PCP. Não sei se alguma vez o serei. Condeno veementemente todos os regimes ditatoriais do passado e do presente, comunistas, pretensamente comunistas ou não. Condeno Estaline. A China. A Coreia. A Síria. Muito me separa do PCP e se calhar por isso é que nunca poderei ser seu militante. E no entanto, nunca votei em nenhum outro Partido desde que tenho idade para votar. Porque nenhum outro defende, como o PCP, os trabalhadores, os explorados, os pobres. Quando penso na forma como combateu a Ditadura. Quando penso nas conquistas sociais de 1974 e 1975. Quando penso em décadas de luta ao serviço dos trabalhadores. Quando penso que, sem o PCP, muito do que temos nunca poderia ter sido conseguido, só consigo mesmo ter um enorme orgulho no Partido Comunista Português e no privilégio que é ser seu votante. E é verdade, Paulo, os burgueses odeiam os comunistas pelas razões que apontas. Porque sabem que na política interna do PCP há um trajecto de coerência. E porque sabem que, se um dia o PCP chegasse ao poder, os seus privilégios acabavam. Não haveria ditaduras nem restrições à liberdade. Eles sabem disso, mas fingem que não. Porque lhes interessa. Porque comem todos da mesma gamela. Este artigo foi publicado em cinco dias. Bookmark o permalink. - See more at: http://5dias.net/2012/12/07/orgulho-no-partido-comunista-portugues/#sthash.pG7ifE5h.dpuf

Ditador Médici guardou em casa provas de tortura

Comissão da Verdade do Rio encontra prontuários médicos de presos no arquivo do ex-presidente Por Juliana Dal Piva Rio - Durante décadas a cúpula do governo militar negou a prática de tortura contra presos políticos na ditadura. Não importavam as denúncias das famílias, as marcas ou sequelas das vítimas. Quase 30 anos após o fim do regime, surgem agora as primeiras provas documentais de que no auge da repressão política — 1970 — o próprio general e então presidente da República Emílio Garrastazu Médici sabia em detalhes sobre a violência dos quartéis e suas consequências físicas e psicológicas. Médici guardou até a morte, em meio a 32 caixas de manuscritos, um caderno de capa de couro preta com o nome do ex-presidente timbrado em letras douradas na frente. Dentro, a revelação: três prontuários médicos de presas políticas atendidas no Hospital Central do Exército (HCE). São elas: Dalva Bonet, Francisca Abigail Paranhos, além dos documentos de Vera Sílvia Magalhães — conhecida por sua participação no sequestro do embaixador americano Charles Elbrick. O arquivo pessoal de Médici, doado pela família há 10 anos, integra o acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e foi disponibilizado para pesquisa da Comissão da Verdade do Rio, que localizou os prontuários. “Quanto mais temos acesso aos documentos, confirmamos que a cadeia de comando das torturas e desaparecimentos começava no Palácio do Planalto”, afirma Wadih Damous, presidente da CEV-Rio. Cópias dos documentos serão entregues às famílias em audiência pública na próxima terça-feira. O prontuário de Vera Sílvia detalha cada medicamento utilizado por ela durante os dois períodos de internação registrados. Presa em 6 de março de 1970, ela chegou pela primeira vez ao HCE transferida do Hospital Souza Aguiar no dia seguinte devido a um “traumatismo craniano encefálico por projétil de arma de fogo”. Tratada na unidade, ela foi liberada dias depois para interrogatório no DOI-Codi. Em 18 de maio foi internada novamente, e a descrição do quadro dá a medida do sofrimento de Vera. “Paciente acentuadamente desnutrida, subfebril. O exame neurológico acusa sensível diminuição da força muscular nos membros inferiores...há acentuada hipertrofia muscular nos membros inferiores”, registra o prontuário. O diagnóstico, porém, foi de que ela estava com uma paralisia nas pernas devido a razões psicológicas. O médico legista Levi Inima, que auxilia a pesquisa da CEV-Rio, disse que a avaliação é “falsa”. “As alterações em termos de hipotrofia muscular demonstram a tortura em pau de arara. Ela estava bastante desnutrida, o que mostra os maus-tratos”, explicou. Vera deixou o Brasil em junho de 1970, trocada pelo embaixador alemão. Ela retornou após a anistia e morreu devido a um câncer em 2007. Choque elétrico provocou crises convulsivas Ao saber que seu prontuário médico fazia parte do arquivo pessoal do presidente Médici, a tradutora Maria Dalva Bonet, 68 anos, olha para alto e respira fundo. “Vou precisar de um tempo para poder falar sobre isso. É inacreditável”, desabafa Dalva. Militante do Partido Comunista Revolucionário Brasileiro (PCBR), ela diz que foi presa no fim de janeiro de 1970 junto com a amiga inseparável, Abigail. “Foram 72 horas de pancadaria. Eu estava com a pele toda descascada do choque e me jogaram no chão de cimento. Foi quando eu comecei a ter hemorragia. Os presos pressionaram e eles me levaram para o HCE”, conta Dalva. Ela diz que ficou cinco meses sem andar devido à tortura no pau de arara. Além disso, os choques desenvolveram um quadro de epilepsia. Por isso, como o próprio prontuário encontrado registra, foram realizados exames neurológicos. “Eles queriam dizer que as convulsões que eu passei a ter eram preexistentes. Mas eu nunca tive nada”, diz ela. Dalva disse que sofreu com crises convulsivas durante 10 anos. Segundo o diagnóstico feito no HCE, a paralisia de suas pernas também seria emocional — como a de Vera.“Não apresenta vontade de locomover-se; procura queixar-se de tudo e de todos; é impertinente e astuciosa. Costuma ser acometida por pesadelos”, descreve o documento. O médico legista Levi Inima também chamou a atenção para a quantidade de tranquilizantes, ansiolíticos e sedativos como Mandrix e Kiatrium ministrados. “ É uma associação de vários medicamentos. Isso tudo faz parte de um cenário médico exatamente para suprimir a questão da tortura”, explica Inima. 'Não deseja recuperar-se' A advogada Francisca Abigail Paranhos também teve a sua passagem pelo Hospital Central do Exército guardada por Médici. No relatório que segue com o prontuário ela é descrita como “indiciada em inquérito policial-militar pelos crimes praticados como membro do PCBR, alegou paralisação dos membros inferiores”. Além disso, o diagnóstico diz que Abigail, como era conhecida, não ajudava na melhora de seu quadro de saúde. “Os exames revelaram que Abigail é portadora de depressão neurótica, que não deseja recuperar-se não colaborando para o sucesso do tratamento que lhe é ministrado”, finaliza o relatório. Dalva diz que elas deixaram a prisão cerca de um ano e meio depois. Abigail morreu de câncer em 1994. Dalva - O Dia - 7 dez 14.jpg http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2014-12-07/ditador-medici-guardou-em-casa-provas-de-tortura.html

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