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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Espanha: Secretário-geral do PC agradece militância por eleição


22 de Novembro de 2011 - 20h21
Espanha: Secretário-geral do PC agradece militância por eleição

O Secretário-geral do Partido Comunista da Espanha (PCE), José Luis Centella, leva de volta o partido ao Congresso dos Deputados, eleito pela Izquierda Unida (IU, na sigla em espanhol) de Sevilha no último domingo (20).

José Luis Centella, secretário-geral do PC da Espanha

José Luis Centella, secretário-geral do PC da Espanha
Para Centella, os resultados foram obtidos com "trabalho e capricho" da organização. "Lutaremos pela regeneração democrática deste país, trabalharemos pela democracia econômica e a distribuição da riqueza e levaremos a voz da classe trabalhadora ao Parlamento", afirmou.

No último domingo, o PCE felicitou o resultado eleitoral da Esquerda Unida, apesar do sistema eleitoral antidemocrático vigente no país. A EU elegeu 11 deputados, como explicou o Coordenador Federal da organização e deputado por Madri, Cayo Lara.

"Na realidade, o número de votos na EU corresponderiam a 25 deputados eleitos, isso significa que o sistema roubou 14 vagas que seriam nossas, mais ainda que a outros partidos", afirmou.

Leia abaixo a carta de José Luis Centella à militância após a divulgação dos resultados das eleições gerais de 20 de novembro:

Carta de José Luis Centella, Secretario-geral do PCE, à militância

22 de novembro de 2011

Camaradas:

Os resultados das eleições gerais confirmam a vitória do PP, que obtém uma ampla maioria parlamentar, que complementa suas vitórias nas eleições municipais e regionais de maio passado.

Com esta maioria parlamentar absoluta (obtida graças à injusta lei eleitoral, que nos faz padecer), o PP controlará a quase totalidade do poder institucional do Estado, desde o local até o central e, portanto, terá plena capacidade matemática para aplicar suas políticas neoliberais.

É significativo que este resultado, que confirma nossa análise de que o PSOE estava estendendo o tapete vermelho para que o PP caminhasse até a porta do Palácio de Moncloa (sede do governo), tenha acontecido mais por repúdio ao PSOE que por méritos próprios. Assim, em relação a 2008, o PP só obteve 541.358 votos a mais, enquanto que o PSOE perdeu 4.315.455, dos quais mais de um milhão aconteceram por abstenção.

A Esquerda Unida obtém o melhor resultado desde 1996, elegendo 9 deputados a mais que em 2008, com um acréscimo de 710.864 votos em relação àquele ano. Importante também é o aumento da votação no UPyD, como um voto do eleitorado mais moderado do PSOE, isto é, daqueles que rechaçam a política errática do PSOE e, às vezes, também da Esquerda Unida, sobre o modelo de Estado. Ainda assim, se beneficia da boa imagem de Rosa Diez e de seu caráter de força democrática-radical, no sentido italiano do termo.

A partir deste novo mapa político, devemos nos preparar para agir e dar respostas a partir das políticas que aprovamos e que entendemos serem invariáveis, já que o PP não só não vai mudar a política de submissão aos mercados e de cortes de direitos sociais e democráticos, como também vai aprofundá-los mais ainda.

Há três anos, em novembro de 2008, o PCE, junto com outros companheiros, deu impulso a uma nova etapa na Esquerda Unida, baseada em um discurso anticapitalista, republicano e federal, no desenvolvimento da organização como movimento político e social, tudo isso marcado em seu processo de refundação.

Um ano depois, o 18º Congresso do PCE ratificou essa política, a partir da aposta inequívoca no envolvimento do Partido na Esquerda Unida e na manutenção da CC.OO. (Comissiones Obreras) como nossa referência no movimento sindical.

Foram três anos difíceis, às vezes com incompreensões por parte de alguns e rasteiras por parte de outros. Tivemos de fazer frente às "operações" que pretendiam eliminar a EU do mapa político, para construir uma esquerda "mais palatável", que naturalmente perderia de seu bojo o PCE.

Tivemos de vencer a batalha da coerência no discurso, buscando o foco do conflito capital-trabalho. Ganhamos credibilidade no conflito social e na política de alianças. Tudo isso, hoje, sai reforçado com o resultado eleitoral e a própria composição do grupo parlamentar da EU e nos permite olhar para o futuro com otimismo, mas com a responsabilidade de que agora é quando devemos aumentar ainda mais nossas apostas para melhorar a federação, a organização, a mobilização a partir da base, tudo que foi teorizado na Assembleia Federal agora deve se concretizar.

Nesse sentido, o êxito eleitoral da EU é o êxito de uma linha política, de uma equipe de direção e de uma estratégia de refundação, complementada pela Convocatória Social, linha política e estratégica na qual o PCE está plenamente integrado.

A partir da valorização positiva queremos felicitar o conjunto da militância, que contribuiu para desenvolver a EU em cada território, que contribuiu para melhorar nosso trabalho no movimento operário e, concretamente, a nos dar a referência na nova etapa, também vivida pelas CC.OO.; Queremos felicitar aos que deram o melhor de si mesmos em apoio às candidaturas da EU, entendendo que esta, e nenhuma outra, era a política aprovada pelo 18º Congresso do PCE.

Queremos felicitar também o conjunto da EU e suas federações, a todas as organizações com as quais compartilhamos a candidatura, demonstrando que a aposta pela unidade da esquerda em torno de um programa é uma esperança para 1,7 milhão de pessoas.

Hoje é dia de celebrações, de felicitações, mas também quero, de novo, deixar claro que o bom resultado obtido supõe uma responsabilidade que o Partido deve assumir para aprofundar na evolução dos acordos do 18º Congresso, não só no que se refere à EU, mas também sobretudo no que se refere ao desenvolvimento da unidade da esquerda, em torno de uma Alternativa Social Democrática e Anticapitalista. Deve-se desenvolver isso nas instituições e também nas ruas. Temos de estar mais que nunca dispostos a buscar as alianças sociais e políticas máximas na defesa dos direitos dos trabalhadores que o PP vai tratar de cortar, em sintonia com as políticas de ajuste que defendem, a partir dos "mercados" .

Nos próximos dias, os orgãos do Partido analisarão a nova realidade do período pós-eleitoral, para assim determinar nossa ação política nos próximos meses, quando também deveremos avançar no fortalecimento da organização do Partido, já que a nova etapa que deveremos enfrentar necessita de um partido organizado, ativo e atuante no conflito social.

O conjunto da militância, começando pelas suas organizações mais básicas até as mais elevadas, deve participar deste debate e deve colocar em marcha as tarefas propostas pelo Comitê Federal. Os próximos quatro anos exigirão muito dos trabalhadores e o partido, mais uma vez, tem de estar à altura das circunstâncias.

Fonte: Mundo Obrero

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